Café e óleo de soja lideram a inflação de alimentos em Canoinhas em 2021

Aumento do café chegou a 87,6% em 11 meses; leite teve maior retração no preço

Café e óleo de soja lideram a inflação do custo dos alimentos em Canoinhas neste ano. O JMais chegou a essa conclusão ao monitorar os preços de 10 itens de alimentação em três grandes supermercados da cidade entre 12 de fevereiro e 8 de dezembro deste ano. O monitoramento se deu da seguinte forma: mensalmente foram comprados os 10 itens a cada mês em um supermercado diferente. A variação alcançada é a média de preços conferida ao longo dos 11 últimos meses.

O pacote de 500 gramas de Café Damasco foi de R$ 7,99 em fevereiro a R$ 14,99 em dezembro, variação de 87,6%. Já o óleo de soja foi de R$ 6,99 a R$ 9,96, variação de 42,4%.

Na outra ponta, o leite e a maionese tiveram recuo nos preços. Acompanhe:

CAFÉ

O aumento do preço do café não é exclusividade de Canoinhas e tem um motivo. A segunda bebida mais consumida pelos brasileiros já subiu mais de 110% segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), e a tendência é que o produto continue a subir em 2022, podendo chegar ao valor mais alto em 25 anos.

A alta nos preços está ligada a uma série de fatores. Há, primeiro, os danos climáticos na safra 2021-2022, mas também uma produção pequena em 2020-2021, uma demanda que cresceu na pandemia e custos de produção maiores com a alta do dólar.

A análise dos preços do café leva em conta, primeiro, o fato dele ser um produto de cultura bianual. Ou seja, uma produção ruim em 2021 tende a impactar a de 2022, e a recuperação é vista apenas em 2023.

NACIONAL

A alta no preço dos alimentos foi de 12,54% no acumulado de 12 meses e de 21,39% desde o início da pandemia no Brasil. O efeito da elevação dos preços é mais severo sobre os mais pobres. De acordo com o IBGE, os gastos com alimentação representam 20,94% da renda dos brasileiros. Se analisado entre as famílias que vivem com 1 a 5 salários mínimos, o peso da alimentação chega a 23,84% dos rendimentos. Os gastos com habitação, por sua vez, consomem 15,94% das rendas da população em geral. Entre as famílias que recebem de 1 a 5 salários mínimos, eles representam 17,8% de suas despesas. Na contramão dos preços, os rendimentos dos brasileiros vêm caindo.

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