Audiência Pública debate fechamento do Hemosc em Canoinhas

Discussão será realizada na Câmara de Vereadores                                                                

 

A Assembleia Legislativa de Santa Catarina promove nesta quinta-feira, 16,  Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Canoinhas para debater sobre o fechamento do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemosc) de Canoinhas.

 

A proposta foi feita pela comissão de saúde da Assembleia Legislativa. A discussão vai contar com a participação do deputado Antonio Aguiar (PMDB) e de representantes do Hemosc e da Secretaria da Saúde.

 

A audiência tem início às 19h, no Plenário da Câmara de Vereadores.

 

SURPRESA

O Hemosc fechou definitivamente as portas em Canoinhas no começo de janeiro, um mês depois que o próprio governador Raimundo Colombo (PSD) criticou em entrevista coletiva concedida em Mafra, as férias coletivas concedidas em dezembro que levaram ao fechamento temporário da unidade.

 

Em comunicado, o Hemosc informa que a Unidade de coleta de Canoinhas tinha três cadeiras e funcionava quatro horas por dia, de segunda a sexta-feira, tendo portanto uma capacidade instalada para 720 coletas/mês, sendo que durante todo o tempo de funcionamento, em nenhum mês, houve o alcance deste resultado. Em 2015 foram 3175 coletas no ano, uma média mensal de 266 coletas. “Considera-se que para um serviço não ser caracterizado como deficitário (custo x efetividade), o número mínimo de coletas no mês é de 400 bolsas, onde percebe-se também que em nenhum mês houve essa coleta mínima na Unidade de Coleta de Canoinhas. Ainda, no que se refere ao percentual de coletas realizadas pela Unidade de Coleta de Canoinhas, considerando o total de bolsas coletadas na Hemorrede, no ano de 2015 sua coleta representou somente 2,43%”, diz o comunicado.

 

Outro motivo apontado para o fechamento é o índice de aproveitamento das bolsas coletadas não ser tecnicamente satisfatório, “decorrente do tempo entre a coleta da bolsa em Canoinhas e o processamento em Joaçaba, impossibilitando a produção de concentrado de plaquetas, gerando somente concentrado de hemácias e plasma comum. Este plasma não deve ser utilizado na terapia transfusional sendo enviado à indústria para produção de hemoderivados, porém com a irregularidade de recolhimento por parte da Hemobrás e a ausência de espaço físico para acondicionamento (freezeres com temperatura inferior a -20°C) muitas bolsas de plasma são descartadas.”

 

O comunicado cita, ainda, que o Hospital Santa Cruz é parceiro, cedendo a sala ocupada pelo Hemosc. “Estamos cientes que a presença do Hemosc ocupa espaço importante do Hospital, impede a realização dos projetos de obras para ampliação e melhorias necessárias.” Cita, ainda, que a Unidade de Coleta de Canoinhas não possui os alvarás sanitário, de funcionamento e do Corpo de Bombeiros, pois a liberação está vinculada diretamente a readequações da estrutura física e a aprovação na Vigilância Sanitária do projeto arquitetônico da unidade. “Igualmente, e consequência da ausência das documentações citadas não há registro no Cremesc do responsável técnico, estando assim a unidade irregular no aspecto documental.”

 

Outro problema é aposentadoria do médico responsável pela Unidade. O Hemosc diz que foi “frustrada” a tentativa de contratar outro médico.

 

O Hemosc afirma que “o quantitativo diário coletado em Canoinhas será compensado nas demais estruturas da Hemorrede, se necessário, de modo que o fechamento da Unidade não impacte nos estoques de sangue.”

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