O mágico mundo do circo

Conheça as histórias do Circo Irmãos Romanos, que está instalado temporariamente em Três Barras

 

 

Cleverson Daniel*

 

 

O circo mais alegre do Brasil. É assim que o proprietário Roberto Gomes da Silva define o grupo Irmãos Romanos para o público. Segundo os integrantes, mesmo em meio a tantas dificuldades, esse é o segredo que mantém o pequeno circo na ativa. No total, são 23 pessoas responsáveis por todo funcionamento do espetáculo, desde a montagem da lona, organização financeira, até escolha dos números apresentados.

Cleverson Daniel

 

O artista faz de tudo um pouco: o palhaço é equilibrista e vendedor, o malabarista produz os brinquedos para venda, o locutor é motoqueiro no globo da morte. Gomes explica que hoje é muito difícil achar gente para trabalhar no circo. “Apesar das dificuldades os Irmãos Romanos garantem a formação de um público fiel por onde passam.” Antigamente tinham muitos espectadores. “Hoje com a proibição dos animais e com a televisão, o movimento caiu bastante”, conta.

 

 

A família Romanos é da cidade da Lapa (PR), mas o circo viaja de janeiro a novembro e leva entretenimento para as regiões do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. O período que fica em cada cidade varia de duas semanas a um mês, dependendo do interesse do público. “Nós temos uma história muito bonita com a cidade de São Mateus do Sul. A cidade sempre nos acolheu bem e lotam nossos espetáculos, o circo tem muitos amigos”, revela durante a última passagem pela cidade paranaense.

 

 

Apesar da tradição milenar e de um modo de vida que se mantém há várias gerações, os espetáculos também abrem cortinas para a modernidade. Quem acompanhou as apresentações, conheceu os personagens famosos da televisão e do cinema infantil. Entre as atrações estão a Patrulha Canina, Pepa Pig, Frozen, entre outros.

Crianças assistem ao espetáculo (Cleverson Daniel)

 

Alex Junior Alves é malabarista, nasceu e se criou no circo. Além de lançar e pegar objetos no ar com precisão, ele também produz os brinquedos que são vendidos no intervalo do espetáculo. Toda a família de Alvez faz parte do show. “Os meus filhos são palhações e minha mulher é a rainha dos churros”. Para ele a única diferença que existe entre um trabalhador do circo e um da cidade é que um deles mora em um trailer. “As pessoas falam que trabalhar no circo é sofrido. E trabalhar na cidade não é? Nós fazemos churrasco todo final de semana, divertimos o as pessoas e ainda ganhamos pra isso”, completa.

Globo da morte (Cleverson Daniel)

 

O filho, Junior Alves, o palhaço Pimentinha, acredita que o trabalho no circo é bom porque é feito em equipe.  Relata que mesmo que ocorram desentendimentos, não importa o que aconteça uma pessoa sempre ajuda a outra. Segundo ele, por isso, o Circo Romanos funciona mesmo com poucas pessoas na equipe. O palhaço conta do momento mais difícil da sua carreira, quando sua mulher foi embora com sua filha.” Foi um dia muito triste para mim, ver minha filha indo embora e eu ter que me apresentar e fazer as pessoas rirem, sem nem imaginar o quanto eu estava sofrendo por dentro”, conta.

 

 

RESPEITÁVEL PÚBLICO

Kauane Bachisnki é uma espectadora apaixonado por circo. Toda vez que o circo chega à cidade ela não perde o espetáculo.” Quando escuto a propaganda na rua já me programo para poder ir a apresentação”. Conta que com o seu sobrinho Nicolas Santos não é diferente. A criança também é louca por circo e faz a maior festa quando a companhia chega. “Meu sobrinho é viciado em circo, se depender dele vamos todo dia. Nicolas adora interagir com os palhaços e sempre pede para subir no picadeiro, decora os diálogos e fica repetindo em casa”, conta.

 

Nicolas ama o mundo do circo (Cleverson Daniel)

 

Outro espectador é Lucas Ricardo Cordeiro Ferreira. Sua atração preferida é o globo da morte. Para ele é muita emoção e adrenalina ver dois motoqueiros arriscando sua vida para divertir o público. “É Impressionante a velocidade que eles atingem num espaço tão pequeno. Fico arrepiado toda vez que assisto a apresentação”.

 

Palhaço Pimentinha (Cleverson Daniel)

 

O Circo Irmãos Romanos foi fundado oficialmente em 1962. No começo os números eram feitos em um paiol improvisado pela família. Antigamente as mudanças eram realizadas de carroça. Gomes conta que o nome Irmãos Romanos tem história. “Muito tempo atrás teve um incêndio no circo e  dizem que um casal estava em um trailer e não percebeu nada. Todo mundo começou a falar que eles estavam só no amor. Foi só ler a expressão de trás para frente que o nome surgiu”. A trupe se encontra atualmente em Três Barras, na avenida Abraão Mussi.

 

 

*Cleverson Daniel é estagiário de Jornalismo da Uniuv. A reportagem foi publicada originalmente no site emfoca.com.br

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