Leia as apostas do colunista Edinei Wassoaski baseado na composição das alianças proporcionais para a eleição de domingo; pouco tempo de campanha favoreceu candidatos a reeleição
Os aspirantes a vereador que pegam carona com os candidatos “puxadores de voto” terão, pela primeira vez, uma meta a cumprir: para chegar à Câmara Municipal, seu resultado nas urnas precisa ser, no mínimo, 10% do quociente eleitoral.
O quociente é formado pelo total de votos válidos dividido pela quantidade de cadeiras na Câmara. Em 2012, o quociente em Canoinhas foi 3.236 – a nota de corte, portanto, teria sido 323 votos. Caso o candidato não alcance o mínimo, a vaga será redistribuída a outros partidos ou coligações. Naquela eleição tivemos seis coligações proporcionais. PMDB e PSD fizeram o maior número de votos (10.678) e conseguiram emplacar quatro vereadores. PDT, PR, DEM e PSDB, puxados pelo recordista de votos, Renato Pike (PR), veio na sequência com 7.507 votos e dois eleitos. Na terceira posição, com 6.378 votos, PT e PSDC elegeram dois.
Neste ano, o PMDB lançou 18 candidatos e coligou com o PT (5 candidatos). Já o PSD lançou 15 candidatos e se coligou com PP, PRB e Solidariedade. Separadas, as duas siglas têm menos chances de emplacar número maior de eleitos. O PMDB tem tudo para eleger uma mulher. Resta saber se será Telma Bley ou Camila Lima. Dos homens, tem chances Bene Carvalho e Chiquinho da Silva. Pode ajudar, ainda, a reeleger João Grein (PT). Mais que dois candidatos, no entanto, a coligação dificilmente elege.
Já a coligação do PSD deve reeleger Paulo Glinski e Wilmar Sudoski. Luciane Walter e Osmar Oleskovicz também são boas apostas. Os demais partidos da coligação só vão somar para eleger os peesedistas.
O PR foi o recordista de candidaturas (23) e deve eleger dois facilmente, com boas chances de eleger um terceiro. Célio Galeski, que ganhou de Faria o presentão que foi a Secretaria de Habitação com direito ao apelido “Célio das Casinhas” (muita gente desinformada atribui a ele a “doação” das casas do Loteamento Aparecida) e Gil Baiano têm tudo para serem recordistas de votos. O terceiro eleito pode ser Adinor da Silva, Cris Arrabar, Coronel Mário ou Zeneci Dreher. Por ter os nomes mais expressivos desta eleição, deve ser a coligação recordista de votos.
Há, ainda, mais três coligações. DEM, PSB e PSDB fazem ao menos um. A favorita é Norma Pereira (PSDB).
PPS e PSDC tem em Neuzo Borges, o Genérico ((PSDC) o nome mais forte. Os demais, por poucos votos que façam, podem, sim, impulsionar a eleição do “voto de protesto” da eleição passada, ou seja, Genérico pode ser reeleito por uma bem pensada estratégia de troca de partido.
Completam as coligações, PHS, PDT, PTC, PSL e PSC com poucas chances de eleger ao menos um candidato.
Crise
A crise que se abateu sobre o PT depois dos sucessivos escândalos de corrupção abateu o diretório canoinhense. Em 2012 o partido lançou 19 candidatos em coligação com o PSDC que lançou um candidato apenas. Conseguiu 6.378 votos, 700 só na legenda, e elegeu dois vereadores: João Grein e Cris Arrabar. Neste ano, lançou apenas cinco candidatos em coligação com o PMDB.
Esqueçam o que disse
É divertido observar como os partidos são volúveis. O PT de 2012 era oposição ao PMDB, com quem está coligado em 2016. O PSD, que estava com o PMDB hoje é oposição, inclusive com candidato a prefeito. O PR, fiel aliado do governo até pouco tempo, também está com a oposição, inclusive indicando o candidato a vice. E viva a ideologia partidária!
Pesquisas e desinformação
Mais duas pesquisas foram divulgadas nesta semana em Canoinhas. Na primeira, Beto Passos (PSD) está na frente. Quem encomendou? O seu próprio partido. Na segunda, Beto Faria (PMDB) aparece na frente. Quem encomendou? O próprio candidato.
Está mais do que na hora de a Justiça Eleitoral rever os critérios para divulgação de pesquisa. Quando os candidatos mesmos não divulgam, esquentam resultados duvidosos por meio de jornais.
RÁPIDAS
QUEDA: Cresceu o desinteresse do jovem pela política. Em 2012 havia 116.650 eleitores entre 16 e 18 anos inscritos. Nesta eleição, 83.811.
NOVE: em cada dez dos 17 mil candidatos a prefeito e vereador catarinenses se declaram brancos.
JURISPRUDÊNCIA: Condenado por corte ilegal de árvore em 2007, o candidato a vereador por Timbó Grande, José Guedes Martiol (PMDB), teve a candidatura liberada nesta semana pelo TRE.
SÓ PRA CONSTAR: Se um candidato a prefeito tiver mais de 50% dos votos e em seguida a Justiça indeferir sua candidatura, tem nova eleição. Entre 2013 e 2015, foram 113. Bom voto!