Partidos lançam nomes com o objetivo de negociar; número de candidatos tende a ser mínimo
A 100 dias das eleições municipais o tempo extra ganho pelos partidos políticos por causa do adiamento de nada adiantou do ponto de vista estratégico. Coligações, conversações e parcerias também foram adiadas e o que se vê neste momento é a tática de efeito duplo de expor nomes e esconder intenções. O que mais se vê são nomes pipocando como pré-candidatos, boa parte tentando ganhar valor no mercado político para garantir a vice ou, em casos mais modestos, uma secretaria municipal.
Canoinhas tem como certa mesmo a candidatura de Beto Passos (PSD) a reeleição. No sábado, 7, em entrevista ao JMais, ele confirmou que optará pelo pragmatismo e repetirá a dobradinha com Renato Pike (PL). “Não vejo neste momento outro nome para vice”, taxou Passos.
Assim como em 2016, o embate tende a ser entre PSD e MDB, que já indicou o vereador Paulinho Basilio como pré-candidato. Por mais que haja resistência ao nome do presidente da Câmara entre os emedebistas, o partido é enfático em afirmar que não aceita ser vice de ninguém. Até aí tudo bem. O problema é que a vice dos sonhos do MDB, Norma Pereira (PSDB), também torce o nariz para ser vice de alguém. Norma tem reafirmado sua pré-candidatura a prefeita, vem conversando com todos os partidos (menos PSD, PP e PL, que estão com Passos) e, nos bastidores, admite não aceitar ser vice de Basilio, o que inviabiliza a coligação considerada ideal pelas duas siglas, desde que a outra aceite a vice.
Também segue firme a pré-candidatura do advogado Ivan Krauss (PRTB). Mas ele não nega que venha conversando com Norma Pereira. Krauss, no entanto, afirma que deve anunciar seu candidato a vice na próxima semana. O Podemos partido que cresceu exponencialmente em Canoinhas nos últimos meses também vem demonstrando simpatia por Norma.
TRÊS BARRAS
A candidatura óbvia de Luiz Shimoguiri (PSD) só encontra igual certeza na de Marco Antonio de Souza (MDB), que vem se firmando desde o começo desta legislatura como oposição e direcionando seu discurso de uma forma propositiva, se colocando como opção para o que ele chama de uma visão diferente de gestão.
O que está ameaçada é a continuidade da dobradinha de Shimoguiri com seu atual vice Gilson Nagano (PL). Pelo prefeito, apesar da gestão tumultuada com Nagano e por recomendação do prefeito de Canoinhas Beto Passos, que faz gosto em ver a mesma dobradinha se repetindo em Três Barras, a parceria se repete. Nagano, no entanto, vem demonstrando descontentamento com Shimoguiri há anos e quer resolver essas questões antes de passar recibo para mais quatro anos. Como em política não existe espaço vago, Shimoguiri já sonda outros possíveis vices, entre eles, a ex-primeira dama Ana Claudia Quege (PP).
Souza diz que na hipótese de o MDB ir de chapa pura, o ex-vereador Luciano Grein seria o nome para sua vice. “Sobre outros partidos, vemos eles orbitando em torno do prefeito e do vice, mas se eles confirmarem a coligação entre eles, devem sobrar outras siglas que eventualmente conversarão conosco. Mas não é nossa prioridade, estamos preparados para disputar a eleição”, diz Souza.
Nagano não nega nem confirma, mas nos bastidores vem articulando uma possível candidatura tendo o presidente da Câmara de Vereadores Fabiano Mendes (PL) na vice ou um nome do PSC, partido com o qual tem conversado.
Ex-PSL, bolsonarista-raiz, André Neves seguiu o exemplo do presidente, deixou o PSL e ingressou no PRTB, partido do vice-presidente Hamilton Mourão. Neves reafirma sua pré-candidatura e admite que possa sair com chapa pura, mas ainda sem indicação de vice.
O vereador Adilson Martins, o Dega (PDT), também vem ensaiando uma possível pré-candidatura.
BELA VISTA DO TOLDO
Se em Três Barras o racha entre prefeito e vice é uma incógnita, em Bela Vista do Toldo é dada como certa. Adelmo Alberti (PSL) vai a reeleição sem Carlinhos Schiessl (que trocou o PSD pelo PDT). O racha repete o que aconteceu na eleição passada, quando o vice de Gilberto Damaso da Silveira (MDB), Eraldo Schiessl (PP), entrou na disputa contra o então prefeito. Alberti, por sua vez, estuda trazer para sua vice o vereador Dauvã Miswa (PT) ou Alfredo Carlos Dreher (Podemos).
Schiessl já fechou a vice com o atual presidente da Câmara, Sandro Mielke (MDB).
A tendência é de que a disputa polarize entre o prefeito e seu vice. PSDB PSL, Podemos, PT, Cidadania e PL tendem a apoiar Alberti, enquanto que DEM, PDT, MDB, PP e PSD vão com Carlinhos.
MAJOR VIEIRA
A operação Et Pater Filium abalou a pré-candidatura de Hélio Schroeder (MDB), que embora nada tenha a ver com a ação do Ministério Público que atingiu o prefeito Orildo Severgnini, precisa agora descolar seu nome do governo para não atrapalhar sua candidatura. Schroeder deve sair com Jairo Schemczak (Podemos) na vice.
Há mais três chapas se ensaiando em Major Vieira. Adilson Lisczkovski (Patriota), vice-prefeito do governo anterior de Orildo Severgnini (MDB), vai tentar a prefeitura novamente tendo Edson Schroeder (PT) na vice. Em 2016, Adilson rompeu com Severgnini e lançou candidatura, mas perdeu.
Aline Ruthes (PSDB) também vai entrar na disputa tendo o vereador Marcio Veiga (PP) na vice.
Há ainda o policial da reserva Sérgio Lezan e Aristeu da Silva com chapa pura fechada pelo Republicanos.
De todo esse cenário regional, façam suas apostas para, primeiro, ver quais candidaturas de fato vão vingar e, num segundo momento, quem tem chances de levar essa. “Esse é período de especulações e há ainda o cenário de pandemia, que é totalmente desfavorável para novos nomes, o que deve pesar na decisão de muitos destes pré-candidatos quando receberem propostas de coligação de alguém mais conhecido”, analisa o colunista e editor do JMais, Edinei Wassoaski.