Com a bola no campo, a máxima de que clássicos não são jogos comuns continua viva
No começo do ano, muitos esperavam que o Flamengo com suas contratações milionárias e o comando do técnico Abel Braga dominasse facilmente o cenário carioca, com grandes clubes em crise e passando por maus bocados financeiros – o exato oposto da situação flamenguista. Entretanto, com a bola no campo, a máxima de que clássicos não são jogos comuns continua viva.
As contratações milionárias de nomes como o ex-cruzeirense Giorgian de Arrascaeta, Bruno Henrique do Santos e Rodrigo Caio, outrora do São Paulo foram elogiadas quase em uníssono pela mídia especializada e pelos fãs do time, por serem compras que não só reforçariam o Flamengo como também enfraqueceriam rivais diretos a títulos como o Campeonato Brasileiro e a Libertadores. Enquanto isso, seus rivais Vasco, Botafogo e Fluminense encontravam dificuldades até mesmo de manter salários em dia.
Mas até aqui, as expectativas não têm sido atendidas. No primeiro termômetro do ano, o Campeonato Carioca, o Flamengo não tem atuado no nível que se espera de um time que gastou mais de 108 milhões de reais em sua janela de transferências nem mesmo contra os seus adversários menores, como Resende e Volta Redonda.

Os clássicos também tem sido decepções para a torcida. Até aqui, o time havia ganhado apenas uma das três partidas disputadas contra seus rivais Botafogo, Vasco e Fluminense, vencendo o primeiro por 2 a 1, empatando com o segundo em um 0 a 0 e perdendo do último, 1 a 0.
E a derrota para o Fluminense custou ao Flamengo a vaga na final da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca. Foram avante Vasco e Fluminense, com o primeiro ganhando o confronto por 1 a 0.
Mas ainda é cedo para julgar o sucesso desse novo time flamenguista. Já é até mesmo possível fazer uma aposta nas chances do Flamengo ganhar seus campeonatos vindouros, uma vez que ainda há no horizonte as disputas pelo Carioca, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e até a tão sonhada Libertadores.
Falando da competição continental, o Flamengo começou bem sua campanha na fase de grupos com vitórias contra o San José na Bolívia, onde a altitude é sempre um problema para os brasileiros; e contra a LDU do Equador no Maracanã, com uma vitória significativa de 3 a 1 sobre os campeões da Libertadores de 2008.

Em frente às redes, o ex-Santos Gabigol parece mostrar sinais de que ele pode deslanchar e ultrapassar o antigo dono da sua posição no time, Henrique Dourado, que foi vendido ao time chinês Henan Jianye em fevereiro. No meio-campo, a ausência de Lucas Paquetá, que se instaurou como titular no meio campo do Milan na Itália, ainda tem de ser preenchida uma vez que Arrascaeta tem batido na trave em suas atuações.
E o Campeonato Carioca continua sendo uma caixinha de surpresas. No papel, o time do Flamengo tem tudo para chegar às finais da Taça Rio e do Carioca. O que é necessário é tão somente colocar isso em prática.
Não será uma missão fácil para o técnico Abel Braga, que já começa a ser questionado quanto a sua habilidade para deixar o Flamengo a ponto de bala como esperam seus fãs. Porém, considerando o sucesso de Abel em times com muito menos recursos no passado, aliado com a possível paciência da diretoria rubro-negra, dificilmente o Flamengo sairá esse ano de mãos abanando em títulos, como foi o caso no ano passado.