Acic: conheça a história da associação que chega aos 60 anos

Associação Empresarial de Canoinhas completa seis décadas de fundação nesta terça-feira , 31                

 

A história de Canoinhas pode ser distinta em pelo menos duas fases, dois ciclos: o da erva-mate e o da industrialização a partir de novas atividades econômicas, que exigiam mais investimentos em tecnologia que o artesanal cultivo e beneficiamento da erva-mate.

O ciclo da erva-mate, envolvido no mesmo novelo que colocou Canoinhas no status de uma das mais ricas economias do Estado, posição que se deve, especialmente, a época de ouro da madeira. Uma época de efeitos colaterais sentidos até hoje.

Se na primeira metade do século 20, vivíamos a euforia do lucro fácil proporcionado pela imensa riqueza verde (erva-mate e madeira nativa), a partir da segunda metade do século, o definhamento da Lumber, a maior serraria de todos os tempos, levava o município a uma fase obscura de retrocesso econômico e perda de rumo. Essa perda de rumo se agravava com o desaparecimento gradual da erva-mate nativa e a perda de mercado.

As mudanças promovidas pelo Governo Getúlio Vargas trouxeram benefícios aos trabalhadores e mudaram a filosofia empresarial na marra.

O cenário de mudanças exigia da classe empresarial uma medida que fortalecesse o setor e evitasse o maior número possível de falências e concordatas. Era preciso unir para se fazer ouvir.

Dessa forma, em 25 de maio de 1950, surgia a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Esse dia, por sinal, oficialmente, é lembrado como dia da Indústria.

Seis anos depois, em 31 de maio, um pequeno grupo de empresários canoinhenses decide fundar a Associação Comercial e Industrial de Canoinhas (Acic), hoje apenas Associação Empresarial de Canoinhas.

“Se você analisar a história da criação das associações, todas elas surgiram de uma necessidade, aqui não foi diferente”, lembra o ex-presidente da Acic, Romeo Vier, em entrevista ao jornal Correio do Norte por ocasião dos 50 anos da entidade.

Jornalista já falecido, Mauricio Nascimento segurante uma vela em reunião da Acic pedindo melhorias no fornecimento de energia elétrica para Canoinhas/Acervo Acic
Jornalista já falecido, Mauricio Nascimento (ao centro) e outras lideranças seguram velas em reunião da Acic pedindo melhorias no fornecimento de energia elétrica para Canoinhas/Acervo Acic

Essas necessidades são sentidas logo nas primeiras reuniões. Um dos primeiros assuntos pautados pela entidade foi a precariedade da Canoinhas Força e Luz, companhia de energia elétrica que era o terror do empresariado local. O racionamento de energia prejudicava a produção. Boa parte das máquinas era submetida à precariedade das caldeiras. Com o avanço da tecnologia em municípios vizinhos, o empresariado não se conformava com as restrições que retardavam o crescimento da economia local. Era inadmissível às empresas canoinhenses crescer com o racionamento de energia elétrica. Depois de tanta pressão, anos depois, a energia permanente, sem quedas ou períodos de racionamento, veio.

As conquistas alavancadas pela Acic, a partir daí, não foram poucas. A Associação esteve presente nas mais importantes tomadas de decisão do poder público, influenciou e influencia em questões determinantes para o progresso econômico do município como o asfaltamento dos acessos a Canoinhas, instalação do Sebrae, Planorte e Junta Comercial, construção do Centro Comercial e a tão almejada Travessia Urbana na BR-280, nos trechos de acesso a Canoinhas.

Todas essas conquistas, aliadas a muitas outras, se devem à união de uma classe interessada em progredir. Trabalho de inúmeros homens e mulheres que passaram pela entidade e deixaram sua marca por meio de obras e conquistas.

 

VEJA IMAGENS HISTÓRICAS DO ACERVO DA ACIC E DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE CULTURA

[Best_Wordpress_Gallery id=”26″ gal_title=”Acic 60 anos”]

 

Os primeiros associados da Acic

 

Merhy Seleme & Filhos

Localizado no então distrito de Três Barras, a Merhy Seleme & Filhos foi fundada em 1928 por Merhy Seleme. A loja era conhecida como a casa comercial de Três Barras. Uma das características era a exclusividade de produtos como os pneus Goodyear.

 

Casa Santa Terezinha

Fundada em 20 de março de 1955 por Henrique Bora, a casa de secos & molhados estava localizada próximo da firma Indústrias União Madeireira.

Além da casa comercial, os Bora possuíam ainda um descascador de arroz, servindo os lavradores das localidades de Sereia e Fartura.

 

Indústria Urano Madeireira Ltda.

Organizada em 26 de fevereiro de 1955 por Gernold Bolmann, Orlando Santi Gatz, Walfrido Witt, Manoel Granemann Costa, Octavio Granemann Costa, Orestes José de Souza, Altino Granemann e Manoel Granemann Souza, teve como diretor técnico Geraldo Bolmann, especialista em artefatos de madeira. A Urano fabricava brinquedos, que eram vendidos a comércios de São Paulo e Rio de Janeiro.

 

Felix Rudolf & Cia.

A casa comercial foi fundada em 1930 por Adolfo Voigt. Com a morte de Voigt, seus herdeiros deram andamento ao empreendimento mudando o nome da loja de Adolfo Voigt para Felix Rudolf & Cia. O prédio próprio que abrigava o comércio ficava na esquina entre as ruas Felipe Schmidt e Major Vieira.

 

Fábrica de móveis

De Volker Volrath, fundada em 1923, era uma das mais antigas empresas canoinhenses afiliadas a Acic. Especialista na fabricação de móveis finos de pinho e imbuia, depositários de móveis de vime, sofá, cama e colchões de mola Citex. Volker comercializava basicamente com São Paulo e Rio de Janeiro.

 

 

Walfrido Langer

Proprietário de uma casa comercial e um bar na rua Paula Pereira, Walfrido Langer foi sucessor de seu pai e fundador do comércio, Augusto Langer.

O bar fundado em 1943, tinha em um salão de snooker, seu principal atrativo.

 

Bar e Restaurante Marzall

De propriedade de Henrique Marzall, o estabelecimento funcionava na entrada da cidade. Era tradicional por receber motoristas e viajantes que passavam por Canoinhas. Ficou famoso por inovar no atendimento, abrindo também à noite, até altas horas da madrugada.

 

Continental Hotel e Churrascaria

O hotel ainda existe, a churrascaria não. Fundado em 1955, o hotel pertencia a Paulo Jarschel e família. O churrasco assado por Jarschel atraía degustadores de toda a região.

 

Fábrica de Carroças

Fundada em 1927, a fábrica de Max Ziemann foi a primeira a produzir carroças em Canoinhas. Ziemann ganhou notoriedade, por meio de suas carroças, inclusive, no Paraná, para onde ia boa parte de sua produção.

 

Casa Erlita

Distribuidora exclusiva dos famosos rádios RCA-Victor, a Casa Erlita oferecia discos nacionais e internacionais. Fundada em 1947, a Erlita se destacava por suas vistosas vitrines. Alfredo Walter Bach, fundador da loja, passou o comando da Erlita para seu filho, Alfredo Eike, que diversificou o negócio com a criação da Erlita Vídeo e Erlita Turismo (hoje extintas).

Hoje o espaço ocupado pela Casa Erlita, pertence a Doces & Fricotes. A propriedade continua com a família Bach.

 

Michel Seleme

Casa comercial de secos & molhados, situada no bairro Água Verde.

 

 

Empresa União Catarinense Ltda.

Primeira empresa do ramo de transportes de Canoinhas. Fundada em 1.º de junho de 1949 por Wilson Piccoli, depois passando para Pedro de Alcântara Schmidt, Walmor Schmidt e Saul Piccoli. Com sua extinção, o Coletivo Santa Cruz, fundado na década de 1960, assumiu o transporte urbano municipal.

 

Foto João

Localizado na praça Lauro Muller, o estúdio fundado em 1950 pertencia a João Wunderlich. Hoje, a filha de João, Taty Tabalipa, mantém um estúdio na rua Paula Pereira.

 

Bar e Café Pérola

Fundado em 1948 por Alfredo Garcindo, Waldemiro e José Meister. Em 1949, passou ao comando de Waldemiro Meister e Alvino Koch, por meio da empresa Koch & Meister Ltda.

 

Indústria de Madeiras Zaniolo S.A.

Fundada em 1924 por José e os filhos Modesto e Constante Zaniolo, na localidade de Rio dos Poços. Além de serraria, os Zaniolo tinham uma laminadora, fábrica de compensados e tacos. Em seguida, foi criada a Zaniolo e Cia que administrava fazendas, açougues, lojas, moinho de trigo e cantina de vinho. A empresa provocou uma verdadeira revolução em Rio dos Poços, que chegou a ter mais de 300 casas. Em 1945, a empresa chegou a ter mais de 1 mil funcionários quando a sociedade entre os irmãos se abriu, ficando a Indústria de Madeiras Zaniolo com Modesto e filhos. A madeira era exportada para diversos países da Europa e da África. Em 1974, o parque industrial mudou-se do Rio dos Poços para o bairro Água Verde onde ficou até 1994, quando dificuldades financeiras levaram ao fechamento da empresa.

 

Leopoldo Buba

Casa especializada em secos e molhados, fundada em 1930. Popular entre os agricultores, a casa revendia cereias.

 

 

Dietrich Siems & Cia Ltda.

Fábrica de esquadrias e madeiras beneficiadas, fundada em 1951 por Dietrich Siems, Jacob Scheuer e Paulo Bohor, a Dietrich Siems estava localizada no bairro Água Verde. As esquadrias eram, em boa parte, vendidas a Curitiba e Joinville.

 

 

Casa Esmalte

De propriedade de Rothert & Cia, a Casa Esmalte foi fundada em junho de 1955, sob a direção do sócio Johannes Rothert. Especializada na venda de tintas e ferragens, oferecia ainda oficina de pintura.

 

Modas Soulin Ltda.

Fundada em abril de 1956 por Milton Zaguini e Nina Barbosa no prédio Antonio Cordeiro, em frente a praça Lauro Muller. Vendia roupas para senhoras e crianças.

 

João Seleme

João Seleme chegou em Canoinhas em 1916, vindo da Síria, quando fundou a firma Elias Seleme & Filhos, sendo seu sócio até 1924. Em 1929 fundou a firma Seleme & Cia. E Seleme & Irmão permanecendo na direção das mesmas até 1935. A João Seleme oferecia peças de automóveis e compra e venda de ferro velho, além de comercializar erva-mate.

 

Comércio e Indústria H. Jordan S.A.

A filial da H. Jordan se instalou em Canoinhas em 1917 sob a gerência de Paulo Wiese. Em 1942, Hugo Schmidt assumiu a gerência da empresa. A H. Jordan possuía armazém de secos e molhados, moinho de trigo e centeio, além de beneficiamento de erva-mate para chimarrão e chá, conhecida pela marca Indus.

 

Beneficiadora São Luiz Ltda.

Firma de Antonio Tomporoski, Luiz Salomon e Milton Silva, localizada no Alto das Palmeiras. Especializada no beneficiamento de madeira.

 

Irmãos Zugman

Uma das casas comerciais mais populares da cidade. Fundada em 1937 por Henrique Zugman. Além da loja Novo Mundo (onde hoje está instalado o Supermercado Novo Mundo), os Zugman tinham uma fábrica de camas (onde hoje está a MM Floricultura) e um descascador de arroz.

Em 1951, a direção da empresa passou para os herdeiros de Henrique, Nathan, Saul e Isaac. Das pequenas serrarias da empresa surgiria a Indústria Zugman, dissolvida na década de 1980 para dar vez a Lavrasul, de propriedade da mesma família.

 

Torrefação e Moagem de Café Santa Tereza

Fundada em 1949 por Aldo Pacheco dos Reis. O Café Santa Tereza se tornou famoso em diversas cidades do Paraná e Santa Catarina.

 

Siems, Wrubleski & Cia. Ltda.

Fundada em 1944 por Estefano Wrubleski, transformada em Cia. Ltda. Por meio dos sócios João Frederico e Dietrich Siems. Fabricantes da famosa Goma Laca Ipiranga, exportada para toda a América do Sul.

 

Estefano Wrubleski

Uma das poucas fundições do Estado, fundada em 1953.

 

Indústrias União Madeireira Ltda.

Fundada em setembro de 1946 por Ludovico Bora, Waldomiro Bubniak e Teodoro Humenhuk, a firma era especializada na fabricação de caixetas laminadas com impressão para doces, manteiga e perfumes.

 

Indústria e Comércio de Calçados

De propriedade de Antonio Morici, fundada em 1944, a firma tinha uma pequena produção de calçados.

 

Tecelagem Canoinhas S.A.

Fábrica de tecidos de algodão, atoalhados etc., fundada em 1948 por Agenor Gomes, dr. Osvaldo Segundo de Oliveira e Altavir Zaniolo. A Tecelagem ocupava 30 operários gerenciados por Ozório Viana.

 

Wiegando Olsen S.A.

Fundada em 1926 pelo norueguês Bernardo Olsen, precursor do distrito de Marcílio Dias. Foi Olsen o responsável pela vinda dos primeiros imigrantes europeus a Canoinhas. Depois de um período de estudos nos Estados Unidos, Wiegando, filho de Bernardo com ajuda de Herbert Ritzmann, assumiu a empresa.

Com a morte de Wiegando, Marcos, seu filho assumiu a empresa que em 2000 se transformou em uma cooperativa, com Marcos como acionista majoritário. A empresa hoje é conhecida como Brasília Pisos, mas ainda explora a marca Wiegando Olsen.

 

 

Indústria e Comércio Fischer & cia.

Fundada em 1935, a empresa, inicialmente, era especializada na moagem de trigo, fubá e descascamento de arroz. Os primeiros colonos canoinhenses vinham do interior para a cidade a fim de confiar a Paulo Fischer a moagem de seus cereais.

A compra de maquinário moderno aumentou a produção da empresa anos mais tarde. Em 1954, os Fischer expandiram seus negócios com uma casa comercial, uma malharia  e uma fábrica de meias e camisas.

 

Casa Schreiber

Fundada em 1943 por Harry Schreiber, a Casa Schreiber foi fechada no ano passado sob o comando de sua viúva, Herica.

 

J. Côrte

Fundada por Jair Côrte em 1.º de janeiro de 1950, a J.Côrte, revenda de artigos para pesca e camping, existiu até pouco tempo, localizada em frente a praça Lauro Müller.

 

Casa Verde

Sem dúvida, uma das mais longevas casas de comércio de Canoinhas, fechada há três anos. Fundada em 1923, a Casa Verde foi aberta por João Abrahão Seleme. No princípio, a casa comercial tinha de tudo um pouco, inclusive um descascador de arroz para atender os lavradores. A tradição da casa do “tio João” como era conhecido o estabelecimento passou ao filho, Jonas, que comandou o negócio desde a morte do pai até o fechamento em 2013.

 

 

Hotel Scholze

Fundado em 1927 por Max Scholtz, o Scholze é um dos primeiros hotéis da cidade. Com a morte de Scholtz, o hotel passou às mãos de seu genro Hugo Peixoto que administrou o hotel até sua morte. Irmgard Scholtz Peixoto, viúva de Hugo, administra hoje o hotel.

 

 

Aristides Mallon e Cia.

Fundada em 1950 pelos irmãos Álvaro e Aristides Mallon, comercializava inicialmente peças, tratores e caminhões Studebacker e tinha anexo uma oficina, ferraria, revenda de peças e lavador de automóveis.

Aristides Mallon continua a frente da empresa que trabalha exclusivamente com revenda de automóveis e um Posto de Combustíveis.

 

Casa Bartnik

Inicialmente especializada em artigos de couro, roupas feitas e artigos para esportes. Este último item permanece como carro-chefe das vendas da Casa Bartnik até hoje. Fundada em 1945 pelos irmãos Narciso e Henrique Bartnik.

 

Casa Mayer

“Se na Casa Mayer não encontrar, não adianta procurar”. Quem esquece essa máxima da publicidade local? Fundada em 1918, por Alfredo Mayer, a Casa Mayer é o mais antigo estabelecimento comercial de Canoinhas ainda em atividade. Introduzindo inovações e ampliando o setor comercial, a loja vendia fazendas e artigos diversos.

Localizada sempre em frente a praça Lauro Muller, com a morte de Alfredo, seus filhos, Mário e Edgard assumiram o negócio.

Hoje, a loja está dividida em confecções, artigos para presentes e cama, mesa e banho, sob direção das filhas de Mário, Regina e Maria Ângela e ferragens, sob o comando dos filhos de Edgard, Adriana e Edgard Filho.

 

 

Comercial Pedrassani Ltda.

A Comercial Pedrassani nem sempre foi a revenda de peças para tratores e posto de combustíveis que conhecemos hoje. O princípio da empresa, inaugurada em maio de 1954 por Emiliano Abrahão Seleme, era exclusivamente voltada para revenda de produtos Ford. Os sucessores de Seleme foram João e Auri Pedrassani e Nelson Cervi.

 

 

 

Bancos canoinhenses em 1956

Banco Inco

Banco Nacional do Comércio S.A.

Caixa Econômica Federal

Banco do Brasil

 

 

Acic: conheça a história da associação que chega aos 60 anos

Associação Empresarial de Canoinhas completa seis décadas de fundação nesta terça-feira , 31                

 

A história de Canoinhas pode ser distinta em pelo menos duas fases, dois ciclos: o da erva-mate e o da industrialização a partir de novas atividades econômicas, que exigiam mais investimentos em tecnologia que o artesanal cultivo e beneficiamento da erva-mate.

O ciclo da erva-mate, envolvido no mesmo novelo que colocou Canoinhas no status de uma das mais ricas economias do Estado, posição que se deve, especialmente, a época de ouro da madeira. Uma época de efeitos colaterais sentidos até hoje.

Se na primeira metade do século 20, vivíamos a euforia do lucro fácil proporcionado pela imensa riqueza verde (erva-mate e madeira nativa), a partir da segunda metade do século, o definhamento da Lumber, a maior serraria de todos os tempos, levava o município a uma fase obscura de retrocesso econômico e perda de rumo. Essa perda de rumo se agravava com o desaparecimento gradual da erva-mate nativa e a perda de mercado.

As mudanças promovidas pelo Governo Getúlio Vargas trouxeram benefícios aos trabalhadores e mudaram a filosofia empresarial na marra.

O cenário de mudanças exigia da classe empresarial uma medida que fortalecesse o setor e evitasse o maior número possível de falências e concordatas. Era preciso unir para se fazer ouvir.

Dessa forma, em 25 de maio de 1950, surgia a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Esse dia, por sinal, oficialmente, é lembrado como dia da Indústria.

Seis anos depois, em 31 de maio, um pequeno grupo de empresários canoinhenses decide fundar a Associação Comercial e Industrial de Canoinhas (Acic), hoje apenas Associação Empresarial de Canoinhas.

“Se você analisar a história da criação das associações, todas elas surgiram de uma necessidade, aqui não foi diferente”, lembra o ex-presidente da Acic, Romeo Vier, em entrevista ao jornal Correio do Norte por ocasião dos 50 anos da entidade.

Jornalista já falecido, Mauricio Nascimento segurante uma vela em reunião da Acic pedindo melhorias no fornecimento de energia elétrica para Canoinhas/Acervo Acic
Jornalista já falecido, Mauricio Nascimento (ao centro) e outras lideranças seguram velas em reunião da Acic pedindo melhorias no fornecimento de energia elétrica para Canoinhas/Acervo Acic

Essas necessidades são sentidas logo nas primeiras reuniões. Um dos primeiros assuntos pautados pela entidade foi a precariedade da Canoinhas Força e Luz, companhia de energia elétrica que era o terror do empresariado local. O racionamento de energia prejudicava a produção. Boa parte das máquinas era submetida à precariedade das caldeiras. Com o avanço da tecnologia em municípios vizinhos, o empresariado não se conformava com as restrições que retardavam o crescimento da economia local. Era inadmissível às empresas canoinhenses crescer com o racionamento de energia elétrica. Depois de tanta pressão, anos depois, a energia permanente, sem quedas ou períodos de racionamento, veio.

As conquistas alavancadas pela Acic, a partir daí, não foram poucas. A Associação esteve presente nas mais importantes tomadas de decisão do poder público, influenciou e influencia em questões determinantes para o progresso econômico do município como o asfaltamento dos acessos a Canoinhas, instalação do Sebrae, Planorte e Junta Comercial, construção do Centro Comercial e a tão almejada Travessia Urbana na BR-280, nos trechos de acesso a Canoinhas.

Todas essas conquistas, aliadas a muitas outras, se devem à união de uma classe interessada em progredir. Trabalho de inúmeros homens e mulheres que passaram pela entidade e deixaram sua marca por meio de obras e conquistas.

 

VEJA IMAGENS HISTÓRICAS DO ACERVO DA ACIC E DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE CULTURA

[Best_Wordpress_Gallery id=”26″ gal_title=”Acic 60 anos”]

 

Os primeiros associados da Acic

 

Merhy Seleme & Filhos

Localizado no então distrito de Três Barras, a Merhy Seleme & Filhos foi fundada em 1928 por Merhy Seleme. A loja era conhecida como a casa comercial de Três Barras. Uma das características era a exclusividade de produtos como os pneus Goodyear.

 

Casa Santa Terezinha

Fundada em 20 de março de 1955 por Henrique Bora, a casa de secos & molhados estava localizada próximo da firma Indústrias União Madeireira.

Além da casa comercial, os Bora possuíam ainda um descascador de arroz, servindo os lavradores das localidades de Sereia e Fartura.

 

Indústria Urano Madeireira Ltda.

Organizada em 26 de fevereiro de 1955 por Gernold Bolmann, Orlando Santi Gatz, Walfrido Witt, Manoel Granemann Costa, Octavio Granemann Costa, Orestes José de Souza, Altino Granemann e Manoel Granemann Souza, teve como diretor técnico Geraldo Bolmann, especialista em artefatos de madeira. A Urano fabricava brinquedos, que eram vendidos a comércios de São Paulo e Rio de Janeiro.

 

Felix Rudolf & Cia.

A casa comercial foi fundada em 1930 por Adolfo Voigt. Com a morte de Voigt, seus herdeiros deram andamento ao empreendimento mudando o nome da loja de Adolfo Voigt para Felix Rudolf & Cia. O prédio próprio que abrigava o comércio ficava na esquina entre as ruas Felipe Schmidt e Major Vieira.

 

Fábrica de móveis

De Volker Volrath, fundada em 1923, era uma das mais antigas empresas canoinhenses afiliadas a Acic. Especialista na fabricação de móveis finos de pinho e imbuia, depositários de móveis de vime, sofá, cama e colchões de mola Citex. Volker comercializava basicamente com São Paulo e Rio de Janeiro.

 

 

Walfrido Langer

Proprietário de uma casa comercial e um bar na rua Paula Pereira, Walfrido Langer foi sucessor de seu pai e fundador do comércio, Augusto Langer.

O bar fundado em 1943, tinha em um salão de snooker, seu principal atrativo.

 

Bar e Restaurante Marzall

De propriedade de Henrique Marzall, o estabelecimento funcionava na entrada da cidade. Era tradicional por receber motoristas e viajantes que passavam por Canoinhas. Ficou famoso por inovar no atendimento, abrindo também à noite, até altas horas da madrugada.

 

Continental Hotel e Churrascaria

O hotel ainda existe, a churrascaria não. Fundado em 1955, o hotel pertencia a Paulo Jarschel e família. O churrasco assado por Jarschel atraía degustadores de toda a região.

 

Fábrica de Carroças

Fundada em 1927, a fábrica de Max Ziemann foi a primeira a produzir carroças em Canoinhas. Ziemann ganhou notoriedade, por meio de suas carroças, inclusive, no Paraná, para onde ia boa parte de sua produção.

 

Casa Erlita

Distribuidora exclusiva dos famosos rádios RCA-Victor, a Casa Erlita oferecia discos nacionais e internacionais. Fundada em 1947, a Erlita se destacava por suas vistosas vitrines. Alfredo Walter Bach, fundador da loja, passou o comando da Erlita para seu filho, Alfredo Eike, que diversificou o negócio com a criação da Erlita Vídeo e Erlita Turismo (hoje extintas).

Hoje o espaço ocupado pela Casa Erlita, pertence a Doces & Fricotes. A propriedade continua com a família Bach.

 

Michel Seleme

Casa comercial de secos & molhados, situada no bairro Água Verde.

 

 

Empresa União Catarinense Ltda.

Primeira empresa do ramo de transportes de Canoinhas. Fundada em 1.º de junho de 1949 por Wilson Piccoli, depois passando para Pedro de Alcântara Schmidt, Walmor Schmidt e Saul Piccoli. Com sua extinção, o Coletivo Santa Cruz, fundado na década de 1960, assumiu o transporte urbano municipal.

 

Foto João

Localizado na praça Lauro Muller, o estúdio fundado em 1950 pertencia a João Wunderlich. Hoje, a filha de João, Taty Tabalipa, mantém um estúdio na rua Paula Pereira.

 

Bar e Café Pérola

Fundado em 1948 por Alfredo Garcindo, Waldemiro e José Meister. Em 1949, passou ao comando de Waldemiro Meister e Alvino Koch, por meio da empresa Koch & Meister Ltda.

 

Indústria de Madeiras Zaniolo S.A.

Fundada em 1924 por José e os filhos Modesto e Constante Zaniolo, na localidade de Rio dos Poços. Além de serraria, os Zaniolo tinham uma laminadora, fábrica de compensados e tacos. Em seguida, foi criada a Zaniolo e Cia que administrava fazendas, açougues, lojas, moinho de trigo e cantina de vinho. A empresa provocou uma verdadeira revolução em Rio dos Poços, que chegou a ter mais de 300 casas. Em 1945, a empresa chegou a ter mais de 1 mil funcionários quando a sociedade entre os irmãos se abriu, ficando a Indústria de Madeiras Zaniolo com Modesto e filhos. A madeira era exportada para diversos países da Europa e da África. Em 1974, o parque industrial mudou-se do Rio dos Poços para o bairro Água Verde onde ficou até 1994, quando dificuldades financeiras levaram ao fechamento da empresa.

 

Leopoldo Buba

Casa especializada em secos e molhados, fundada em 1930. Popular entre os agricultores, a casa revendia cereias.

 

 

Dietrich Siems & Cia Ltda.

Fábrica de esquadrias e madeiras beneficiadas, fundada em 1951 por Dietrich Siems, Jacob Scheuer e Paulo Bohor, a Dietrich Siems estava localizada no bairro Água Verde. As esquadrias eram, em boa parte, vendidas a Curitiba e Joinville.

 

 

Casa Esmalte

De propriedade de Rothert & Cia, a Casa Esmalte foi fundada em junho de 1955, sob a direção do sócio Johannes Rothert. Especializada na venda de tintas e ferragens, oferecia ainda oficina de pintura.

 

Modas Soulin Ltda.

Fundada em abril de 1956 por Milton Zaguini e Nina Barbosa no prédio Antonio Cordeiro, em frente a praça Lauro Muller. Vendia roupas para senhoras e crianças.

 

João Seleme

João Seleme chegou em Canoinhas em 1916, vindo da Síria, quando fundou a firma Elias Seleme & Filhos, sendo seu sócio até 1924. Em 1929 fundou a firma Seleme & Cia. E Seleme & Irmão permanecendo na direção das mesmas até 1935. A João Seleme oferecia peças de automóveis e compra e venda de ferro velho, além de comercializar erva-mate.

 

Comércio e Indústria H. Jordan S.A.

A filial da H. Jordan se instalou em Canoinhas em 1917 sob a gerência de Paulo Wiese. Em 1942, Hugo Schmidt assumiu a gerência da empresa. A H. Jordan possuía armazém de secos e molhados, moinho de trigo e centeio, além de beneficiamento de erva-mate para chimarrão e chá, conhecida pela marca Indus.

 

Beneficiadora São Luiz Ltda.

Firma de Antonio Tomporoski, Luiz Salomon e Milton Silva, localizada no Alto das Palmeiras. Especializada no beneficiamento de madeira.

 

Irmãos Zugman

Uma das casas comerciais mais populares da cidade. Fundada em 1937 por Henrique Zugman. Além da loja Novo Mundo (onde hoje está instalado o Supermercado Novo Mundo), os Zugman tinham uma fábrica de camas (onde hoje está a MM Floricultura) e um descascador de arroz.

Em 1951, a direção da empresa passou para os herdeiros de Henrique, Nathan, Saul e Isaac. Das pequenas serrarias da empresa surgiria a Indústria Zugman, dissolvida na década de 1980 para dar vez a Lavrasul, de propriedade da mesma família.

 

Torrefação e Moagem de Café Santa Tereza

Fundada em 1949 por Aldo Pacheco dos Reis. O Café Santa Tereza se tornou famoso em diversas cidades do Paraná e Santa Catarina.

 

Siems, Wrubleski & Cia. Ltda.

Fundada em 1944 por Estefano Wrubleski, transformada em Cia. Ltda. Por meio dos sócios João Frederico e Dietrich Siems. Fabricantes da famosa Goma Laca Ipiranga, exportada para toda a América do Sul.

 

Estefano Wrubleski

Uma das poucas fundições do Estado, fundada em 1953.

 

Indústrias União Madeireira Ltda.

Fundada em setembro de 1946 por Ludovico Bora, Waldomiro Bubniak e Teodoro Humenhuk, a firma era especializada na fabricação de caixetas laminadas com impressão para doces, manteiga e perfumes.

 

Indústria e Comércio de Calçados

De propriedade de Antonio Morici, fundada em 1944, a firma tinha uma pequena produção de calçados.

 

Tecelagem Canoinhas S.A.

Fábrica de tecidos de algodão, atoalhados etc., fundada em 1948 por Agenor Gomes, dr. Osvaldo Segundo de Oliveira e Altavir Zaniolo. A Tecelagem ocupava 30 operários gerenciados por Ozório Viana.

 

Wiegando Olsen S.A.

Fundada em 1926 pelo norueguês Bernardo Olsen, precursor do distrito de Marcílio Dias. Foi Olsen o responsável pela vinda dos primeiros imigrantes europeus a Canoinhas. Depois de um período de estudos nos Estados Unidos, Wiegando, filho de Bernardo com ajuda de Herbert Ritzmann, assumiu a empresa.

Com a morte de Wiegando, Marcos, seu filho assumiu a empresa que em 2000 se transformou em uma cooperativa, com Marcos como acionista majoritário. A empresa hoje é conhecida como Brasília Pisos, mas ainda explora a marca Wiegando Olsen.

 

 

Indústria e Comércio Fischer & cia.

Fundada em 1935, a empresa, inicialmente, era especializada na moagem de trigo, fubá e descascamento de arroz. Os primeiros colonos canoinhenses vinham do interior para a cidade a fim de confiar a Paulo Fischer a moagem de seus cereais.

A compra de maquinário moderno aumentou a produção da empresa anos mais tarde. Em 1954, os Fischer expandiram seus negócios com uma casa comercial, uma malharia  e uma fábrica de meias e camisas.

 

Casa Schreiber

Fundada em 1943 por Harry Schreiber, a Casa Schreiber foi fechada no ano passado sob o comando de sua viúva, Herica.

 

J. Côrte

Fundada por Jair Côrte em 1.º de janeiro de 1950, a J.Côrte, revenda de artigos para pesca e camping, existiu até pouco tempo, localizada em frente a praça Lauro Müller.

 

Casa Verde

Sem dúvida, uma das mais longevas casas de comércio de Canoinhas, fechada há três anos. Fundada em 1923, a Casa Verde foi aberta por João Abrahão Seleme. No princípio, a casa comercial tinha de tudo um pouco, inclusive um descascador de arroz para atender os lavradores. A tradição da casa do “tio João” como era conhecido o estabelecimento passou ao filho, Jonas, que comandou o negócio desde a morte do pai até o fechamento em 2013.

 

 

Hotel Scholze

Fundado em 1927 por Max Scholtz, o Scholze é um dos primeiros hotéis da cidade. Com a morte de Scholtz, o hotel passou às mãos de seu genro Hugo Peixoto que administrou o hotel até sua morte. Irmgard Scholtz Peixoto, viúva de Hugo, administra hoje o hotel.

 

 

Aristides Mallon e Cia.

Fundada em 1950 pelos irmãos Álvaro e Aristides Mallon, comercializava inicialmente peças, tratores e caminhões Studebacker e tinha anexo uma oficina, ferraria, revenda de peças e lavador de automóveis.

Aristides Mallon continua a frente da empresa que trabalha exclusivamente com revenda de automóveis e um Posto de Combustíveis.

 

Casa Bartnik

Inicialmente especializada em artigos de couro, roupas feitas e artigos para esportes. Este último item permanece como carro-chefe das vendas da Casa Bartnik até hoje. Fundada em 1945 pelos irmãos Narciso e Henrique Bartnik.

 

Casa Mayer

“Se na Casa Mayer não encontrar, não adianta procurar”. Quem esquece essa máxima da publicidade local? Fundada em 1918, por Alfredo Mayer, a Casa Mayer é o mais antigo estabelecimento comercial de Canoinhas ainda em atividade. Introduzindo inovações e ampliando o setor comercial, a loja vendia fazendas e artigos diversos.

Localizada sempre em frente a praça Lauro Muller, com a morte de Alfredo, seus filhos, Mário e Edgard assumiram o negócio.

Hoje, a loja está dividida em confecções, artigos para presentes e cama, mesa e banho, sob direção das filhas de Mário, Regina e Maria Ângela e ferragens, sob o comando dos filhos de Edgard, Adriana e Edgard Filho.

 

 

Comercial Pedrassani Ltda.

A Comercial Pedrassani nem sempre foi a revenda de peças para tratores e posto de combustíveis que conhecemos hoje. O princípio da empresa, inaugurada em maio de 1954 por Emiliano Abrahão Seleme, era exclusivamente voltada para revenda de produtos Ford. Os sucessores de Seleme foram João e Auri Pedrassani e Nelson Cervi.

 

 

 

Bancos canoinhenses em 1956

Banco Inco

Banco Nacional do Comércio S.A.

Caixa Econômica Federal

Banco do Brasil

 

 

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