O Globo
Manchete : Impeachment avança, e Dilma usa tom de despedida
Comissão do Senado aprova relatório pelo afastamento da presidente por 15 a 5
Sessão que deve decidir a saída temporária da petista ocorrerá na próxima quarta-feira, e a oposição tem nove votos além do necessário; ‘meu coração vai ficar partido’, diz ela, resignada, em evento em Pernambuco
A comissão especial do impeachment no Senado aprovou ontem, por 15 votos a 5 e uma abstenção, o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) que pede o afastamento e posterior julgamento da presidente Dilma por crime de responsabilidade. Na próxima quartafeira, o parecer será votado pelo plenário. Se aprovado, Dilma será afastada, e o vice Michel Temer assumirá. Já há 50 votos declarados pelo afastamento, nove a mais do que o necessário. Nos bastidores, governistas descartam qualquer chance de virada. Em Pernambuco, a própria Dilma adotou um tom de despedida. “Meu coração vai ficar partido porque é uma grande injustiça”, disse. A presidente, porém, afirmou que lutará nos 180 dias em que deve ficar afastada e que “não vai para debaixo do tapete”. A sessão decisiva pode durar 20 horas. (Págs. 3 a 5)
Campanha de Dilma recebeu caixa 2 da JBS, diz Mônica Moura
Mônica Moura, mulher e sócia do marqueteiro João Santana que negocia delação premiada, contou a procuradores que a JBS, maior processadora de alimentos do mundo, fez doações de caixa 2 à campanha da presidente Dilma em 2014 ao quitar dívidas do PT com a gráfica Focal, revela THIAGO HERDY. A JBS nega e afirma não ter encontrado em sua contabilidade pagamentos feitos à gráfica. (Pág. 9)
Para tomar decisão, Maranhão faz ‘consulta’
Alçado ao posto com o afastamento de Eduardo Cunha, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, não foi à Casa ontem. Ainda se familiarizando com o cargo, na noite de anteontem, interrompeu reunião com um grupo de deputados porque queria “dois ou três minutos para falar com Deus” e decidir se reabriria sessão de debates. Parlamentares da oposição afirmam que Maranhão não tem capacidade para ficar no posto. (Pág. 8)
Governo quer IR para heranças
Às vésperas da votação do impeachment da presidente Dilma no Senado, o governo anunciou que vai encaminhar ao Congresso projeto para cobrar IR de heranças e doações de altos valores. As medidas, que elevariam a arrecadação em R$ 5,35 bilhões, foram criticadas por tributaristas e parlamentares. (Pág. 23)
Argentinos sofrem com tarifaço
A alta nas tarifas de energia e transporte forçou mudanças de hábitos na Argentina, relata a correspondente JANAÍNA FIGUEIREDO. Consumidores formam grupos para comprar por atacado e cruzam fronteiras para abastecer o carro. (Pág. 21)
O Estado de S. Paulo
Manchete : Impeachment avança;Temer define base no Congresso
Comissão aprova parecer pela saída de Dilma; PP, PR, PSDB e PMDB devem formar grupo de apoio a vice
A Comissão Especial do Impeachment no Senado aprovou ontem parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foram 15 votos a favor, 5 contra e uma abstenção. Sem estratégias de reação, o Planalto vê cada vez mais próximo o fim do mandato de Dilma. Na quarta-feira, ocorrerá a votação no plenário e a presidente pode ser afastada por até 180 dias. A cinco dias da decisão, o vice Michel Temer (PMDB) concentrou as investidas para a formação de sua base de apoio nas quatro maiores bancadas com que pretende trabalhar, especialmente na Câmara: PP, PR, PSDB e PMDB. Mas ele quer o compromisso de que os indicados para os cargos na Esplanada representem a totalidade dos grupos políticos de suas legendas. Ontem, Temer confirmou Mauricio Quintella Lessa (PR-AL) nos Transportes e convidou o senador tucano Tasso Jereissati (CE) para o Ministério do Desenvolvimento. (Política A4 a A12)
‘Vou ficar aqui lutando’, diz Dilma
Dilma Rousseff disse que o impeachment é eleição indireta disfarçada. “Querem esconder tudo embaixo do tapete.Eu não vou para baixo do tapete.
Vou ficar aqui lutando.” (Pág. A10)
‘Vocês vão se surpreender’, diz Maranhão
O presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), encontrou- se ontem com o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tenta evitar que seu substituto atue contra seus interesses e do vice Michel Temer. Em um recado aos que o consideram fraco, Maranhão declarou ontem: “Vocês vão se surpreender comigo”. (Pág. A6)
MPF denuncia Ronan, Argello e mais 18 pessoas
O Ministério Público Federal fez duas novas denúncias envolvendo desvios na Petrobrás: uma que imputa crimes a membros do PT e ao empresário Ronan Maria Pinto e outra que enquadra o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) e os empreiteiros Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro e Ricardo Pessoa. Ao todo, são 20 denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro. (Pág. A14)
Governo quer cobrar IR de heranças e doações
O governo enviou ao Congresso projeto de lei que altera a legislação do Imposto de Renda e eleva em R$ 5,35 bilhões a carga tributária das empresas e pessoas físicas em 2017. Entre as medidas, está a cobrança de IR das pessoas físicas que receberem herança e doações. (Economia B1 a B4)
Folha de S. Paulo
Manchete : Meirelles quer limitar e desvincular gasto público
Provável ministro da Fazenda de Michel Temer planeja ainda reforma previdenciária
Henrique Meirelles, provável ministro da Fazenda de Michel Temer (PMDB), definiu três eixos prioritários a serem adotados na economia, informa Valdo Cruz. O plano inclui teto para gastos públicos (relativo ao crescimento do PIB), reforma da Previdência e simplificação do sistema tributário. O objetivo é aprovar as medidas neste ano para reequilibrar as contas públicas no médioprazo. A assessores do vice Meirelles disse que o país, nesse cenário, voltará a ter superávit em dois anos. Segundo ele, o lema do governo Temer na economia será “vamos devagar, mas estamos com pressa”. Para Meirelles, o importante é dar aos investidores a certeza de que o endividamento será reduzido — o risco do país cairia por extensão. Já o senador Romero Jucá (PMDB-RR), provável ministro do Planejamento, buscará melhorar o funcionamento da máquina pública e estimular o investimento.A equipe julga prioritária ainda a aprovação de emenda constitucional que desvincula de gastos obrigatórios 30% das principais receitas da União. (Mercado a17)
Comissão do Senado aprova relatório pró-impeachment
A comissão especial do Senado aprovou nesta sexta (6) o relatório a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foram 15 votos favoráveis (75%) e cinco contrários ao parecer do relator, Antonio Anastasia (PSDB-MG), que diz haver elementos suficientes para a deposição legal. Raimundo Lira (PMDB-PB), presidente da comissão, não votou, sob o argumento de que só deveria participar em caso de empate. O caso vai ao plenário na quarta (11). São necessários os votos da maioria dos presentes para que o relatório seja aprovado e Dilma, afastada por até 180 dias. (Poder a4)
Pimentel é denunciado sob acusação de corrupção
A Procuradoria-Geral da República ofereceu denúncia ao Superior Tribunal de Justiça contra Fernando Pimentel (PT), governador de MG. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em suposto esquema no governo de Dilma. Investigadores suspeitam de financiamento ilegal de campanhas. A Constituição de MG determina afastamento caso a denúncia seja aceita. Pimentel nega as acusações. (Poder a13)
Governo Alckmin encerra ocupações e anuncia marmita
A Polícia Militar, por decisão judicial, pôs fim à ocupação de estudantes no Centro Paula Souza, em São Paulo. Doze escolas técnicas continuam ocupadas, em reivindicação por merenda. O governo Alckmin (PSDB) promete dar marmitas no segundo semestre do ano. Também nesta sexta (6) os alunos deixaram a Assembleia Legislativa. (Cotidiano b1)