O Daily Beast faz parte da minha ronda matinal pela internet desde que foi lançado, em 2009. Mas ontem de manhã eu pulei um artigo que iria incendiar as redes sociais, até ser derrubado no fim do dia. Ainda consegui ler a versão editada, já sem o título original nem a ilustração que aparecem aí do lado. Também foram limadas as pistas que permitiam a identificação dos atletas gays com quem um jornalista inglês marcou encontros através do Grind’r. Nico Hines é hétero e casado, e achou que seria uma boa pauta baixar todos os aplicativos de negação e testá-los na Rio-2016. Olha só que furaço de reportagem que o cara conseguiu: tem viadagem no esporte! Nem ele nem seus superiores se deram conta do perigo a que estavam expondo suas vítimas, mesmo depois da gritaria generalizada na internet. Sendo que algumas delas vêm de países onde a homossexualidade é proibida por lei. Por fim a matéria foi tirada do ar, mas claro que ainda está circulando por aí. Os editores do site publicaram um pedido de desculpas e reassumiram seu compromisso com a causa LGBT, mas agora é meio tarde. Este episódio serve para lembrarmos que a homofobia (e o machismo, e o racismo, e etc.) ainda vicejam latentes mesmo dentro de gente que se acha moderninha e bem-intencionada. Tipo eu.
ATUALIZAÇÃO: Esqueci de incluir na primeira versão desse texto o fato crucial de que pelo menos um dos atletas que marcou encontro com Nines vem de um país onde os gays podem ser condenados à morte. Agora incluí: está em negrito no post. O jornalista foi muito além de devassar a intimidade de alguém: ele expôs pelo menos uma pessoa a perigo de vida. Tinha que ser demitido ontem