Futuro do tabaco estará em discussão na Rússia na próxima semana

cop 6A principal atividade agrícola de Canoinhas, que coloca o Município no topo do ranking de produtores do Estado, o tabaco será tema da 6ª Conferência das Partes (COP 6) que acontece em Moscou, na Rússia, entre 13 e 17 de outubro.

Como presidente da Associação dos Produtores de Tabaco do Sul do Brasil (Amprotabaco), o prefeito de Canoinhas, Beto Faria (PMDB), participa do evento. “Precisamos discutir medidas restritivas para o consumo do tabaco, não para restringir a produção”, sintetiza Faria ao falar sobre os objetivos da Amprotabaco na conferência.

Para o prefeito, ao falar da concepção da Amprotabaco, não se restringe o consumo, onerando o produtor. “Se não produzirmos mais fumo, a China e a África vão aproveitar esse filão e explorar a fumicultura”, avalia.

Faria frisa o grande movimento econômico que o fumo proporciona em Canoinhas. “Se o fumicultor vai mal, o comércio local vai mal.”

 

SINDCOP1COP 6

 A 6ª Conferência das Partes (COP 6) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) foi um dos assuntos tema de análise durante os encontros individuais ocorridos entre as entidades representativas dos produtores de tabaco nos últimos anos.

O documento que fundamenta a pauta da reunião de Moscou, segundo informações trazidas pela Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA) durante um dos encontros esse ano, demonstra que propostas mais agressivas e negativas contra a produção foram eliminadas, sendo que, em muitos dos parágrafos, já se reconhece que nenhum produtor pode ser forçado a abandonar a cultura de tabaco antes de uma análise detalhada e de longo prazo sobre alternativas identificáveis e viáveis, e que os produtores devem participar da análise e dos ensaios de campo necessários.

Conforme o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, as entidades representativas dos produtores de tabaco, formadas pelas federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), com o apoio da Amprotabaco, fizeram um roteiro de visitas aos ministérios, principalmente da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Desenvolvimento Agrário (MDA).

 

ARTIGOS

Os artigos 17 e 18 do contrato já existente entre os países integrantes da Conferência, que dizem respeito a diversificação nas propriedades e meio ambiente é um dos pontos que preocupam.

Em relação ao artigo 17, que trata da diversificação dos produtores para reduzir a produção de tabaco, o setor fumageiro não apresenta muitas divergências no que se refere ao que diz o texto. O que é reivindicado é a participação de entidades representativas nas discussões acerca do tema. De acordo com um estudo da Afubra, em 309 mil hectares cultivados com tabaco, o produtor consegue uma receita bruta de R$ 5,4 bilhões. Para conseguir a mesma receita com cultivo de soja, seriam necessário 1,418 milhão de hectares.

No que diz respeito ao artigo 18, meio ambiente, o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, destaca que o Brasil é um exemplo mundial desde a década de 1970, quando foi providenciada nas propriedades a constituição de florestas energéticas para preservar matas nativas. “Nossa preocupação é que se atenham ao que dizem os artigos e não façam alterações ou introduzam itens que venham a prejudicar a atividade do produtor”, concluiu Werner.

Em relação à retirada de restrições do documento, Werner acredita que atualmente existe uma compreensão maior por parte do Grupo de Trabalho da CQCT a respeito da cultura. “Neste aspecto precisamos destacar o apoio dos deputados e o trabalho das entidades junto aos ministérios na COP 5. Na verdade, os artigos estavam sendo mal interpretados, isto é, havia um entendimento errôneo em relação à implementação de novas culturas (diversificação) e à área plantada. A série de restrições ao produtor de tabaco foram retiradas do texto, ou seja, há um uma compreensão maior sobre a cultura, principalmente sobre diversificação. Hoje, é sabido que primeiro é preciso primeiro apresentar novas culturas viáveis e rentáveis para depois substituir o tabaco e não o contrário”, observa. Este entendimento, na avaliação de Werner, ocorreu também pela alteração do Grupo de Trabalho da CQCT. “Parece que se conscientizaram que, por enquanto, a cultura é imprescindível”, acrescenta.

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