Bioquímico afirma que exames foram feitos com reagentes vencidos

Francisco Tischler Jr garante que reagentes vencidos foram usados em exames no Laboratório Municipal de Canoinhas; bioquímica responsável nega                                                                                                                                                 

 

Francisco Tischler Filho, bioquímico que trabalhou no Laboratório Municipal de Canoinhas e que, no ano passado atuou como fiscal da Vigilância Sanitária, afirma que reagentes vencidos foram usados no Laboratório pelo menos no ano passado e começo deste ano.

 

Francisco contradiz a bioquímica responsável pelo Laboratório, Jaqueline Liller Garret, que falou que no ano passado não houve inspeção da Vigilância Sanitária. “No dia em que fui fazer a vistoria, ela me pediu uns 20 minutos para esperar. Não era uma batida, era uma vistoria normal e tive de esperar.” Durante a vistoria, nada de irregular foi encontrado. Ele não sabe dizer onde está o alvará e afirma que toda a documentação sobre a vistoria que estava na Vigilância Sanitária desapareceu.

 

Com a mudança de governo, no começo deste ano Francisco foi realocado ao cargo para o qual é concursado, o de bioquímico do Laboratório Municipal. Foi quando ele diz que encontrou reagentes vencidos desde 2014 dentro da geladeira do Laboratório. À época Jaqueline estava de férias. Francisco diz que não usou os reagentes vencidos e só fez exames de gravidez e parcial de urina com material dentro da validade. Quando Jaqueline voltou, segundo Francisco, ele chamou atenção dela para os reagentes vencidos e ela teria dito que ele teria “de aprender a fazer exames com reagentes vencidos porque SUS é assim mesmo”. Frase que ela teria repetido em frente a pelo menos outros cinco funcionários da Secretaria de Saúde. Ainda de acordo com Francisco, Jaqueline teria confirmado que fez exames com reagente vencido.

 

Para Francisco, aqueles que fizeram exames no período em que foram usados os reagentes vencidos precisam refazer os exames.

 

CONTRAPONTO

Jaqueline rebateu todos os pontos abordados por Francisco. Sobre a acusação de que exames foram feitos com reagentes vencidos ela chama de “inverdade”. “Primeiro porque não foram utilizados reagentes vencidos, e segundo, porque o então fiscal da Vigilância Sanitária não trabalhava no laboratório à época. Se utilizados, quem o fizera fora Francisco, pois somente entrou no laboratório após eu estar em férias, em janeiro deste ano. A fiscalização pela Vigilância Sanitária estadual ocorreu no dia 14 de fevereiro, período em que Francisco estava dentro do laboratório, e como anteriormente era fiscal da Vigilância a afirmação de irregularidade confronta diretamente a pessoa de Francisco, pois deveria ter tomado medidas corretivas”, afirma em nota.

 

Sobre a vistoria do ano passado, diz Jaqueline na mesma nota: “Isso é uma acusação contra a Vigilância Sanitária, Vigilância esta que ele mesmo era o responsável. Além disso, quando um alvará é emitido ele permite uma rastreabilidade, possibilitando a qualquer cidadão checar a existência junto à Vigilância. Quanto ao pedido de espera, não condiz com a verdade dos fatos.”

 

Sobre a acusação de que teria dito que “SUS é assim mesmo”, Jaqueline rebate da seguinte forma: “Como já citado em nota, todos os exames realizados foram feitos de forma segura. A alegação de Francisco quanto ao pedido de utilização de reagentes vencidos, bem como o seu uso, é de caráter mentiroso cuja única finalidade é degradar a imagem dos profissionais envolvidos e do próprio laboratório municipal. A presença dos citados reagentes vencidos na geladeira se deu pela necessidade de correto armazenamento dos produtos até correto descarte, eis que estamos falando de reagentes biológicos/químicos, que por sua natureza não podem ser descartados como lixo comum, sob pena de prejuízo à natureza e à comunidade.”

 

Sobre a necessidade de se refazer exames, apontada por Francisco, Jaqueline faz a seguinte afirmação: “Também como já citado em nota, os exames alterados tiveram contraprova junto ao Laboratório Central de Florianópolis, sendo unânime a aprovação dos resultados realizados pelo Laboratório Canoinhense, além disso, registros de controle de qualidade estão disponíveis no laboratório. Não há necessidade de realização de novos exames para verificar a eficácia daqueles irresponsavelmente condenados por Francisco.

 

Já disse e repito, vou responder a todos os processos cabíveis, se ocorrer algum prejuízo a população isso será declarado e as devidas providências serão tomadas.

 

Após essa nota de esclarecimento e resposta, acredito que não tenho mais o que declarar para o presente momento. As providências cabíveis serão expostas após sindicância que apura o caso.”

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