Aplicativo de celular vai ajudar no combate ao Aedes aegypti em Santa Catarina

Foto: James Tavares/Secom

Para reforçar o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus e febre de chikungunya, o governo estadual lançou o aplicativo de celular “Dengue SC” nesta sexta-feira (5), em Florianópolis. A iniciativa é inédita no país.

O app interativo permite que a população denuncie possíveis criadouros de Aedes aegypti aos órgãos de controle por meio de fotos e localização por geoprocessamento. “É uma inovação, um avanço que certamente será copiado no Brasil. É simples: você passa na rua, identifica o lugar, fotografa e, quando manda a denúncia, nossa equipe já vai ao local certo para verificar. Com a colaboração das pessoas, o aplicativo vai aumentar nossa eficiência”, disse o governador Raimundo Colombo durante a entrevista coletiva de apresentação do “DengueSC”.

O aplicativo desenvolvido pelo Centro de Inovação e Automação do Estado de Santa Catarina (Ciasc) é gratuito e já está disponível para download na loja Google Play (sistema Android). A partir da próxima semana, também estará na App Store (sistema iOS – iPhone). “Conseguimos desenvolvê-lo em um mês, sem custos ao Estado.  É uma contribuição à campanha de mobilização”, comentou o presidente do Ciasc, Roberto Amaral.


COMO FUNCIONA
O usuário informa o local do foco do mosquito com um clique no mapa ou pelo endereço, fornece dados para contato e faz observações. O envio de foto é opcional, mas a imagem facilita a localização do criadouro para os agentes de combate às endemias.

aplicativo_dengueRealizada a denúncia, o aplicativo envia a informação para o poder público. Quando a solicitação é encaminhada para averiguação, após ser confirmada ou finalizada, o cidadão recebe uma notificação pelo smartphone. “Tivemos a preocupação em dar retorno ao cidadão, que tem um feedback da sua participação”, frisou Amaral.

O aplicativo ainda traz informações sobre as formas de combater o Aedes aegypti e as doenças causadas pelo mosquito. Além disso, permite consultar os contatos da Vigilância Epidemiológica ou das Salas de Situação municipais.

A prefeitura da cidade indicada na denúncia terá acesso às ocorrências feitas pelos cidadãos por meio de uma ferramenta web. Ela possibilita o acompanhamento das solicitações recebidas e o andamento das verificações. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) também tem acesso a todos os registros. Os órgãos públicos envolvidos podem, ainda, acessar mapas de registros e mapas de calor (mostra locais com maior concentração de ocorrências).

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing, essas informações serão fundamentais para o direcionamento das ações do poder público. “A Sala de Situação estadual e os municípios receberão todos os dados, possibilitando uma atuação mais eficiente de inspeção e limpeza. O aplicativo também permite a análise das informações para definição das áreas prioritárias. Assim poderemos eliminar os focos do mosquito e evitar a propagação.”

 

MOBILIZAÇÃO
Está marcada para 13 de fevereiro (sábado) uma mobilização nacional contra os focos do Aedes aegypti. Estão previstos mutirões de limpeza urbana e atividades de conscientização. As ações contarão com a participação das Forças Armadas. “Todo o efetivo estará nas ruas numa campanha de esclarecimento junto à população onde há instalações militares no estado ou em cidades próximas. Serão 5 mil militares nos municípios. Estaremos presentes para cooperar”, afirmou o general da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, Richard Fernandes Nunes.

As ações das Forças Armadas serão retomadas no período de 15 a 18 de fevereiro. “Nosso esforço é para atingirmos uma grande camada da população no dia 13 e na semana seguinte para promovermos a conscientização de que cada um deve fazer a sua parte”, salientou Nunes.

Conforme o general, já foi iniciada a capacitação de militares em Florianópolis para colaborarem até o final de março com a erradicação de focos do mosquito nos bairros com maior concentração de notificações.

 

AÇÃO CONJUNTA
A Secretaria de Estado da Educação também está envolvida na mobilização de combate ao Aedes aegypti. De acordo com o secretário da pasta, Eduardo Deschamps, será feito um trabalho de orientação a diretores e professores no período de 15 a 19 de fevereiro. “A partir do dia 22, no retorno às aulas da rede estadual, faremos um trabalho muito forte com os estudantes para ajudarem na conscientização das famílias”, destacou.

 

PRAZO
O secretário de Estado da Saúde informou que Santa Catarina já atingiu 50% da meta de visitas aos 333.124 imóveis dos 28 municípios considerados infestados. “Em um terço dos imóveis visitados tivemos dificuldade de acessar o local (estavam fechados ou a visita foi recusada). Pedimos, então, a colaboração da população. Trata-se de um problema social, não só de ordem pública”, acrescentou o secretário-adjunto da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli.

O prazo para concluir o primeiro ciclo de visitas foi ampliado de 12 de fevereiro para 29. um segundo ciclo será realizado em Santa Catarina em março, para acompanhamento e eliminação de todos os potenciais focos do Aedes aegypti.

O governador convocou a população a combater o mosquito. “É uma grande ameaça. Para se ter ideia, é a primeira vez nos últimos 100 anos que o Brasil decreta situação de emergência em saúde pública. É muito grave o que está acontecendo. Não temos a curto prazo uma vacina e o mosquito não vai parar. Não podemos baixar a guarda, temos que agir e fazer a nossa parte. Vamos nos empenhar ao máximo, aplicar toda a nossa energia na luta contra o mosquito.”

Também participaram da coletiva o secretário de Estado da Segurança Pública, César Grubba, e o superintendente de Vigilância em Saúde, Fábio Gaudenzi.

 

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