As diferenças nos discursos de Merisio e Comandante Moisés

Edinei Wassoaski analisa as entrevistas concedidas no fim de semana pelos dois ao Diário Catarinense

 

 

TÃO LONGE, TÃO PERTO

A julgar pelas entrevistas concedidas no fim de semana pelos candidatos ao segundo turno das eleições catarinenses ao jornal Diário Catarinense, há mais em comum entre Gelson Merisio (PSD) e Comandante Moisés (PSL) do que o apoio a Jair Bolsonaro (PSL) na disputa nacional. Os dois focam na segurança, querem enxugar a máquina e parecem detentores de uma varinha mágica que com um simples toque vai resolver os problemas da dívida pública catarinense.

 

 

Merisio afirma que o governador Eduardo Pinho Moreira (MDB) não sabe fazer contas. Com uma complicada equação, ele quer fazer crer que não existe déficit público. Se Merisio ganhar, anote, a dívida é fictícia. Logo, ele deve ser o campeão em investimentos.

 

 

Moisés parece não entender muito dos mecanismos econômicos que envolvem a administração pública, mas disfarça bem. Quando ouve a palavra déficit devolve o mantra do enxugamento da máquina. Promete usar o próprio quadro de efetivos para preencher cargos estratégicos. Reduzindo cargos comissionados, consegue fazer uma boa economia. Fala também em renegociar a dívida pública e até em federalizar “alguma coisa”. As duas saídas, sabe-se, são complicadas.  Imagine se fosse fácil assim gastar e repassar a fatura para o Governo Federal. Como Pinho Moreira não teve essa ideia antes? Poderia ter mantido as regionais de Saúde e Educação em Canoinhas, não?

 

 

De modo geral se vê Merisio como conhecedor da máquina pública por uma questão muito simples: é político há anos, é deputado estadual e já comandou a Assembleia Legislativa. Moisés, por sua vez, por mais que diga que esperava ir ao segundo turno, parece que não foi bem assim. Moisés, assim como todo o Estado, foi surpreendido pelo resultado do 1º turno. Há muitos pontos obscuros da administração dos quais ele está se inteirando só agora.

 

 

Moisés é o novo, é tudo o que o povo pediu nesses últimos anos. Mas isso o atesta como competente para administrar um Estado? Uma boa questão ao eleitorado.

 

 

Merisio, por mais que tente se descolar de Raimundo Colombo (PSD) – duramente punido pelas urnas por ser fiel a velha política – e colar em Bolsonaro, deve ser uma sequência do governo de seu correligionário. Isso, pelo que o eleitor já demonstrou, é ruim.

 

 

 

 

De toda a forma, esmiuçando o discurso dos dois é possível perceber que eles têm muito mais semelhanças do que admitem e desejam.

 

 

MDB NA ÁREA

O MDB catarinense declarou apoio a candidatura de Comandante Moisés (PSL). O candidato e os emedebistas garantem que não haverá cobrança de cargos caso o militar se eleja.

 

 

WEINERT MIRA PASSOS

Em entrevista ao programa Fala Cidade, da 98FM, Leoberto Weinert (MDB) disse que o governo Passos ainda não mostrou a que veio e que está disposto a um diálogo a fim de evitar que na próxima eleição estadual Canoinhas fique novamente sem um representante na Assembleia. Sem citar Renato Pike (PR), disse que “candidatos de última hora” atrapalharam o processo.

 

 

Pike vinha anunciando que seria candidato a deputado federal. Mudou de ideia quando Antonio Aguiar (PSD) desistiu de concorrer a reeleição.

 

 

Weinert disse ainda que é a favor da redução do número de vereadores. “Por que Canoinhas precisa de dez vereadores?”, questionou, sugerindo que se reduza para cinco o número de cadeiras na Câmara.

 

 

“Vou entregar o Estado em melhores condições do que o encontrei”

do governador catarinense Eduardo Pinho Moreira (MDB)

 

 

O PODER DO WHATS APP

Nono deputado estadual eleito com maior votação no domingo, 7, o coronel Onir Mocelin (PSL) fez campanha basicamente em mais de 700 grupos de WhatsApp. Obteve 45.086 votos. No Brasil, os militares elegeram 21 deputados federais e dois senadores, totalizando mais de 13 milhões de votos, 10% do total.

 

 

O OCASO DO MDB

No olho do furacão que varreu a política tradicional das urnas, o MDB foi o partido que mais perdeu cadeiras na Câmara dos Deputados, encolheu no Senado e, regionalmente, viu clãs que protagonizaram a vida política das últimas décadas sofrerem derrotas fragorosas.

 

 

O candidato emedebista à Presidência, Henrique Meirelles, amargou o sétimo lugar, com 1,2% dos votos. E o presidente Michel Temer, o mais impopular da história recente, tornou-se artigo tóxico na prateleira política.

 

 

Em SC, frisa seu presidente, o candidato derrotado Mauro Mariani, o partido emplacou o maior número de deputados, o que mostra que o MDB não está morto.

 

 

NEM TUDO DEPENDE DE DINHEIRO

Na eleição em que a verba pública predominou, candidatos com orçamentos mais elevados não conseguiram se eleger para a Câmara dos Deputados.

 

 

Três candidaturas que arrecadaram quase no limite de gastos para deputado federal acabaram derrotadas: as de Ana Paula Junqueira (PP-MG), Maria Helena Rodrigues (MDB-RR) e José Maia Filho (PP-PI), que informaram arrecadação de pouco menos de R$ 2,5 milhões, teto estabelecido pela Justiça Eleitoral. Maria Helena tentava a reeleição. As informações de receitas e despesas ainda podem ser atualizadas pelos partidos.

 

 

Em 2014, as 30 candidaturas que mais arrecadaram conseguiram se eleger para a Câmara.

 

 

RICOS E POBRES

O eleitor do candidato Jair Bolsonaro (PSL) se concentra nas classes mais altas. 62% estão na faixa de mais de dez salários mínimos mensais, aponta a última pesquisa Datafolha. Fernando Haddad (PT), por sua vez, tem seus votos concentrados na classe de quem recebe até dois salários mínimos (44%).

 

 

R$ 2,82 bilhões

foi quanto custaram as campanhas no 1º turno das eleições deste ano. 73% desse dinheiro saíram dos cofres públicos

 

 

PESQUISA

A menos de duas semanas para o segundo turno da eleição presidencial, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, tem 59% das intenções de voto, contra 41% do petista Fernando Haddad, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta segunda-feira, 15.

 

 

O cálculo considera apenas os votos válidos, ou seja, exclui os nulos, brancos e indecisos. Levando em conta o eleitorado total, Bolsonaro lidera por 52% a 37%. Há ainda 9% dispostos a anular ou votar em branco, e 2% que não souberam responder.

 

 

Bolsonaro abriu 18 pontos porcentuais de vantagem nos votos válidos desde o primeiro turno, realizado no dia 7, quando ficou à frente do principal adversário por 46% a 29%.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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