Acusados de matar e enterrar rapaz de 19 anos em Canoinhas são condenados

Penas passam dos 20 anos de prisão

Os quatro acusados de participação na morte de Leonardo Klauberg, 19 anos, foram condenados no tribunal do júri realizado nesta sexta-feira, 6, em Canoinhas, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Klauberg desapareceu no dia 15 de outubro de 2019 e foi encontrado morto por asfixia e enterrado dois dias depois.

Como mandantes do crime, Eliton Beira foi condenado a 22 anos e oito meses de cadeia e Mairon Micael Fernandes da Maia a 25 anos e seis meses de prisão. Como executores do plano, Matheus Santos Lima Oliveira foi condenado a 20 anos e dois meses e Douglas Alan Pereira a 21 anos e 10 meses. Dos quatro, apenas Douglas está livre, isso porque ele fugiu do Presídio de Mafra há alguns meses e até o momento não foi recapturado. Os outros três já estavam presos e assim seguirão até que possam pedir progressão de pena. Cabe recurso em todos os casos.

Uma das prisões á época do crime/Arquivo

A operação que prendeu os quatro foi batizada de “Amigo da Onça” porque Matheus era amigo de infância de Klauberg.

Eliton foi preso no bairro Jardim Esperança, em Canoinhas, e Douglas no Campo d’ Água Verde, em Canoinhas. Matheus foi preso em Joinville. Maicon foi preso dias depois retornando de Balneário Camboriú.

Uma das prisões á época do crime/Arquivo

Matheus foi quem atraiu o rapaz para a cena do crime, no bairro Boa Vista, às margens da BR 280, ao convidá-lo para consumir drogas no local. Depois do consumo de drogas, o “amigo”, com a ajuda de Douglas, espancou e matou Klauberg asfixiado com um golpe conhecido como mata-leão. Em seguida o corpo foi enterrado em uma cova de um metro de profundidade.

Uma das prisões á época do crime/Arquivo

Eles levaram vários pertences da vítima como telefone celular e escapulário, que foram recuperados na posse de outras pessoas.



CIRCUNSTÂNCIAS

No local do crime, uma área de mata próximo da BR-280, no bairro Boa Vista, em Canoinhas a polícia encontrou um WV Gol abandonado e aberto. O veículo pertencia a Klauberg.

Uma das prisões á época do crime/Arquivo

Moradores da vizinhança teriam relatado que o veículo estava lá desde a noite anterior, dia do desaparecimento de Klauberg. A área foi isolada e um cão farejador foi levado ao local para seguir pistas.

As buscas prosseguiram quando então um corpo foi localizado, em uma área de difícil acesso, enterrado a cerca de um metro de profundidade, perto do local onde o veículo foi encontrado. Laudo apontou que a causa da morte foi por asfixia.

A investigação do crime conseguiu comprovar a motivação, que seria dívida com o tráfico, a autoria e circunstâncias do homicídio.

Na Delegacia Douglas confessou o crime, confirmado por Matheus no julgamento desta sexta. Nenhum dos três réus presentes disse ter planejado a morte mediante ordem, paga ou promessa. Porém, os jurados entenderam, após explanação do Ministério Público, que teria sido sob mando de Elinton e Mairon. Matheus chegou a dizer que o motivo do crime seria um desentendimento por questões passionais envolvendo uma mulher.

As prisões foram resultado de esforço conjunto entre Polícia Civil (Divisão de Investigação Criminal) e Militar com apoio da Polícia Civil de Joinville.

Atuaram na defesa dos réus os advogados Simone Adur, Alisson de Camargo, Luiz Fernando Freitas Neto e Marco Túlio Granemann.

O promotor Francisco Ribeiro Soares, que atuou na acusação, fez um agradecimento aos jurados: “Agradeço a comunidade de Canoinhas, Major Vieira, Bela Vista do Toldo e Três Barras que acolheu de forma unânime as teses de acusação e pode, ao menos, diminuir a dor da família enlutada”.

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