Segundo o historiador Fernando Tokarski, esta cruz, que data de 1895, foi plantada no alto da colina no início da povoação de Canoinhas pelo pioneiro Francisco de Paula Pereira e um grupo de pessoas que acompanharam o evento. Após a construção da 1ª capela, a cruz encimou o altar até o incêndio de 1945 que dizimou a construção, menos a cruz que permaneceu em pé, ainda que chamuscada pelo fogo.
A comunidade canoinhense sempre manteve profundo respeito pela cruz da colina que foi fixada na atual capela, construída por ocasião das comemorações do cinquentenário de Canoinhas, em 1963, sendo o atual CESC ainda um educandário marista.
Trata-se de uma relíquia exposta do início da colonização que resistiu a tudo menos a destruidora força do vandalismo e da ignorância, talvez até do espírito revanchista daqueles que se julgam os donos do poder e da verdade, que desmerecem a tradição, na tentativa de apagar os traços históricos marcantes do povo desta cidade, para vê-lo mergulhar ainda mais no ostracismo e na distorção da escala de valores existenciais.
Sabe-se da importância de manter a história viva e fluente,especialmente a história da nossa região, pois quem “não tem passado não vislumbra o futuro”, porém ainda há pessoas, verdadeiros guardiões, que prezam pelo patrimônio histórico e observam atentamente as marcas do tempo no espaço disponível.
Anonimato não existe, pois uma vez desencadeada a destrutiva e ameaçadora ação, certamente a face oculta dos agressores virá após cair a neblina criada pela camuflagem proposital. Ninguém sabe, ninguém viu; era madrugada, e o silêncio do antigo cemitério dominava o ambiente, e o invasor, causa pensada, talvez agressão encomendada, atingiu o objetivo: mostrar quem é mais forte, quem é mais poderoso, quem é mais inteligente, logo após, jactâncias pelo sucesso obtido na operação vandalismo.
Mas a lição para os legítimos canoinhenses foi escrita neste episódio: há pessoas que não vivem para servir, portanto, não servem para viver em democracia, aceitando sugestões, discutindo propostas com seriedade, projetando obras edificantes, dialogando com os demais sem rancor, assumindo posturas verdadeiras. Deixem cair as máscaras, senhores vândalos!
Canoinhas, 104 anos de paz e prosperidade. Vamos cuidar do que nos pertence!