Votação da Cosip foi a gota d’água para vereadores que já não vinham concordando com atitudes do prefeito
GOTA D’ÁGUA
O desgaste com a aprovação do aumento da taxa da Cosip nesta semana foi a gota d’água para pelo menos um dos seis vereadores que fazem parte da base aliada de Beto Passos (PSD) na Câmara de Vereadores. A menos de dois anos para a eleição, os seis estão reavaliando até que ponto compensa se queimar para defender Passos.
Enquanto os seis deram a cara a tapa para aprovar o projeto a toque de caixa, Passos nem atendeu aos pedidos de entrevista um dia depois da votação em segundo turno, que sacramentou o aumento. Disse estar ocupado.
Os governistas não sabiam responder porque Passos ignorou a oposição na reunião de quinta-feira cedo, feita para articular a sessão extraordinária no mesmo dia. Achou que eles aceitariam bovinamente que como ele tem maioria, não adiantaria espernear, e errou dramaticamente. Em poucas horas, a oposição mobilizou as redes sociais e criou uma revolta cibernética contra os vereadores, não contra Passos, que articulou tudo. É essa leitura, que fica clara agora, que os governistas estão fazendo.
Passos tem maioria frágil na Câmara. Funciona e a aprovação do aumento da Cosip é prova incontestável. Porém, basta um desertar e está feito o estrago para o prefeito.
O prefeito faz outra leitura. Com a presença de Telma Bley (MDB) na reunião de quinta, seguida de seu voto a favor do aumento da Cosip, ele vê que ganhou uma sétima aliada. Já deixou vazar, inclusive, que ela seria uma excelente vice na disputa pela reeleição. O leitor deve estar se perguntando: Mas e Renato Pike (PR)? Pois é, se acordos políticos fossem sempre mantidos, ele seria o candidato a prefeito em 2020 com Passos na vice. As chances disso acontecer, no entanto, são mínimas.
“Agora ficou claro que quem manda na Câmara é a prefeitura”
da vereadora Camila Lima (MDB)
NÃO MERECEU
A vereadora Camila Lima (MDB) tem toda a razão de reclamar da convocação de supetão para uma sessão extraordinária na quinta, mas perdeu a mão ao chamar o colega Wilmar Sudoski (PSD) de bipolar.
A conduta política de Sudoski pode ser questionada por qualquer eleitor, mas daí a usar uma doença, que causa sofrimento para muita gente, para ofender o vereador, soou bem fora de tom. Ademais, Sudoski trata todos com muita educação e respeito. Não mereceu.
GUERRA SEM VENCEDORES
A queda de braço entre o Município e o Hospital Santa Cruz pelos recursos para cobrir o 13º dos funcionários do hospital não teve vencedores, só perdedores. Prejudicou a imagem da instituição de saúde e, talvez ainda mais, a imagem do prefeito Beto Passos, apontado por muita gente como o grande vilão dessa história.
RESPOSTA
Prefeito de Três Barras, Luis Shimoguiri (PSD) respondeu às críticas do vereador Marco Antonio Sousa (MDB) quanto ao financiamento de R$ 28 milhões que ele vem tentando. “Tomara que os bancos nos liberem esse valor, mas existe uma regra de limite de financiamento. A Secretaria do Tesouro Nacional é que vai dizer quanto podemos financiar. Esperamos que seja o maior valor possível.”
Shimoguiri respondeu, também, sobre a arrecadação do Município, que não é de R$ 78 milhões, como o vereador disse, mas R$ 72,5 milhões, sendo que R$ 5,5 milhões são do Samasa. Dos R$ 68 milhões restantes, 25% têm de ser gastados com Educação e 30% com saúde. Há programas que precisam de fomento na área de assistência social, agricultura e preservação de estradas, restando pouco para investimentos.
Lembrou que a WestRock vai fazer sua parte para contribuir com a economia de Três Barras e a prefeitura tem de fazer sua parte. “Por isso precisamos investir em infraestrutura. Por isso buscamos esse financiamento.” Sobre a crítica de que ele não teria investido em infraestrutura no mandato anterior, Shimoguiri diz que entre 2005 e 2007 o Município fez o maior investimento em termos de rodovias, quando empreendeu o desvio da empresa Mili com 75% de recursos próprios.
O prefeito lembrou ainda que o prefeito anterior, Elói Quege (PP), também contraiu empréstimos e deixou dívidas, inclusive. “E o vereador (Sousa) fez parte do governo anterior, inclusive só elogiava o governo”, concluiu.
PROMESSA DE PRESIDENTE
Presidente eleito para os próximos dois anos, o vereador tresbarrense Fabiano Mendes, o Bano, fez um discurso destacando que “jamais imaginei que um gari, e eu fui gari da cidade de Três Barras, iria assumir a presidência de uma Câmara de Vereadores”.
Sobre sua gestão a frente da Câmara, disse que “a gente sabe que quando se elege vereador, a gente tem o compromisso de ajudar o próximo, além de fiscalizar e sugerir as ações do executivo para fazer o município se desenvolver. Eu vou trabalhar de forma ordeira e honesta como a população cobra de seus políticos”, assumiu.
COMPLICOU
Não é apenas uma questão de boa vontade para que a UnC devolva ao Município o terreno cedido há anos na rua Guilherme Prust, em frente à rádio Clube. O Município vem requerendo o terreno que será usado para a edificação do Parque da Cidade.
O problema está no fato de que a UnC usou o terreno como garantia de pagamento de dívida. O Município diz que não vai voltar atrás na pendenga judicial para retomar o terreno ocioso.
NOVOS NOMES
Mais um nome para o futuro Governo do Estado foi confirmado. A Secretaria de Estado da Infraestrutura será chefiada pelo Coronel do Exército Brasileiro Carlos Hassler. Com ampla experiência na coordenação de obras de engenharia urbana, como construção, recuperação e pavimentação de rodovias, pontes e estruturas portuárias ou de transporte, Hassler comandou o 1° Batalhão Ferroviário de Lages e já foi Adido do Exército Brasileiro junto à Embaixada do Brasil na África do Sul. Ele é Mestre em Operações Militares e tem doutorado em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.
Outro nome anunciando anteontem foi o de Roberta Maas dos Anjos como a nova presidente da Casan. Engenheira civil, engenheira sanitarista e mestre em Gestão da Inovação, Roberta é atual chefe da Divisão de Convênios Internacionais da Casan.