Acusados de linchamento vão à júri nesta sexta em Canoinhas

Joarez Cordeiro e Marcia Aparecida Pires Batista são acusados de matar Mário Gois                                           

 

O casal Joarez Cordeiro e Marcia Aparecida Pires Batista devem ser julgados nesta sexta-feira, 18, a partir das 9h, no Tribunal do Júri da comarca de Canoinhas. Eles são acusados de terem participado do linchamento de Mário Gois na noite de 7 de agosto de 2011.

Naquela noite, Joarez, Márcia e outros dois supostos comparsas saíam de uma danceteria no centro de Canoinhas quando nas proximidades do Supermercado Queluz envolveram-se em uma briga generalizada que, segundo apurou a Polícia mais tarde, envolvia moradores do Campo d’Água Verde e do Loteamento Santa Cruz. Os quatro teriam corrido atrás do outro grupo, mas não conseguiram alcançá-los.

Na sequência, os quatro retomaram seu caminho, quando na rua Coronel Albuquerque encontraram Mário, que foi confundido por eles como sendo um dos integrantes do grupo com o qual haviam brigado pouco antes. Segundo o Ministério Público, na denúncia que motivou o processo, os quatro teriam contribuído de modo decisivo para o linchamento de Mário, com chutes e pedradas, levando-o à morte.

 

TESTEMUNHA

O segurança da danceteria onde estavam os quatro testemunhou o linchamento. Em depoimento à Polícia ele disse que viu Joarez chutando a cabeça da vítima. Disse, ainda, que Márcia apedrejou Mário.

Segundo o segurança, a boate já havia fechado quando a confusão começou. A vítima teria pedido a ele o celular, já que tinha vindo à boate com um amigo, que teria tomado outro rumo e ele precisava chamar um táxi. Como o segurança não tinha créditos no celular, negou o empréstimo. Foi nesse momento que ele viu pelo menos 30 pessoas vindo em direção a eles, numa briga generalizada. O segurança disse perceber claramente tratar-se de dois grupos rivais. Ele afirmou que tentou conter a briga, quando viu “o pessoal da Água Verde” linchando Mário.

Segundo o segurança, a vítima não reagiu. O grupo rival, que via os inimigos linchando Mário, se uniu ao grupo e ajudou a bater na vítima. “Nunca tinha visto uma covardia tamanha”, afirmou o segurança.

A testemunha nomeou Joarez e Márcia, ambos casados, como os que mais batiam, junto de Dieguinho, que já é falecido. Joarez era do Loteamento e Dieguinho era da Água Verde, ainda de acordo com o segurança.

A defesa de Joares e Márcia alega, com base nas declarações do segurança, que a vítima primeiro foi agredida por Dieguinho e pela “gangue da Água Verde”, e por isso, “já estaria morta quando das supostas agressões perpetradas pelo réu”, afirma.

Como os outros dois indiciados pelo Ministério Público não foram reconhecidos pela testemunha, não foram pronunciados para julgamento.

 

 

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