Marco Antonio Bubniak sustenta a tese de que Alcindo Reichardt não se matou
O perito Marco Antonio Bubniak, que emitiu o laudo afirmando que Alcindo não se matou, continua sustentando a tese, ressalvando que cabe à Justiça aceitar ou não suas conclusões. Ele cita como decisivo o fato de que o punho do revólver tinha gotículas de sangue, mas a mão que segurava a arma, não.
Outro fato intrigante é a mão de Alcindo estar acomodado ao lado de seu dorso, o que não poderia ocorrer se ele tivesse disparado o tiro. “A mão dele cairia com a violência do disparo. Como vou levar um peso de um quilo e meio para o meu dorso depois de dar um tiro na própria cabeça?”, questiona. “Só mesmo se alguém mexeu no corpo”, ele mesmo responde.
Bubniak diz que a demora em entregar o laudo se deve às dúvidas que ele tinha sobre o processo e garante que o fato de ele ter ido somente dois dias depois ao local da morte e ter baseado sua tese nas fotos feitas no local não prejudica seu laudo. “Isso é perfeitamente possível. “O exame indireto é permitido. O caso PC Farias, por exemplo, foi periciado dessa forma”, exemplifica.
Sobre a exumação do corpo, Bubniak acha que ajuda para caracterizar de onde saiu a bala que matou Alcindo. A informação das gotículas de sangue no punho da arma e não na mão da vítima não está em seu laudo.
Sobre o barulho do tiro, ele acha bastante intrigante Maria não ter ouvido, considerando a parede que dividia os quartos ser de madeira. “Não tem como não ouvir”, afirma.
OPINIÃO
Deivid Mota, policial que atendeu o caso inicialmente, acredita se tratar de suicídio. Sobre a arma ao lado do dorso de Alcindo, ele lembra que o revólver, ao ser disparado, resulta em pouco recuo. “É quase nulo o recuo e, dessa forma, a força gravitacional é para baixo”, explica. Sobre o sangue no cabo do revólver, Deivid diz que não pode opinar porque não atentou para isso. Já em relação ao fato de Maria não ter ouvido o estampido do tiro, ele acredita que há muitas variações que não condizem com o exame feito com o aparelho medidor de volume usado pela perícia. “Um medicamento mais forte ou o sono mais pesado, por exemplo”, opina.