Anúncio de vacinas promissoras contra covid contrasta com aumento de mortes

Dois anúncios animaram o mundo no mesmo dia em que SC registrou aumento de 127% no nº de mortes

 

CORREÇÃO: AO CONTRÁRIO DO PUBLICADO ATÉ ÀS 15h26 DE 22/7/20, NÃO HÁ PACIENTES DE MAJOR VIEIRA INTERNADOS NA ALA COVID DO HOSPITAL SANTA CRUZ DE CANOINHAS

 

 

 

No mesmo dia em que Santa Catarina registrou alta de 127% no número de mortos por covid-19 na comparação com os últimos 14 dias, dois importantes anúncios sobre vacinas foram feitos no Reino Unido e na China: duas vacinas apresentaram resultados extremamente otimistas nas duas primeiras fases de testes e seguem, agora, na terceira e última fase de testes antes da comercialização. Especialistas acreditam que até o fim do ano começa a fabricação em massa de ao menos uma dessas duas vacinas, com perspectiva de início da vacinação da população mundial em janeiro de 2021. Expectativas menos otimistas preveem que no máximo até meados de 2021 a vacina estará disponível para a população.

 

 

 

Essas previsões tornam ainda mais necessárias as medidas de prevenção contra o coronavírus, especialmente na região Sul, onde o vírus avança com maior sucesso neste momento, efeito do inverno e do relaxamento das medidas de isolamento social.

 

 

 

 

SITUAÇÃO EM SC

 

 

 

 

 

Nesta terça-feira, 21, Santa Catarina deve alcançar a marca de 700 mortes por covid-19, além de 54 mil pessoas infectadas, o que corresponde a população de Canoinhas, cidade que, por sinal, também viu um boom de casos nos últimos dias, com três mortes registrados em menos de duas semanas. Nesta terça, há três homens internados na Ala Covid do Hospital Santa Cruz (HSCC). Eles têm idades entre 66 e 79 anos e são de um de Três Barras e dois de Canoinhas. Todos com comorbidades, ou seja, doenças associadas.

 

 

 

Nos últimos dias, por causa da superlotação de vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em outros hospitais do Estado, o HSCC recebeu pelo menos seis pacientes de outras cidades: três morreram. Nesta terça, o Estado passou o índice de 75% da ocupação total dos leitos de UTI, mesmo com a ampliação de mais de 500 vagas na rede hospitalar pública.

 

 

 

 

Dos 1.376 leitos mantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 429 estão ocupados por pacientes em tratamento de covid-19, com confirmação ou suspeita da doença. Desse total, 229 pessoas fazem uso de aparelhos de ventilação mecânica para conseguir respirar. Os outros 200, mesmo em estado grave, não fazem uso de respiradores. É a maior taxa desde o início da pandemia.

 

 

 

VEJA OS DADOS DA PANDEMIA NA REGIÃO DE CANOINHAS

 

 

 

VACINAS

A vacina experimental da AstraZeneca contra a covid-19 se mostrou segura e produziu resposta imunológica em testes clínicos de estágio inicial feitos em voluntários saudáveis, conforme foi apresentado nesta segunda em Londres.

 

 

A vacina, chamada Azd1222 e que está sendo desenvolvida pela farmacêutica em parceria com cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, não apresentou nenhum efeito colateral grave e provocou respostas imunes com anticorpos e células T, de acordo com os resultados dos testes publicados na revista médica The Lancet.

 

 

 

A vacina está sendo testada desde junho no Brasil em Fase 3 de estudos clínicos, a última etapa antes do registro, num estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

 

 

 

“Esperamos que isto signifique que o sistema imunológico lembrará do vírus para que nossa vacina proteja as pessoas por um período prolongado”, disse o principal autor do estudo, Andrew Pollard, da Universidade de Oxford.

 

 

 

“Entretanto, precisamos de mais pesquisas antes de podermos confirmar que a vacina protege efetivamente contra a infecção de Sarsd-CoV-2 (covid-19) e quanto tempo qualquer proteção dura”, disse.

 

 

 

 

TESTES
A vacina da AstraZeneca é uma das principais candidatas no combate a uma pandemia que já tirou mais de 600 mil vidas, além de outras em testes intermediários e finais.

 

 

 

Entre elas, estão a vacina sendo desenvolvida pela chinesa SinoVac Biotech – que também está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo -, outra da estatal também chinesa Sinopharm e outra da empresa de biotecnologia norte-americana Moderna. A mais promissora, com resultados apresentados nesta segunda, é da SinoVac Biotech.

 

 

 

A AstraZeneca assinou acordos com governos de todo o mundo para fornecer a vacina caso ela se mostre eficiente e obtenha aprovação regulatória. A empresa disse que não buscará lucrar com a vacina durante a pandemia.

 

 

 

Um dos acordos foi feito com o governo brasileiro e prevê que a vacina seja produzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), segundo a agência de notícias Reuters.

 

 

 

 

Pesquisadores disseram que a vacina provocou efeitos colaterais brandos com mais frequência do que ocorre em um grupo de controle, mas que alguns destes puderam ser reduzidos com o uso de paracetamol e que ela não causou efeitos adversos graves.

 

 

A vacina chinesa contra o novo coronavírus, chamada de CoronaVac, começará a ser testada em voluntários brasileiros nesta terça-feira, 21. A vacina será aplicada em 890 voluntários da área da saúde do Hospital das Clínicas, na capital paulista.

 

 

 

A vacina é aplicada em duas doses. A primeira delas começa a ser aplicada nesta terça. A outra dose será aplicada após 14 dias. Os pesquisadores do Hospital das Clínicas vão analisar os voluntários em consultas que são agendadas a cada duas semanas. A estimativa é concluir todo o estudo da fase 3 de testes em até 90 dias.

 

 

 

 

Ao todo, os testes com a CoronaVac serão realizados em nove mil voluntários em centros de pesquisas de seis estados brasileiros: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. A pesquisa clínica será coordenada pelo Instituto Butantan e o custo da testagem é de R$ 85 milhões, custeados pelo governo.

 

 

 

Os testes serão acompanhados por uma comissão de pesquisadores internacionais, que terão acesso à plataforma científica para observar o andamento e garantir transparência em todo o processo.

 

 

 

 

 

AS DIFERENÇAS

A vacina chinesa é feita de forma mais tradicional, a partir do vírus atenuado. Já a candidata de Oxford traz uma tecnologia inédita: ela usa um adenovírus para levar para o organismo humano um fragmento do DNA do coronavírus. Em coletiva de imprensa, o diretor do Butantã, Dimas Covas, explicou a diferença.

 

 

 

“A tecnologia da vacina que estamos desenvolvendo é tradicional, ela já foi usada para a produção de outras vacinas aqui, no Butantã. Isso mostra que as vacinas produzidas para outras doenças infecciosas têm já um perfil de segurança já testado, aprovado e em uso”, comparou.

 

 

 

“A vacina de Oxford é uma tecnologia nova e que poderá ser uma evolução nas tecnologias de produção de vacina, mas ela precisará ter o seu processo produtivo validado por esses estudos. É importante entender que existem muitas vacinas com tecnologias diferentes, e isso tem um impacto nos estudos clínicos e na aprovação dessas vacinas. O Brasil é o lugar ideal porque a epidemia está crescendo, mas não só por isso. O Brasil tem grande experiências em vacinas. Não só a fase da epidemia, mas a experiência que nós temos”, disse Covas.

 

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