Grande novidade do próximo pleito deve ser o fim da polialiança vitoriosa por quatro mandatos; até o momento pelo menos oito manifestaram desejo de candidatura
O anúncio na quarta-feira, 13, por parte do governador Raimundo Colombo (PSD) de que em abril deixa o governo para disputar uma vaga no Senado, pode ser encarado como o primeiro ato oficial que dá a largada para a disputa por sua sucessão. Eduardo Pinho Moreira (PMDB), seu atual vice, deve assumir o Estado, confirmando que ele não tem nenhuma pretensão de disputar o cargo como titular. Moreira firmou apoio a pré-candidatura de Mauro Mariani (PMDB) no meio do ano e assim deve fazer, sepultando anos de conflitos com o deputado federal.
Ao passo que conquistou o apoio tão desejado de Moreira, no entanto, Mariani vê crescer cada vez mais o fantasma da candidatura do prefeito de Joinville Udo Döhler (PMDB), apontado por muitos como o perfil que o eleitor vai procurar nas urnas no ano que vem: empresário, técnico e apolítico. Mariani disse recentemente que até poderia abrir mão da candidatura em nome de Dário ou Pinho Moreira, “menos para aquele que não faz partido, que não corre o Estado, que é canela de vidro, que não entra em campo para disputar a bola”. A referência não poderia ser mais clara, dada a resistência do prefeito joinvillense a entrar em uma disputa aberta com o parlamentar.
FIM DA POLIALIANÇA
Enquanto a situação segue incerta no PMDB, fato é que a polialiança que obteve êxito por quatro mandatos (dois de Luis Henrique e dois de Colombo) chegou ao fim. O PSD, outro esteio dessa agonizante aliança, já declarou que vai ter candidato, contrariando a promessa de apoio ao PMDB feita em 2014. Na vitrine está o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merisio, que tem percorrido o Estado para tentar dar musculatura a sua candidatura. Rumores de que Colombo não estaria satisfeito com o apadrinhado correram os dutos da política catarinense nos últimos dias. Ficou ainda mais forte com o anúncio da pré-candidatura de João Rodrigues (PSD) que, antes, terá de resolver seus problemas com a Justiça. A Procuradoria Geral da República (PGR) remeteu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira, 11, um parecer favorável à prisão do deputado federal. O ministro Luiz Fux fez na semana passada um despacho à PGR pedindo que o órgão se manifestasse em até 48 horas sobre a condenação do parlamentar a 2009 de cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto por irregularidades em licitação quando era prefeito de Pinhalzinho. O advogado de Rodrigues disse ainda que a prisão é “condenação proferida em instância única, sem que até o presente momento os recursos da defesa tenham sido examinados por qualquer outro Tribunal”.
PSDB, PR, PT E PP
O PSDB já confirmou a candidatura do senador Paulo Bauer. No pleito passado ele ficou com 30% dos votos. Na primeira pesquisa lançada no começo do mês pelo Grupo RIC, o tucano aparece na liderança justamente com 29% das intenções de votos.
O PT estuda lançar o deputado federal Décio Lima e o PP, o ex-governador por duas vezes, Espiridião Amin.
Já o PR ensaia a candidatura de Jorginho Melo.
DISPUTA EMBOLADA
Quem pode disputar o governo de SC em 2018

PMDB
MAURO MARIANI
Ex-prefeito de Rio Negrinho, foi deputado estadual entre 2003 e 2007. Está na segunda legislatura como deputado federal e foi candidato a prefeito de Joinville, sendo derrotado por Carlito Merss (PT). Luis Henrique, grande líder do PMDB morto em 2015, havia vaticinado que Mariani seria candidato do PMDB em 2018.
Empresário de sucesso, está no segundo mandato como prefeito de Joinville. Bem-sucedido no cargo, é visto como o perfil técnico que as urnas devem exigir em 2018. Não faz nenhuma declaração nesse sentido, no entanto.

PSD
GELSON MERISIO
Natural de Xaxim, busca a estadualização de seu nome. Foi vereador em Xanxerê, presidente da Facisc por dois mandatos consecutivos e, logo após, assumiu a vice-presidência da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB). Presidiu a Casan e o Sebrae até ser eleito deputado estadual e presidir a Alesc. Chegou a ser aclamado pré-candidato pelo governador Raimundo Colombo, mas agora enfrenta a pré-candidatura de João Rodrigues.
De 1988 a 2000 trabalhou como radialista na Rádio Centro-Oeste de Pinhalzinho, onde foi prefeito e vice. Deixou o cargo de prefeito em 2002, quando foi eleito deputado estadual. Em 2004 deixou a Câmara para assumir a prefeitura de Chapecó, cidade vizinha à Pinhalzinho. Foi reeleito em 2008. Em 2010 elegeu-se deputado federal, cargo para o qual foi reeleito em 2014. Tem como principal obstáculo para concorrer ao cargo uma pendenga judicial.
PSDB

PAULO BAUER
Blumenauense, elegeu-se deputado estadual em 1986. Já em 1990 foi eleito deputado federal, obtendo a reeleição em 1994. Nas eleições de 1998 compôs como candidato a vice-governador de Esperidião Amin, a chapa vencedora no primeiro turno. Em seguida, elege-se novamente deputado federal. Concorreu ao mesmo cargo em 2006, mas obteve a suplência assumida em dezembro de 2008. Em 2010 foi eleito senador. Foi secretário estadual de educação por duas vezes. Na eleição passada ficou em segundo lugar na votação para governador.
PT
Fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina, advogado e professor, Décio Lima está no seu terceiro mandato como deputado federal. Não enfrenta, a princípio, nenhum empecilho dentro do partido para sua candidatura.
PP
Foi por duas vezes governador de Santa Catarina e também prefeito de Florianópolis por duas ocasiões. Foi senador da República entre 1991 e 1999 e presidente nacional do Partido Progressista. Atualmente ocupa uma vaga na Câmara dos Deputados.
PR
Foi deputado de Santa Catarina por quatro mandatos entre 1995 e 2011, quando foi eleito deputado federal, cargo para o qual foi reeleito nas últimas eleições.