Eles pedem a anulação das provas realizadas no domingo, 13, para contratação de 63 profissionais
Pelo menos 25 candidatos que fizeram o concurso para contratação de 63 profissionais para o Município de Canoinhas no domingo, 13, procuraram o Ministério Público nesta quarta-feira, 16. Sob orientação da Promotoria, eles elaboraram recurso que será entregue à empresa Excelência Seleções & Concursos Públicos Ltda, organizadora do certame.
A empresa, que já anulou uma das provas, deve se pronunciar nos próximos dias. Se ela não anular as outras provas, o Ministério Público promete agir.
Conforme mostrou o colunista Edinei Wassoaski, do JMais, as provas apresentavam vários erros gramaticais e apontava pelo menos uma resposta errada, conforme o gabarito. Leia a questão abaixo:

Além de estar sem o necessário hífen, o gabarito aponta que a resposta correta seria a opção “a”.
Entre os vários erros gramaticais detectados pelo colunista, a palavra “sanção”, de sancionar, é grafada incorretamente como “sansão”. Mas há outros problemas ainda mais graves.
Os candidatos que protocolaram recurso apontaram pelo menos quatro fatos atípicos:
Fato I – O Edital de Abertura não obedece o que está regulamentado no Decreto Nacional que dispõe das normas gerais de concursos públicos, quanto ao tempo de abertura, que em seu artigo 7º diz que o edital deverá ser publicado com antecedência mínima de 60 dias em relação à primeira prova, sendo que o edital do certame de Canoinhas foi publicado em 23 de novembro de 2018 e a primeira prova ocorreu no dia 13 de janeiro de 2019, ou seja, em desacordo com o prazo mínimo estabelecido.
Fato II – A Norma Federal em seu artigo 5º, Parágrafo 3, inciso X, rege que os editais devem conter mecanismos de divulgação, com datas, locais e horários, sendo que o edital do certame não contém cronograma com datas, ou seja, está em desacordo com a norma.
Fato III – Em uma das salas de provas para o cargo de Professor de Ciências, sala 23 do Colégio Estadual Santa Cruz, os candidatos estavam misturados a candidatos do cargo de Professor de Educação Física, sendo que a sala possuía apenas um fiscal, sendo que o número mínimo de fiscais são dois. Essa única fiscal não mostrou aos candidatos que as provas estavam lacradas, chamou três pessoas, uma de cada vez, para assinar o papel de abertura das provas, quando outras pessoas a questionaram sobre as provas estarem lacradas, ela disse que se esqueceu de mostrar.
Os candidatos pediram para registrar em ata o fato e ela disse que não havia ata para registrar o fato.
Como se não bastasse esse fato, a mesma fiscal distribuiu as provas de somente um cargo para todos os que estavam presentes na sala. Depois que foi percebido o erro, a fiscal saiu da sala para ir atrás do outro malote de provas, deixando os candidatos sozinhos.
Fato IV – O fato de a prova de Orientador Educacional ter sido anulada (nova prova será feita no dia 27) também tem gerado grande clima de desconfiança por grande parte dos candidatos. A prova foi anulada porque o mesmo caderno distribuído pela empresa à tarde para candidatos do cargo de orientador educacional havia sido usado pela manhã.
CONTRAPONTO
A Prefeitura de Canoinhas emitiu nota lamentando os erros das provas, mas informa que não é responsável pela elaboração das questões dos cadernos. “O Município contratou o Instituto Excelência, que venceu processo licitatório para aplicar o certame. Por isso a prefeitura não tem envolvimento com a preparação e a aplicação das provas. No entanto, orientamos os candidatos a entrarem com recurso junto à empresa para anulação das questões. É um direito de cada candidato que se sentiu prejudicado, impetrar recurso”. O prazo termina nesta quinta-feira, 17.
Desde a manhã desta quarta-feira, 16, o JMais tem tentado contato com o Excelência, mas sem sucesso. No site da empresa eles dizem que atendem somente das 9 às 11h e das 14 às 16h. A reportagem tentou contato nestes horários, mas ninguém atendeu.