O discurso furado dos candidatos a governador de SC

A pesquisa Ibope da semana passada mostra que dificilmente Raimundo Colombo (PSD) vai ao segundo turno. Reelege-se já de cara. Sua eleição, ao que parece, não é fruto de um governo exemplar, mas de uma concorrência fraquíssima. Cláudio Vignatti (PT) faz campanha de uma nota só, atacando as SDRs, mas ignorando o fato de que dos R$ 677 milhões que ele diz serem gastos para sustentá-las anualmente, apenas R$ 24 milhões vão para comissionados. O resto é gasto com as escolas estaduais que ficam na regional, salários de efetivos (acabar com as SDRs não os levaria pra rua, mas sim para Florianópolis) e com investimentos em escolas e estradas. Quer dizer, se ele quer fazer essa economia, vai deixar as regiões a pão e água, inclusive fechando escolas.

Paulo Bauer (PSDB) faz uma campanha ainda mais desastrosa, combatendo o governo, mas mantendo tucanos no poder. Só na SDR Canoinhas são dois correligionários ocupando cargos de confiança. O governo finge que não vê porque sabe que precisará do PSDB para governar no segundo mandato.

Aos nanicos falta espaço, mas se analisarmos a fundo os planos de governo de Janaina Deitos (PPL) e Marlene Soccas (PCB), há de se encontrar propostas bem mais consistentes e moralmente viáveis.

Vignatti e Bauer ganhariam mais se combatessem a litoralização do Estado, fenômeno reforçado com gosto por Colombo. A concentração de investimentos no litoral catarinense, em todos os setores, é o que o Planalto Norte, o sul e o oeste do Estado têm mais a lamentar com a reeleição de Colombo.

 

Quem é o responsável

A Câmara de Canoinhas aprovou nesta semana um importante projeto de lei que visa coibir o excesso de “ninguém é o pai da criança”, na prefeitura. Todas as obras terão de ter na placa de execução, o nome do responsável pela fiscalização.

 

 Ideli na berlinda

Meses atrás o jornal O Globo publicou um perfil da presidente Dilma. Para ilustrar o quanto ela é durona citou um esfrega que ela passou na ministra Ideli Salvatti por videoconferência diante de todos os ministros. “A sem noção da Ideli deixou vazar para a imprensa”, esbravejou de dedo em riste. Ideli caiu no choro. Por essas e outras que a vaga dela no Tribunal de Contas tende a subir no telhado.

 

Afinados

Antonio Aguiar (PMDB) e Beto Passos (PT), quem diria, afinaram o discurso nessa eleição. Ambos não fazem nenhuma menção negativa ao outro. Tratam-se com absoluto respeito, e mais: quando andam pela região pedem o voto para si ou para um candidato do Planalto Norte. Usam o discurso da opção, ou seja, se não simpatizam com suas ideias, que escolham outro candidato, mas que seja da região.

 Laudecir Gonçalves, o Barriga, segue o mesmo pensamento: “O Aguiar vai ganhar, isso é certo. Se ganharmos também, a região é quem ganha”, disse depois de conceder a entrevista publicada na série do JMais.

 

Patinho feio

Quando Adinor da Silva assumiu a Secretaria do Meio Ambiente de Canoinhas, seus pares olharam com ar de superioridade para ele. Pois bem, passado quase meio mandato de Beto Faria, foi o único secretário a apresentar algo de novo neste governo: a coleta seletiva de lixo. Teve mais alguma coisa? Vou ali pensar e volto semana que vem.

 

RÁPIDAS

FUMAÇA: Não passa de intriga o suposto estremecimento na relação entre os deputados Antonio Aguiar e Mauro Mariani. A afirmação parte das assessorias dos dois candidatos.

 

RETA FINAL: A Acaert promove na próxima sexta, 26, debate entre os candidatos ao Governo do Estado.

 

FICHADOS: Tem funcionário da prefeitura de Canoinhas comissionado fazendo campanha para candidatos a deputado de fora do circuito.

 

DÚVIDA: Aliás, tem vereadores fazendo campanha para candidato de fora. Estariam interessados no bem comum?

 

MORNO: Já na grande militância peemedebista em Canoinhas, o empenho para ganhar a eleição municipal parece ser coisa do passado.

 

NÃO FOI BEM ASSIM: Depois que o Diário Catarinense publicou que Colombo mentiu ao dizer que construiu 10 hospitais, a oposição caiu em cima e ele teve de ir a público desdizer o que disse.

 

DECISÃO:  A princípio, Dilma Rousseff só vem a SC no segundo turno. Assim evita o palanque duplo Colombo/Vignatti.

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