Leia as crônicas do professor Ederson Mota
BALANÇO
Nada como fazer um balanço da vida ao final de cada ano que finda e pesar as boas e más fases vividas. Um balanço existencial exige encarar a verdade sobre si mesmo, sua conduta, seu desempenho, sua dedicação, sua capacidade de doação e o seu nível de conhecimento, até que ponto a ignorância influenciou suas ações.
Todos deveriam rever seus conceitos, renovar suas verdades e alimentar seu padrão ético em benefício da sua felicidade e a dos outros que o cercam.
Alguns chamam isso de exame de consciência, outros de revisão de procedimentos, mas o importante são as mudanças de atitudes que acontecem após essa reflexão.
Laços familiares são refeitos, relacionamentos e amizades são renovados, troca-se o ar do ambiente, abrindo –se a janela da alma, respira-se um novo tempo, uma nova atmosfera.
Todos querem viver esse balanço, mas para alguns ele se torna um fardo, um peso a ser carregado, um castigo; são aqueles que vivem atormentados, que se sentem culpados, que vivem recolhidos em si mesmos e estão prestes a explodir.
E agora? Agora abra o seu coração, veja a vida com outros olhares e desfrute a felicidade de ser humano e existir.
AGITAÇÃO
É um vai e vem incessante, grupos falantes ruidosos, famílias, crianças, idosos, sorveterias lotadas, lanchonetes ambulantes com filas, um cheiro de comida no ar, e a massa sorridente se desloca pela cidade, contemplando vitrines reluzentes, visitando lojas, além dos veículos, carros, motos, bicicletas trafegando vagarosamente pelas ruas enfeitadas para desfrutar a paisagem.
Tudo muito iluminado, muito decorado, com a alegria estampada nos rostos de todos os transeuntes que carregam sacolas e pacotes de presentes.
Vêm algumas perguntas: o que causa essa euforia? A chegada do bom velhinho? O ato de presentear familiares e amigos? A reflexão sobre o que foi realizado em 2017?
Acredita-se que a atmosfera mágica do natal é uma comprovação clara de que somos humanos, temos sentimentos e que nos guiamos pela solidariedade.
E agora? Agora é a hora de estender a mão num cumprimento sincero, afinal é Réveillon! Que bom se todos os dias fossem assim!
O MENINO
Um menino, uma circunstância histórica desfavorável, uma perseguição implacável, uma profecia, um casal, 2017 anos atrás.
Uma criança predestinada, que revolucionou a humanidade, um ambiente de pobreza, carência, dificuldades e uma lição de sofrimento e humildade ficou.
Mais uma vez, uma criança mudou um conceito de crueldade dominante para liberdade, justiça e igualdade, afinal, quem nasceu numa estrebaria e repousou sobre uma manjedoura, de repente, visitado por reis trazia consigo a marca da inocência e o perfil celestial.
Eis o menino, eis o Natal, data da cristandade, com suas tradições e aceitação.
Nasceu para a glória, para a felicidade, como toda criança, com família digna, respeitosa e cumpridora dos seus deveres, como as famílias das crianças de hoje deveriam ser.
Um exemplo sem ostentação, sem publicidade, sem a riqueza principesca, sem o manto da vaidade e das aparências.
E agora? Agora é comemorar o Natal, aprofundando a espiritualidade e o amor ao próximo, seguindo o exemplo de inocência da notável criança do presépio.
ESTRADAS
Falar sobre estradas, infraestrutura, é sempre tema de debates,versões e demais especulações.
Falar sobre estradas do interior é assunto severo, incontestável, considerando a importância do fluxo de alimentos e produção agropastoril.
O grande problema é o estado em que se encontram essas vias indispensáveis à sobrevivência de milhões de pessoas, se permitem trânsito livre ou se detêm obstáculos intransponíveis ao transporte de produtos.
As comunidades do interior sabem perfeitamente como estão as estradas, interrompidas ou não, lamacentas ou perigosas, sinalizadas ou sem norte definido.
Algumas apresentam trilhas de alta dificuldade e não condizem com os avanços atuais, outras estão abandonadas à própria sorte, esquecidas pela conservação que deve ser permanente.
Estradas que impedem o desenvolvimento não são úteis a quem produz e a quem consome, apenas constam de mapas, não se sabe por que existem; e são muitas Brasil afora.
E agora? Agora é o momento de planejar a recuperação e executá-la sem critérios preferenciais ou outras maneirices.