Reunião nesta terça-feira, 12, em Florianópolis, deve discutir o assunto para ver as medidas que deverão serão tomadas
A morte de milhares de abelhas no Planalto Norte decorreu da ingestão ou contato com o inseticida fipronil, segundo laudo de análise feita pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). O produto é usado no País para proteger sementes de soja contra insetos como o bicudo.
O fipronil era usado na Europa para proteger cultivos de milho e foi banido há mais de cinco anos pela União Europeia, por causar a morte de abelhas, importantes polinizadoras. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 71 das 100 espécies de cultivo que fornecem 90% dos alimentos do mundo dependem do poder de polinização desse inseto. As mudanças climáticas também estão diminuindo abelhas das espécies Apis mellifera e Bombus (mamangavas) pelas plantações.
A morte em massa de abelhas em Mafra, Canoinhas e Major Vieira preocupou autoridades e apicultores da região. Mais de 300 colmeias foram afetadas na região. Tanto em Mafra quanto em Canoinhas e Major Vieira, amostras de abelhas mortas foram coletadas no final de janeiro pela Cidasc e encaminhadas para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, para análise e verificação da causa das mortes.
Segundo o apicultor e secretário executivo da Associação de Apicultores do Norte Catarinense (Apinorte), Almir Oliveira, em entrevista logo após a coleta das análises, o objetivo era obter os laudos para então iniciar um plano de ação. “Caso fique comprovado que a morte é causada por agrotóxico, vamos encaminhar as amostras ao Ministério da Agricultura e pedir a proibição do produto”, disse o agricultor em janeiro.
Segundo reportagem da NSC TV, produtores, Ministério Público, entidades do governo e fabricantes de agrotóxicos devem se reunir nesta terça-feira, 12, em Florianópolis, para discutir o assunto e ver as medidas que serão tomadas para que mais colmeias não sejam afetadas.