Durante a remoção para o pátio, alguns internos jogaram água quente nos agentes e colocaram colchões nas janelas e portas
Um princípio de motim foi registrado na Unidade Prisional Avançada (UPA) de Canoinhas na noite desta terça-feira, 25. O princípio de motim iniciou quando dois internos saíram da cela para o corredor a fim de pedir atendimento médico aos agentes penitenciários, que perceberam que não se tratava de um atendimento de urgência, e avisaram que uma viatura da própria unidade iria levar os dois internos para o Pronto Atendimento Municipal.
Após esse diálogo de mais de 30 minutos os dois presos se negaram a voltar para a cela. Diante da situação os agentes tiveram de usar da força e de gás pimenta. A situação tensa fez com que os demais detentos iniciassem um movimento de subversão a ordem, com muito barulho, agitação, chutes nas portas e grades e gritos de baixo calão.
Como medidas de segurança, a direção da UPA resolveu chamar agentes penitenciários de outras unidades formando um corpo de 20 agentes penitenciários que tiraram os internos das celas para o pátio, com objetivo de restabelecer a ordem e a organização da unidade.
Durante a remoção para o pátio, alguns internos jogaram água quente nos agentes e colocaram colchões nas janelas e portas, sendo que foi necessário o disparos de advertência com munição de borracha (não letal) e gás de pimenta para o controle da situação.
Com a situação controlada, os agentes entraram nas celas. Houve danos em algumas delas. Controlada a situação, a direção da Unidade acionou bombeiros e Serviço Móvel de Urgência (Samu) para prestar atendimento aos internos que inalaram gás pimenta. Nenhum dos internos foi levado para o Pronto Socorro.
A situação foi normalizada por volta da meia-noite.
Na manhã desta quarta-feira, 26, cinco internos apontados como líderes do princípio de motim foram transferidos para outras unidades e ficarão por lá por tempo indeterminado.
Diretor da UPA, Alexandrer Marcelo Costa informou que não houve agentes penitenciários feridos “e muito menos presos feridos”. Os atendimentos dos socorristas e bombeiros foram motivados pela irritação e ardência nos olhos resultado do efeito do gás de pimenta. Ainda de acordo com Costa, em nenhum momento a situação na unidade fugiu do controle.
Há duas semanas, parentes dos presos protestaram contra as condições da UPA. Entre as reclamações estavam a superlotação e falta de atendimento médico.