A tragédia do Turismo em Canoinhas e região

Faltam políticas públicas que chamem a atenção de quem gosta de conhecer novos lugares

 

 

TRAGÉDIA

Quem tem dinheiro e vive o privilégio de duas ou mais vezes ao ano se dar o prazer de viajar pelo simples desejo de conhecer novos lugares sabe o quanto é cansativo visitar os “lugares da moda”. São filas intermináveis, gente se acotovelando para ver determinando monumento, preços exorbitantes e por aí vai. Mesmo assim, claro, ninguém deixa de conhecer o Museu do Louvre ou a Estátua da Liberdade se tiver condição financeira para tanto.

 

 

 

 

Ocorre que chega um momento que o “turista profissional”, por assim dizer, se cansa de tantos lugares óbvios e busca em recantos naturais pouco explorados a chance de conhecer algo inusitado, porém, compensador. É aí que entram os pequenos municípios. Para os canoinhenses, por exemplo, uma igrejinha no Rio da Areia, a dois quilômetros de uma bela cachoeira pode ser desinteressante. Para um paulista, que passa a semana toda em uma selva de pedra, tendo uma árvore ou outra que emerge do concreto como única referência à natureza na sua rotina, esse cenário natural vale muito.

 

 

 

 

Por que esses turistas não procuram essas pequenas cidades?

 

 

 

 

 

Pelo simples motivo que não há incentivo ao turismo em pequenos municípios. Os próprios gestores não acreditam no potencial de suas cidades.Turismo se faz de infraestrutura adequada e muita propaganda para dar impulso ao boca a boca positivo.

 

 

 

 

 

Recortando apenas Canoinhas, fomos o epicentro de um dos maiores (senão o maior) conflito armado da história do Brasil, temos uma das cervejarias artesanais mais antigas do país e um interior exuberante. O que fazemos com essas informações?

 

 

 

 

 

A praça do Contestado, há anos, tem um monumento que nada diz, porque as letras de bronze foram furtadas. Na contramão da ascensão das cervejarias artesanais, a Canoinhense, do saudoso Loeffler, está praticamente fechada. As rotas turísticas pelo interior de Canoinhas, bravamente defendidas pela Associação de Cooperação e Apoio ao Turismo Rural (Acatur) de Canoinhas consegue, com muito custo, atrair os moradores da própria cidade. Pra catapultar de vez o desinteresse pelo turismo local, Canoinhas saiu da Rota do Contestado criada pelo Ministério de Turismo porque o gestor do Turismo (sim, esse cargo existe na prefeitura de Canoinhas) se esqueceu de reunir o Conselho de Turismo, só reformulado depois que o JMais denunciou essa grave consequência.

 

 

 

 

 

Chamou-me atenção essa questão porque ao longo desta semana acompanhei uma série de reuniões nas quais seis municípios de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte apresentaram cases de sucesso na área de turismo em suas cidades durante encontro promovido pelo DEL Turismo em Balneário Camboriú. Esse programa é desmembramento do DEL, que busca soluções para o desenvolvimento econômico local, do qual tive conhecimento em viagem à Alemanha, amplamente documentado aqui na coluna no ano passado. O DEL é estimulado em Santa Catarina pela Federação das Associações Empresariais (Facisc).

 

 

 

 

 

 

Dado o contexto, o que de fato me chamou a atenção é que entre esses Municípios estava Rio Negrinho, isso mesmo, município que é praticamente um reflexo de Canoinhas em relação a extensão, economia e população. Lá, o gestor de Turismo criou uma logomarca para trabalhar o turismo voltado ao caminho do trem que circulava pela cidade (qualquer semelhança com Marcílio Dias não é coincidência) e, vejam só, a criação de um prato típico. Tudo começa por uma boa logomarca, um bom slogan (e não vale Canoinhas, cidade que amo, que serve muito bem para o público interno, mas nada diz a turistas) e um motivo de atração. Temos aqui, pelo menos, uns cinco, só pra começar. O que falta é gente de visão, um bom planejamento estratégico e um gestor, no caso, o prefeito, que veja o turismo como uma importante fonte de renda e de valorização dos habitantes da cidade.

 

 

 

 

 

 

PORTAL

Há de se frisar que neste último ano de gestão, ao menos, o governo Beto Passos lançou um belo Portal de Turismo, iniciativa da assessoria de imprensa da prefeitura que elenca  pontos “visitáveis” da cidade, mas que estão longe de serem pontos turísticos porque nenhum oferece a infraestrutura necessária para ser encarado como tal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ORÇAMENTO

A divisão do orçamento de Canoinhas para este ano nada destina ao Fundo de Turismo que, por conseguinte, não existe. Esse é ponto base para se conseguir qualquer recurso de fomento para a área junto ao Governo do Estado ou Federal. 

 

 

 

 

 

 

POUCA ADESÃO

O coronavírus salvou os bolsonaristas canoinhenses do fiasco neste domingo, 15. Convocação pelo Facebook para manifestação em apoio ao governo tinha seis confirmações antes de o próprio presidente Jair Bolsonaro pedir para as pessoas não irem às ruas porque o recado ao Congresso já havia sido dado. Isso, frisou o presidente, apesar de ele não ter nada a ver com a “manifestação espontânea”.

 

 

 

 

 

REAÇÃO

Enquanto o poder público acompanha com atenção o avanço do coronavírus no país, empresas da região estão tomando medidas. A Mili SA está convocando os funcionários a se vacinarem contra a gripe e recomendando que eles evitem frequentar locais de grande aglomeração de pessoas diferentes da empresa ou de suas casas. Já a WestRock está promovendo palestras aos funcionários e restringindo viagens. Está priorizando, também, reuniões virtuais.

 

 

 

 

SANÇÃO

Na denúncia contra a Progresso Ambiental por supostamente ter fraudado licitação para asfaltamento de trechos de 12 ruas de Canoinhas, o Ministério Público atenta para a disseminação de acusações que a empresa faz contra membros do poder executivo. “O Município de Canoinhas deve ser reparado igualmente em seu patrimônio imaterial, concernente a sua imagem e reputação seriamente comprometidas na sociedade canoinhense, especialmente levando em conta as afirmações inverídicas que a ré vem propagando a respeito do ente público, no sentido de que a decisão por este proferida é, a seu ver, ‘arbitrária’, ‘sem qualquer amparo legal’ e teria sido proferida em inobservância a ‘ampla defesa e ao contraditório’”.

 

 

 

 

O MP segue afirmando que a empresa “vem disseminando notícias falsas no sentido de que servidores públicos municipais receberam quantias em dinheiro das empresas concorrentes para rescindir os contratos firmados com a ré.”

 

 

 

 

 

 

VELHO PARTIDO NOVO

O vereador Célio Galeski deve assumir a presidência do PSL canoinhense nos próximos dias, conforme adiantado pela coluna.

 

 

 

 

 

UNIGUAÇU

A Câmara de Canoinhas pretende liquidar a questão da permissão de uso da Escola Aroldo Carneiro de Carvalho para a Uniguaçu nesta segunda-feira, 16. Depois disso, só é preciso que o prefeito Beto Passos (PSD) sancione a lei para que a empresa possa começar a utilizar a estrutura municipal.

 

 

 

 

 

 

 

OUVIDORIA

Vai a segunda votação nesta segunda, 16, também, o projeto de lei que cria a ouvidoria da Câmara de Canoinhas.

 

 

 

 

 

EMPREGO PÚBLICO

Prefeito Beto Passos mandou à Câmara projeto de lei que cria os cargos de técnico em Enfermagem, técnico em Radiologia, enfermeiro e assistente técnico de Programação de Computação, além de três cargos de médico generalista, dois cargos de Técnico em Saúde Bucal e dois de farmacêutico, todos lotados na Secretaria Municipal de Saúde.

 

 

 

 

 

 

POLICIAMENTO

O Executivo está pedindo autorização à Câmara, também, para liberar parcela única de R$ 105 mil à Polícia Militar para contribuir com a instituição para operacionalização do policiamento ostensivo motorizado por intermédio de guarnições de Rádio Patrulha da Polícia Militar. O valor deve ser destinado a compra de viaturas.

Rolar para cima