Beto Passos e a oposição

Prefeito de Canoinhas completa meio mandato sem insurgência da Câmara

 

 

OPOSIÇÃO BRANDA

Há duas semanas entrevistei o ex-prefeito de Canoinhas, Beto Faria (MDB), no programa Fala Cidade, da 98FM. Tentei arrancar dele uma avaliação do governo Beto Passos (PSD), que o derrotou na eleição passada, acabando com 12 anos de MDB à frente da prefeitura de Canoinhas. Esforço em vão. Faria, diplomático como de costume, saiu pela tangente e nem diante da minha insistência arriscou um palpite.

 

 

Más notícias ao MDB que, como alertei na semana passada, precisa se reinventar se quiser vencer as eleições do ano que vem. Tem pela frente, acima do segundo round com Passos, o desafio de entender a chamada “nova política”, a grande vitoriosa da eleição passada, representada por Jair Bolsonaro e Carlo Moisés da Silva (ambos PSL).

 

 

 

Facilitar a vida de Passos não parece o melhor caminho para a oposição, mas é o que ela tem feito. A Câmara de Vereadores, caixa de ressonância política em qualquer cidade, tem três vereadores do MDB. O único que bate de frente com o prefeito é Paulinho Basilio. Camila Lima embarca na onda dele de vez em quando, enquanto que Telma Bley já demonstrou publicamente simpatia pelo prefeito, como quando participou da reunião que definiu o aumento da Cosip, para a qual Camila e Paulinho não tinham sido convidados.

 

 

Como voz única no deserto, Basilio enfrenta a tropa de choque de Passos, representada por seis vereadores, que acaba abafando sua voz. É bom lembrar que a tropa de choque é composta por gente do calibre de Paulo Glinski (PSD), o que tem maior conhecimento do regimento interno da Câmara, além de, como advogado, conseguir explicar o imponderável por meio da legislação.

 

 

O mais surpreendente passado metade do governo Beto Passos é a manutenção da base aliada. É muito comum – e não foi diferente em governos anteriores – prefeitos chegarem ao terceiro ano de mandato tendo de administrar uma rebelião da base. A votação da Cosip até estremeceu essa base, que não rachou. Passado o recesso, parece que voltou mais unida. Havia a perspectiva de que Mario Erzinger (PR) ou até mesmo Célio Galeski (PR) desembarcassem. Não aconteceu.

 

 

Com essa tropa de choque disposta a comprar briga por Passos irredutível, a oposição que, creio, vai muito além do MDB em 2020, precisa abrir o olho. Se Passos mantiver esse apoio até a próxima eleição, quem sobra para o MDB?

 

 

 

 

CANOINHENSES DE MAFRA

O título parece contraditório, mas é isso mesmo que está acontecendo. Desde o começo da semana não nasce um canoinhense. A falta de um pediatra plantonista está provocando a transferência de gestantes prestes a dar a luz a Mafra. A Maternidade Catarina Kuss é referência regional.

 

 

 

 

RECURSOS

Vereador Coronel Mario Erzinger (PR) formulou requerimento ao Poder Executivo, solicitando que sejam procedidos estudos técnicos necessários para a implantação de um escritório de projetos na Prefeitura para o aperfeiçoamento de estratégias, que visem a melhoria dos processos para a captação de recursos no Estado e no País.

 

 

Justificou que existem formas de se captar recursos através de projetos, principalmente nas áreas de cultura, esporte e turismo, citando como exemplo a captação de recursos para a realização do Teatro da Paixão e Morte de Cristo na comunidade do Salto d’Água Verde.

 

 

 

 

AS USINAS

Apesar de os prefeitos avaliarem como positivo o anúncio do governador Carlos Moisés da Silva (PSL) de construir usinas de asfalto nas regiões, eles encaram com certo ceticismo que esta seja a solução para as deterioradas rodovias estaduais. Presidente da Amplanorte e prefeito de Major Vieira, Orildo Severgnini (MDB), disse ao governador: “Quero saber o que tem para hoje”, se referindo a impossibilidade de se esperar mais tempo para resolver o problema da caótica SC-477, que liga Canoinhas à BR-116. Há ainda a questão de sinalização e conservação. A limpeza deve ser feita via convênio com presídios.

 

Em tempo: a princípio a usina de asfalto deve ser construída em Papanduva por uma questão logística.

 

 

 

 

“Até agora esse governo não mostrou a que veio”

do presidente da Amplanorte e prefeito de Major Vieira, Orildo Severgnini (MDB), sobre a gestão Moisés

 

 

 

 

AGENTES

Por decisão do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), os órgãos públicos responsáveis pela fiscalização do tráfego de veículos não precisam mais publicar na internet a lista com os nomes e número de matrícula dos agentes encarregados de aplicar multas aos motoristas que infringirem as leis.

 

 

 

JUSTIÇA

O objetivo da medida era tornar o sistema mais transparente, fornecendo mais elementos para eventuais recursos contra multas, mas muitos protestaram por entender que a veiculação de dados pessoais dos agentes de trânsito era uma ameaça à integridade destes profissionais.

 

 

 

O presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC),  desembargador Rodrigo Collaço, recebeu nesta semana lideranças de Mafra e Rio Negrinho a fim de tratar de iniciativas para melhorar o atendimento do Poder Judiciário nas referidas comarcas. A primeira reunião foi com membros da seccional de Mafra da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que pleitearam ampliação do quadro de pessoal e ações para dar mais agilidade aos processos.

 

 

Já a comitiva de Rio Negrinho, formada pelo prefeito da cidade, Júlio Ronconi, pela juíza Fabrícia Alcântara Mondin e por integrantes do Executivo e da CDL, tratou da construção do fórum local. O presidente informou que o TJ já contratou o projeto, que deverá estar pronto até março de 2020. Já o início das obras está previsto para fevereiro de 2021, após a conclusão do procedimento licitatório.

 

 

 

FALANDO NISSO

Nada de se repassar o prédio do antigo Fórum de Canoinhas para o Município. Enquanto a lerdeza burocrática reina absoluta o prédio se deteriora.

 

 

 

MOBILIZAÇÃO

Servidores públicos efetivos de São Mateus do Sul se reuniram ontem no Sindicato da categoria para discutir sobre um projeto de lei que deve dar entrada na Câmara de Vereadores que altera os vencimentos dos efetivos, congelando o plano de cargos e salários. A categoria promete fazer pressão para que o texto não passe.

 

 

 

 

 

 

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