Há alguns anos, a UnC – campus Canoinhas era tida como a empresa sem chaminés de Canoinhas. Possuía 32 cursos de graduação e era o campus da UnC que mais investia em projetos de extensão. Somente em 2004 (dado publicado em matéria jornalística do Jornal A Gazeta, de São Bento do Sul), o campus investiu R$ 6.375.905,71 em projetos de extensão, proporcionando cursos de informática e atendimento jurídico, entre outros, para a comunidade carente, além de projetos de recuperação de meio ambiente, palestras de educação no trânsito, atendimento de consultoria na empresa Júnior e nas agências do curso de turismo.
A entrega da UnC II
A UnC-campus Canoinhas era uma potência e sobretudo um orgulho para a comunidade de seu entorno. Movimentava a economia local e atraía investimentos para o Município. A UnC era verdadeiramente uma universidade comunitária, porque agia, transformava a sua comunidade. Levava Canoinhas e a região para as manchetes de jornais estaduais e nacionais.
A entrega da UnC III
A partir de 2005, começou o desmonte da UnC. Com a saída do saudoso João Rosa Müller do cargo de diretor presidente, começou a derrocada! Por motivos puramente políticos, a UnC se transformou em moeda de troca. O objetivo era desmontar a UnC, para provar para a comunidade que o trabalho desenvolvido por Rosa Müller não era tão bom assim. Era frear a ascensão política de Rosa Müller. Começa a fase da caça às bruxas. Funcionários considerados leais ao professor João, foram demitidos e a UnC condenada a pagar estrondosas somas em indenizações. A partir daí, as contas não fecharam mais. Houve atraso de salários e a UnC passou a ser apenas uma sombra do que havia sido.
A entrega da UnC IV
Envolta em dívidas e sem nenhum gerenciamento técnico, o campus atravessou grande crise e começaram os planos para a Unificação. E assim foi, sendo que o poder executivo enviou projeto de lei para a Câmara de Vereadores aprovando a cessão do patrimônio do campus de Canoinhas para a Fundação Universidade do Contestado – Reitoria, por 30 anos. Em dezembro de 2007, os vereadores de Canoinhas aprovaram o projeto de cessão. E aí começou a Unificação, que na verdade nada mais foi que a entrega do nosso campus para a reitoria.
A entrega da UnC V
Começou o processo. O campus Canoinhas perdeu totalmente sua autonomia e, consequentemente, o controle sobre o seu destino. O campus Canoinhas era o que melhor estrutura tinha e podia abrigar a Reitoria, porém não foi o que ocorreu. A Reitoria ficou com o campus Mafra e agora, em 2014, passa para o campus de Concórdia.
A entrega da UnC VI
O campus de Caçador se rebelou e não aderiu à unificação e hoje é Uniarp- Universidade do Vale do Rio do Peixe. Mantém sua autonomia e detém as rédeas de seu destino. Já o campus de Canoinhas é uma sombra tênue do que já foi. Não se tem conhecimento de projetos de extensão, não se tem notícias de crescimento e de oferecimento de novos cursos. Enfim, o campus já não nos pertence mais. Está sob as ordens de Concórdia.
A entrega da UnC VII
Sei que vou ouvir: ela não sabe de nada, não conhece o processo de unificação. Não sabe que foi o Ministério Público que ordenou a unificação, blá, blá, blá. Tudo balela! O MP nunca “ordenou” a unificação dos CNPJs, até porque não cabe ao MP este papel! A verdade é uma só: o patrimônio construído a duras penas, pelo trabalho de canoinhenses como Luiz Freitas, Acácio Pereira, Lauro Günter, Zaiden Seleme e Alcides Schumacher (só para citar alguns), desde que a instituição da Funploc foi fundada, em 1970, foi “gentilmente repassado e entregue” para estranhos.
A entrega Da UnC VII
O mestre em Desenvolvimento Regional, Jorge Amaro Bastos Alves, pesquisou o impacto financeiro da UnC na economia canoinhense entre os anos 2003 e 2008. Segundo a pesquisa, cada real gasto pela Universidade significou um efeito quase que triplicado sobre o produto e renda regionais do município. O impacto econômico foi de cerca de R$ 252,8 milhões, o que correspondeu a 6,47% do PIB do município. Além disso, estimou-se que a UnC campus Canoinhas foi indutora, ao longo do período, de cerca de 483 empregos.
E agora, o que temos?
Não se sabe! E a nós não serão dadas explicações! Afinal o campus não é nosso! Mas os responsáveis pela proeza sabem exatamente o que fizeram e porque o fizeram. A nós, cabe apenas aceitar e lamentar!