Alberti é primeiro prefeito da região a sofrer revés em financiamento

Pelo menos quatro municípios da região receberam aval de seus vereadores para empréstimos

 

REVÉS

O discurso é tão antigo quanto a atividade política. O termo “Obra eleitoral” é comumente usado por opositores ao atual mandatário. Se ocorrerem no último ano de mandato, então, parece crítica pronta e embalada. Os opositores sabem, porém, que a memória do povo tende a ser curta e, portanto, o efeito desejado pelo mandatário vai aparecer, no caso, uma reeleição. Para evitar dores de cabeça na Câmara, no caso dos prefeitos, é preciso articular politicamente, trazer um mínimo necessário para seu lado a fim de garantir que projetos que possam levar esse carimbo por parte da oposição, passem.

 

 

 

Beto Passos (PSD) sabe disso e se apressou a formar maioria na Câmara. Hoje passa até mudança de nome de escola, projeto altamente impopular, porque tem maioria. Aprovar R$ 19 milhões que só serão pagos a partir do próximo mandato foi mamão com açúcar. Nem Paulinho Basilio (MDB), tido como a voz mais ou menos mais forte da oposição, ensaiou chamar o pacote de investimentos em pavimentação de eleitoreiro.

 

 

 

Diferente de Luis Shimoguiri (PSD), que tem maioria na Câmara e lá conseguiu aprovar um megaprojeto de R$ 25 milhões, não sem antes ouvir de Marco Antonio de Sousa (MDB), esse sim opositor de verdade, que a obra era eleitoreira.

 

 

 

Em Major Vieira e Irineópolis, ambos os prefeitos com maioria, também não tiveram maiores dificuldades em aprovar projetos de financiamento.

 

 

 

Na vez de Adelmo Alberti (PSDB), no entanto, travou. Os vereadores rejeitaram ontem o pedido de R$ 4 milhões para obras de pavimentação. Faltou o que o não faltou para os demais: maioria na Câmara ou, olhando mais cuidadosamente, articulação política.

 

 

 

 

Alberti é, talvez, um dos mais hábeis prefeitos da região. Conhece como ninguém a cidade que governa e tem um poder de articulação admirável, sendo capaz de dar aulas a novatos. Deu azar ao entrar na briga pela presidência da Câmara. Seu candidato perdeu para Sandro Mielke (PSD) e, em política, não há mágoa, há raiva controlada. Mielke articulou um bloco de oposição com cinco vereadores, restaram três para Alberti. Sandro fica na presidência da Casa até o final deste mandato, o que também é trágico para Alberti. O revés desta segunda parece ser só o começo.

 

 

 

 

 

ELEITOREIRO?

“Toda a obra é eleitoreira”, taxou dias desses aqui na coluna o prefeito Shimoguiri. Sim, claro, qual prefeito faz uma obra sem pensar na repercussão política? Quem dizer que não está sendo hipócrita e merece nossa desconfiança. A tão rara sinceridade na política merece elogios.

 

 

 

 

CONTAS

O segundo teste de fogo de Alberti na Câmara acontece hoje à noite com a apreciação de suas contas relativas a 2017. O parecer do Tribunal de Contas é pela aprovação, mas dado o humor dos opositores, tudo pode acontecer.

 

 

 

 

RECESSO

Os vereadores de Canoinhas estão em recesso nesta semana. Ontem era ponto facultativo por causa do dia do servidor público e como já completou-se as oito sessões mensais, hoje também não tem.

 

 

 

 

COLOMBO NA CPI

Raimundo Colombo/Arquivo

Está marcado para esta terça-feira, às 11h, o depoimento do ex-governador de Santa Catarina Raimundo Colombo (PSD) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da ponte Hercílio Luz. Ele foi convidado pelo relator do grupo, Bruno Souza (sem partido). O deputado diz ter se baseado na garantia de outros depoentes de que Colombo acompanhava de perto as obras de reforma da ponte.

 

 

 

 

DATIVOS

O impasse no valor de pagamento para advogados dativos em Santa Catarina teve um importante capítulo na semana passada. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou a ação que pede o uso da tabela da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para os honorários dos profissionais que prestam serviços em substituição a defensores públicos. O julgamento começou em fevereiro e terminou na quinta-feira, 24.

 

 

 

 

DEVOLVIDO

Um prédio público de Florianópolis que estava com a maioria de suas salas alugadas a empresários privados, será devolvido ao governo de Santa Catarina, segundo determinação do Tribunal de Justiça. 

 

 

 

O edifício, com aproximadamente 700 metros quadrados e avaliado em R$ 4 milhões, foi doado em 1957 a uma associação com fins educacionais, mas a finalidade acabou desviada. Apesar de uma parte do edifício ainda estar destinada à sede da associação, as outras salas foram alugadas para estabelecimentos como restaurante e lanchonete e até uma agência dos Correios.. A informação é do colunista da NSC, Cacau Menezes.

 

 

 

 

 

APP

Uma sentença proferida pelo 1º Juizado Especial Cível da comarca de Chapecó, sob responsabilidade do juiz André Alexandre Happke, que já atuou em Canoinhas e é especialista na área de tecnologia, condenou uma empresa que administra o aplicativo de relacionamentos Tinder a pagar R$ 9 mil de indenização a um homem cuja imagem e nome foram utilizados em perfil falso. Mesmo ciente do problema, a empresa retirou o perfil apenas após determinação judicial e sob multa diária de R$ 200.

 

 

 

 

A vítima relatou, nos autos, que comunicou a empresa responsável sobre o ocorrido. Porém, não obteve sucesso no atendimento do pedido de retirada do perfil. Por isso procurou a Justiça, que prontamente determinou a solução do problema. 

 

 

 

 

A decisão deixa claro que não se trata de censura a informação ou violação à liberdade de expressão de alguém, mas sim de violação ao direito de imagem individual de um cidadão. A indenização de R$ 9 mil será acrescida de juros e correção monetária, devidos desde a data em que a ré foi cientificada do perfil falso. 

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