Cerca de 800 produtores de tabaco participam de evento em Canoinhas

Foto: Rodrigo Melo/Divulgação

Cerca de 800 produtores de tabaco se reuniram no Centro de Eventos A Firma, em Canoinhas (SC), para celebrar o dia 28 de outubro, Dia do Produtor de Tabaco. Esta é a segunda edição do encontro promovido pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaesc), Federação da Agricultura e Pecuária (Faesc) e Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). Em 2013, a data foi celebrada em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.

Representantes de toda a cadeia produtiva foram a Canoinhas prestigiar o evento. A abertura foi feita pelo tesoureiro da Afubra, Marcílio Laurindo Drescher. “A cadeia produtiva do tabaco é exemplo para a organização para outras culturas. É preciso termos orgulho do nosso trabalho”, destaca Drescher.

O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, parabenizou os produtores pela grande contribuição à economia catarinense. “A produção de vocês, produtores de tabaco, reverte em divisas e renda que melhoram a qualidade de vida dos municípios de nosso Estado. Acima de tudo, nosso compromisso é defender esta categoria que tem uma atividade muito organizada, mas que está sendo fortemente combatida”, afirmou.

José Walter Dresch, presidente da Fetaesc, conclamou a sociedade para aprofundar o debate sobre a fumicultura. “Este é um bom momento para lembrar os inúmeros entraves que esta atividade tem enfrentando nos últimos anos, no sentindo das criticas inventadas por quem não conhece a atividade, fazendo que centenas de famílias fiquem preocupadas sobre seu futuro. É preciso dizer que esta atividade é importante, gera renda, gera bem-estar e traz segurança para milhares de famílias. Tem muita gente falando alto que não conhece a produção de tabaco de fato. É preciso ouvir quem vive o dia a dia no campo, no âmbito da agricultura familiar”, disse.

Para o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, o produtor deve se orgulhar de fazer parte de uma cadeia produtiva tão importante quanto o tabaco. “Geramos tantos empregos no campo e nas cidades, somos um potencial de desenvolvimento nos municípios, pois a produção do campo alimenta outras oportunidades nas cidades, especialmente na geração de renda e empregos. Temos muitos motivos para nos orgulharmos desta atividade, instituída legalmente no Brasil”, afirmou.

Schünke também falou da importância da união de forças para defender o  setor contra ações antitabagistas. “Quem deve determinar se vai ou não plantar o tabaco é o produtor. A primeira decisão é do produtor. A segunda decisão é de mercado, que determina se vamos ter uma maior ou menor demanda pelo produto. Conseguimos avançar ou pelo menos minimizar as ações de antitabagistas. Daí a importância de termos esta união entre toda a cadeia produtiva para defendermos este setor. Tenho certeza que a união de forças vai permitir que a gente continue mantendo o Brasil como o segundo maior produtor mundial e maior exportador da folha”, afirmou.

Marcelo Moraes, deputado do RS, afirmou que “quem planta tabaco não planta nada ilícito e deve ter o respeito dos governos estaduais e municipais, mas precisa especialmente ter mais atenção do governo federal que não tem uma posição firme sobre a cadeia produtiva”.

O tabaco é a quarta maior economia agrícola do estado de Santa Catarina, atrás somente do frango, de suínos e do leite. É a primeira atividade vegetal que gera renda e circula a economia no estado catarinense. Airton Spies, secretário de Estado da Agricultura e Pesca, representou o governador Raimundo Colombo no evento e defendeu o sistema integrado da produção de tabaco. “A agricultura familiar precisa de alta densidade econômica em pequenas áreas. Hoje em dia não é o tamanho da propriedade que define a renda do produtor, mas a forma como ela é utilizada. Hoje temos três cadeias produtivas que vão muito bem: a avicultura, a suinocultura e o tabaco. O que elas têm em comum é a integração, que garante assistência técnica e comercialização. No caso do tabaco, percebemos que é o setor que mais atende a legislação e preocupa-se com a conformidade legal. Significa que o tabaco está dando lições para outras atividades agrícolas no sentido da produção sustentável”, elogiou Spies reafirmando o compromisso do governo do Estado com os produtores de tabaco.

Canoinhas é o maior município produtor de tabaco de Santa Catarina. O prefeito, Beto Faria, falou da importância da produção da folha para a comunidade que na última safra gerou mais de R$ 80 milhões de receita. “O tabaco é o principal produto com valor agregado para a receita do município e possibilita uma distribuição de renda importante, diminuindo o êxodo rural. É dentro desta cadeia produtiva bem estruturada e organizada que temos percebido a manutenção da qualidade de vida dos municípios produtores”, avaliou.

A programação contou com depoimentos de produtores de Bandeirante, Barra Bonita, Braço do Norte, Canoinhas, Imbuia, São João do Sul e Vidal Ramos. Apesar de morarem em diferentes regiões do Estado, em comum eles tem a tradição do cultivo do tabaco e a geração de renda e, consequentemente, a qualidade de vida gerada a partir do tabaco. Na parte da tarde, o evento seguiu com a palestra do presidente da Afubra, Benício Albano Werner, culminando com o show da dupla Osvaldir e Carlos Magrão.

DATA QUE VEM DA HISTÓRIA

 Em 1492, Cristóvão Colombo navegava em direção às Américas quando dois tripulantes presenciaram, em 28 de outubro, na ilha hoje denominada Cuba, o uso de folhas conhecidas pelos nativos como Cohiba, atualmente chamada tabaco. Em 2012, 520 anos depois, a Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA) instituiu o dia 28 de outubro, como o Dia do Produtor de Tabaco. Nno Brasil, o Rio Grande do Sul foi o primeiro a oficializar a data ao aprovar o projeto de autoria do deputado estadual Heitor Schuch. A lei nº 14.208 passou a vigorar em 6 de março de 2013. Santa Catarina instituiu a data no dia 11 de setembro de 2013 (lei nº 16.114), proposta pelo deputado estadual Mauro de Nadal. Já no Paraná, a lei nº 17.729, de 23 de outubro de 2013, foi resultado da proposta do deputado estadual Antonio Anibelli Neto.

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