“Seres humanos não são deuses, mas tentam imitá-los nas suas ações”. (Elmo)
Tempestades povoam o planeta e causam tragédias às populações, mas as piores são as que agridem as populações como a incerteza, o descaso, a exclusão, a imoralidade, a indiferença, a insegurança, a ignorância. Viver na ignorância é padecer na escuridão, é ser cegado pelas implacáveis areias do tempo, é viver no deserto da própria consciência, sem vislumbrar a beleza do mundo ou desfrutar das surpreendentes trilhas do conhecimento.
Várias gerações de brasileiros estão fadadas a este vaticínio, afinal uma nação com 17 milhões de analfabetos, mais outra quantidade não mensurável de analfabetos funcionais, preocupa com veemência qualquer cidadão consciente pelas trágicas consequências do desperdício de capital humano, resultado de projetos educacionais mirabolantes e mal orientados, sem qualquer eficiência e eficácia. Porém, a mídia oficial revela, como verdade absoluta, investimentos jamais vistos na área educacional, projetos com resultados duvidosos, alguns com objetivos meramente financeiros, sem testes, sem exigências, sem qualquer análise criteriosa de qualidade, visando tão somente ao aspecto quantitativo de questão estratégica para o país – a educação de crianças, jovens e adultos.
Daí o descalabro, a desorganização social, a dilapidação patrimonial, as milhares de vidas consumidas em acidentes e assassinatos – a falta de EDUCAÇÃO cobra pesado ônus da sociedade, quando esta não corresponde com o devido bônus; no caso brasileiro, com a concentração descomunal de tributos, percebe-se claramente quem são os responsáveis por esta monumental dívida social.
Falar sobre o tratamento desigual dispensado aos professores, especialmente àqueles que se debruçam nas lides da sala de aula, torna-se redundante, mas uma reflexão é necessária nessa circunstância crítica: o professor é, sempre foi e será um agente do conhecimento, um semeador de ideias, um formador de opinião, um reformista contestador, um líder destacado na sociedade, daí a rejeição, o descaso, o abandono, o menosprezo que sofre, historicamente, no exercício profissional pelas autoridades constituídas. Quando não se pode vencer a consciência do sábio, basta condená-lo ao ostracismo pelo rebaixamento social da importância de sua participação.
Mudanças arejam ambientes, causam temor e resistências aos acomodados, os que se locupletam com o poder, os que se consideram insubstituíveis e infalíveis no que fazem, os que se julgam acima da lei e da própria população que os mantém. A ironia é que esqueceram que as areias do tempo, contidas na ampulheta que receberam há tempos, não admitem mais movimentos, significando o encerramento de um ciclo e uma transição inevitável.
Fica a pergunta: Por que ter medo de mudar? Pelo temor de errar ou pelo receio de acertar?
Pretensão maior: brandura, esperança e prosperidade ao povo do Brasil!