Os prefeitos do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, integrantes da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco) manifestaram repúdio às palavras proferidas pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu na segunda-feira 7. Ela afirmou, através do Twitter, que a fabricação de cigarros deveria ser proibida e que não há justificativa para se vender veneno. Disse ainda que irá protocolar projeto de lei proibindo a fabricação de cigarros no Brasil assim que retornar ao Senado. Leia a íntegra da nota assinada pelo presidente da Amprotabaco, prefeito de Canoinhas Beto Faria (PMDB):
“Ao propor um projeto de lei dessa magnitude, a ministra não apenas demonstra total desinformação com relação ao tabaco como também declara guerra ao setor e ameaça a vida de 674 mil pessoas que hoje tiram seus sustento diretamente de uma cultura, que é a base econômica de centenas de municípios brasileiros.
Esperamos que a ministra reveja sua posição e antes de tomar qualquer atitude venha conhecer de perto o que antitabagistas não querem mostrar: a realidade econômica de nossos municípios. Santa Cruz do Sul (RS) é um exemplo de prosperidade, cidade que nasceu, cresceu e se desenvolveu a partir da produção de tabaco. Hoje, em pleno ritmo de desenvolvimento, tem em seu orçamento mais de 45 milhões, sendo 60% do VA e 45% de ICM, advindos desta cultura.
No Brasil, mais de 600 municípios produzem tabaco, alguns com maior representatividade, como é o caso de Rio Azul, no Paraná, o oitavo maior produtor. Dentre os municípios brasileiros foi o que apresentou o maior avanço no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M).
Os sucessivos ataques ao setor trarão como consequência, enormes perdas para a economia já combalida de nosso país, mais desemprego, mais miséria e fome. Somente no ano de 2015, a receita dos produtores foi de R$ 5 bilhões e o país arrecadou R$ 13 bilhões em tributos. O Brasil é o maior exportador de tabaco em folha no mundo desde 1993. No ranking mundial de produção de tabaco, o país fica atrás somente da China. Com exportação, a receita da indústria ultrapassou os R$ 7 bilhões e o movimento com o consumo interno foi de R$ 27 bilhões.
Este alerta é feito em nome de milhares de brasileiros que têm no cultivo do tabaco o seu principal meio de sustento e que se orgulham do seu trabalho. É a partir dessa atividade que muitas famílias hoje tem uma casa para morar, um carro na garagem e podem mandar seus filhos para uma faculdade, ao contrário de outros tantos cidadãos que padecem nas filas do desemprego, da falta de moradia e no desamparo frente ao atendimento de necessidades básicas que o Estado não consegue suprir.
Colocamos a Amprotabaco à disposição para que se possa realmente entender os dois lados da história e dar ao Brasil a verdade dos fatos e, não apenas o lado obscuro de um setor que é amplamente atacado, mas que ainda assim, persevera.”