Levantamento da Associação Empresarial mostra que comércio também está sendo afetado
Levantamento feito pela Associação Empresarial de Canoinhas (Acic) mostra que a greve dos caminhoneiros já começa a afetar a indústria. A Empresa Fricasa está parada desde quarta-feira, 23. Segundo um dos diretores da empresa, Antoninho Iagher, o frigorífico parou porque não havia como enviar cortes de suínos para Tangará, onde é feito o processamento de subprodutos “Tivemos um caminhão parado em bloqueio na quarta e já suspendemos a produção”, explica. De quarta para esta sexta-feira, 25, no entanto, a empresa conseguiu ativar uma unidade de processamento dentro do próprio frigorífico. Dessa forma, na segunda-feira, 28, os funcionários voltam ao trabalho.
A Forex, de Três Barras, parou a serraria nesta sexta-feira, 25, e dispensou funcionários. A indústria papeleira também está sentindo os efeitos da greve e reduziu sua produção. O problema é que essas empresas estão com estoque cheio e não têm condições de escoar a produção.
O comércio também começa a sentir os efeitos da paralisação, segundo a Acic. Com a incerteza dos rumos da mobilização, o consumidor fica receoso e tende a comprar apenas o essencial.
CAMPO
No campo, segundo o coordenador regional da Epagri, Donato Noernberg, os efeitos também são negativos. Produtores relatam que não tem mais onde estocar leite e imagens divulgadas em redes sociais mostram agricultores do interior de Canoinhas jogando leite fora.
Representantes dos caminhoneiros afirmam que caminhões com laticínios podem passar pelos pontos de manifestação em Canoinhas. Donato ressalva, no entanto, que os caminhões que recolhem o leite – a maioria vem do oeste – não estão vindo a Canoinhas por receio de ficarem retidos em bloqueios.
ESTADO
A Fecomércio SC realizou uma sondagem com empresários do comércio, serviços e turismo em Santa Catarina, durante esta quinta-feira, 24, para avaliar os impactos da greve dos caminhoneiros no abastecimento das empresas.
Foram realizadas cinco perguntas para 118 empresários de Balneário Camboriú, Biguaçu Blumenau, Canoinhas, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Itajaí, Joaçaba, Joinville, Lages, Laguna, Rio Negrinho e São Francisco do Sul.
Os dados foram apurados com os segmentos: atacado (20,2%), restaurantes (19,3%), posto de gasolina (17,61%), supermercados (13,4%), hotel (11,8%), material de construção (10,1%) e transporte intermunicipal (7,6%).
Para 77,3% dos empresários, a greve dos caminhoneiros afetou o abastecimento e a atividade da empresa de alguma maneira.
A magnitude do desabastecimento supera os 50%: 61,4% das mercadorias ou insumos não chegaram ao destino. Os segmentos mais afetados foram: transporte intermunicipal (93,3%) e postos de gasolina (86,3%), com falta de combustível, e restaurantes (55,8%), que deixaram de receber os alimentos. |
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A Fecomércio SC também perguntou se os empresários adotaram alguma estratégia para contornar o desabastecimento neste período de paralisação. A maioria deles (60,5%) foi pega desprevenida e não adotou nenhuma estratégia. No entanto, 38,7% adotou algum tipo de medida para contornar a escassez de produtos: |
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Foram citadas algumas medidas para contornar o desabastecimento:
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