Canoinhas faz campanha de descarte correto de radiografias

Você faz uma radiografia e, depois de levá-la para o médico analisar, faz o que com ela?

Por falta de informação, muita gente pensa em jogar no lixo, mas nem imagina que essas chapas têm substâncias tóxicas, como metanol e amônia, que podem contaminar o solo e a água e, além disso, demoram mais de 100 anos para se decompor.

O médico ortopedista Adriano de Aguiar explica que a radiografia contém prata, “material pesado que contamina o solo.”

Bem por isso, o Rotary Club de Canoinhas e o Hospital Santa Cruz (HSC), de Canoinhas, lançaram nesta segunda-feira, 15, a Campanha de Destino Correto às Radiografias.

Para dar o destino correto às populares “chapas”, foram montados quatro pontos de coleta na cidade – Hospital Santa Cruz, Clínica de Fraturas Canoinhas, Jornal O Planalto e Ótica Luz. A coleta é gratuita.

Segundo Aguiar, o Hospital se compromete a dar o destino correto ao material, encaminhando as radiografias para a reciclagem em uma empresa de São Paulo. Com o dinheiro coletado com a venda das radiografias descartadas, o HSC pretende reverter em benefício a entidades filantrópicas. “Na reciclagem, a empresa retira a prata e com a chapa faz pastas. Nada é descartado”, explica Adriano.

Para aqueles que não pretendem se desfazer das radiografias, vai um alerta. Elas devem estar protegidos com plástico ou papel e nunca expostos ao excesso de calor ou umidade, o que pode ser prejudicial à saúde.

 

PERIGO COMEÇA NA REVELAÇÃO

Para tornar a imagem visível, é necessário que ela seja revelada a partir da reação de uma película de grãos de prata com a hidroquinona, um agente revelador. Em seguida, a película recebe um banho de carbonato de sódio e de bissulfito de sódio, que evita a decomposição da hidroquinona. Para que a imagem não se desfaça rapidamente, é utilizada uma solução fixadora de tiossulfato de amônio, sulfato de sódio ou EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético), que remove o excesso de prata existente e que poderia reagir com a presença de luz, comprometendo a imagem. A chapa então é lavada, para remover vestígios de produtos químicos que possam estragar a película, e, em seguida, seca.

Depois de realizado todo esse processo, restam ainda muitos resíduos químicos, que são encaminhados para empresas especializadas, onde são tratados.

 

RECICLAGEM

VEJA EM REPORTAGEM DA TV CULTURA, COMO É FEITA

A importância da reciclagem das chapas de raios-x vai muito além do que você imagina. Primeiramente, esse processo evita que os componentes tóxicos contaminem o meio ambiente. Outra questão importante é a possibilidade de reutilização dos materiais envolvidos. O processo de reciclagem das radiografias mais comum acontece da seguinte forma:

1. A radiografia é tratada em uma solução de hipoclorito de sódio 2,0% (água sanitária), em que são gerados:
-um resíduo sólido que contém a prata
-as películas radiográficas “limpas”;

2. Em seguida, o resíduo que contém a prata é tratado com hidróxido de sódio em água e aquecido durante 15 minutos, obtendo-se o óxido de prata misturado a impurezas;

3. O óxido de prata é então aquecido em uma solução de sacarose por 60 minutos, obtendo-se a prata impura sólida e que ainda não apresenta brilho;

4. Por fim, a prata é aquecida a 1000°C por 60 minutos em uma estufa, obtendo-se a prata pura e com o brilho.

 

 

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