Como funciona a questão da segurança de alunos nas escolas municipais e estaduais

Massacre em escola de Suzano (SP) chama a atenção para como as Secretarias de Educação trabalham a questão nas cidades

 

CORREÇÃO: A DIREÇÃO DA ESCOLA IRMÃ MARIA FELÍCITAS INFORMA QUE MANTÉM O PORTÃO FECHADO DURANTE O HORÁRIO DE AULAS E RECREIO. O DIA EM QUE A REPORTAGEM ESTEVE NA ESCOLA HAVIA UM EVENTO PÚBLICO, POR CAUSA DISSO, O PORTÃO ESTAVA ABERTO.

 

Eram 9h40 da manhã de quarta-feira, 13, quando dois ex-alunos da escola Raul Brasil, de Suzano (SP), invadiram a escola e começaram um massacre que resultaria em sete mortes dentro da escola, uma fora, além das dos próprios assassinos.

 

 

Chamou a atenção de todo o País a facilidade com que os assassinos entraram na escola, que estava com os portões abertos em plena hora de recreio. Nos depoimentos de professores e alunos, a incredulidade de quem não conseguia acreditar que aquela monstruosidade teria acontecido justamente naquela escola. Amigos e parentes dos assassinos repetiam que eles eram “normais, tranquilos” e que jamais imaginavam que eles fossem capazes de fazer o que fizeram. A conclusão é simples: o jamais imaginado pode acontecer em qualquer lugar.

 

 

Diante do choque nacional, a Secretaria da Educação de Santa Catarina emitiu nota lamentando as mortes e ressaltando que em relação à segurança das escolas estaduais, as unidades contam com câmeras de monitoramento, sensores e vigilância humana, distribuídos de acordo com as necessidades da escola. Os portões das escolas ficam fechados durante o período de aula para melhor controle da circulação das pessoas.

 

 

A nota segue afirmando que em Santa Catarina existe uma Política de Prevenção às Violências na Escola que orienta e prevê a criação de Núcleos de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola (Nepre) na Secretaria, nas Gerências Regionais de Educação (Gered) e nas unidades escolares estaduais. Os Nepres fazem o trabalho articulado de educação e prevenção. Para isso, contam com o Nepre Online, que possibilita o registro das ocorrências, identificando por tipo e motivo da violência para que sejam tomadas as devidas providências pedagógicas, administrativas e intrasetoriais, articulando a rede de serviços no âmbito da assistência social, da saúde, da segurança pública, e com apoio do Ministério Público, do Conselho Tutelar e, principalmente, da família. O Nepre Online gera dados, que são usados para elaborar das políticas educacionais preventivas feitas pela Secretaria de Estado da Educação.

 

 

De fato há câmeras em todas as escolas. No ano passado, no entanto, vândalos quebraram as existentes na Escola Frei Menandro Kamps, em Três Barras. Eles invadiram a escola pulando o muro, queimando livros e vandalizando a escola.

 

 

Ainda em Três Barras, recentemente, vândalos invadiram a escola General Osório pelo telhado.

 

Em Canoinhas, não é difícil entrar nas escolas estaduais. Ao contrário do que diz a Secretaria, a maioria das escolas mantêm os portões abertos a maioria do tempo. Nos últimos dias a reportagem entrou sem dificuldades no Almirante Barroso e no Irmã Maria Felícitas (LEIA ESCLARECIMENTO ACIMA), dois dos maiores colégios estaduais do Município. O Sagrado Coração de Jesus, no entanto, tranca os portões durante o horário de aula e recreio.

 

 

MUNICIPAIS

Nas escolas municipais de Canoinhas não há uma regra. O secretário de Educação, Osmar Oleskovicz, afirma que “cada escola é uma realidade. O diretor tem autonomia para discutir medidas de segurança junto à comunidade”. O secretário prega o diálogo, exemplificando que recentemente, na escola Xeila Cornelsen, no Campo d’Água Verde, havia pessoas suspeitas rondando a escola. A diretora conversou com essas pessoas e elas deixaram de circular no entorno da unidade.

 

Sempre que um problema de segurança se apresenta, acrescenta Osmar, a direção é orientada a convocar a comunidade escolar e definir medidas.

 

 

Embora acredite que o ocorrido em Suzano está bem longe da realidade canoinhense, o secretário admite que segurança é uma preocupação. Sobre a abertura dos portões durante o período de aula, ele diz que alguns diretores determinam o fechamento, outros não. Nesta semana Osmar pretende reunir os diretores para discutir a questão. “Não podemos colocar o caso de Suzano como regra geral. Precisa ser estudado. Mas se for o caso de fecharmos nossas escolas, não é difícil. Precisamos conversar com nossos pais e repassar um comunicado”, afirma.

 

 

O bullying, outro problema que ficou evidenciado com os depoimentos de que os assassinos eram hostilizados na escola, é assunto constante nas escolas municipais, segundo Osmar. “O bullying é quase uma disciplina, trabalhada todos os dias. Se alguém for vítima é orientado a procurar a direção pedagógica. Nossos professores estão atentos a qualquer sinal”, afirma.

 

 

COMO IDENTIDIFICAR UMA CRIANÇA QUE SOFRE COM BULLYING

  • No recreio ele nunca participa das brincadeiras com os colegas;

  • É sempre o último a integrar as equipes de trabalho;

  • Fala baixo demais e tem medo de emitir opiniões;

  • Eventualmente ele aparece com marcas visíveis de agressão, como mordida, beliscão ou roupas sujas.

 

 

 

 

 

 

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