Empresa alega prejuízo com linhas; prefeito diz que Município irá estudar subsídios
O Coletivo Santa Cruz, de Canoinhas, responsável até o mês passado pelas linhas da cidade de Bela Vista do Toldo, desativou todas as linhas que funcionavam no município vizinho. A informação foi confirmada por Rodrigo Dams, administrador do Coletivo. Ele explicou que há anos o Coletivo vem acumulando prejuízo com as linhas e que no mês passado decidiu desativá-las depois que o motorista que trabalhava em Bela Vista do Toldo se aposentou depois de 28 anos de serviço.
Dams afirma que manter as linhas custa em média R$ 5 mil mensais, mas que o faturamento circula em torno de R$ 3 mil. Segundo o administrador, os prejuízos só têm aumentado ano após ano, mas se agravou nos últimos meses com a atuação de taxistas que, por preços módicos, aceitam transportar os moradores da cidade, geralmente para Canoinhas. “Agora que não tem mais Coletivo, os taxistas estão cobrando um valor bem maior e, então, os moradores estão reclamando a volta do ônibus”, afirma Dams que lembra que, recentemente, a linha de Timbó Grande também foi desativada.
O Coletivo Santa Cruz estuda integrar o trecho urbano de Bela Vista do Toldo a alguma outra linha que passe pela BR-280, mas nada de concreto ainda foi anunciado.
Dams afirma que a crise do setor não se restringe às cidades vizinhas. Em Canoinhas o transporte de passageiros na área urbana reduziu em 50% nos últimos 20 anos. “Isso se deve ao fato de as pessoas adquirirem, cada vez mais, seu carro próprio”, acredita.
ALTERNATIVA
Prefeito de Bela Vista do Toldo, Adelmo Alberti (PSDB), afirmou que a diretoria do Coletivo Santa Cruz o procurou depois de desativar as linhas. “Eles querem subsídios, mas isso é preciso ser analisado. Teremos de propor uma nova concessão ou um modelo que seja viável”, pondera.
Para Alberti, há duas alternativas: nova concessão comprando passagens para os estudantes a fim de subsidiar o setor, ou autorizar um táxi por localidade com preço tabelado. Hoje, segundo o prefeito, corridas que custavam R$ 20 saltaram para R$ 50. Por causa do pequeno número de habitantes, os taxistas não são obrigados a usar taxímetro em Bela Vista do Toldo.
“Agora esta questão está sendo analisada e devemos apresentar uma alternativa em janeiro”, promete o prefeito.