Outros nove Municípios catarinenses responderam a ofício da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho e Educação afirmando não terem condições de acolher imigrantes
A Prefeitura de Canoinhas respondeu a ofício da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho e Educação dizendo não ter condições de receber imigrantes venezuelanos. A pasta consultou as prefeituras sobre o pedido feito pelo governo federal para que esses estrangeiros sejam acolhidos em Santa Catarina. Outras nove cidades catarinenses responderam não ter condições de receber imigrantes. A informação foi divulgada pelo site G1-SC.
Segundo a secretária de Ação Social de Canoinhas, Cintia Muller de Aguiar, o motivo da recusa é porque “nós já não damos conta da nossa população carente. Há um grande número de pessoas carentes em Canoinhas e como vamos aceitar pessoas da Venezuela? Estudamos juntos com técnicos da Secretaria e chegamos a conclusão de que devemos priorizar os brasileiros”, afirmou a secretária.
Conforme lista obtida pelo G1 via Lei de Acesso à Informação, os municípios que disseram que não têm como acolher venezuelanos até o dia 29 de junho são, além de Canoinhas, Florianópolis, Chapecó, Tubarão, Criciúma, Blumenau, Balneário Camboriú, Lontras, Palhoça, Garuva, Jaraguá do Sul e Joinville.
A Venezuela vive um colapso econômico e social sob a ditadura de Nicolás Maduro, o que tem provocado um verdadeiro êxodo de venezuelanos que entram pelo norte do Brasil em busca de uma vida melhor.
SITUAÇÃO DE RUA
A secretária de Ação Social de Canoinhas lembra ainda que além da população local, Canoinhas recebe um grande contingente de pessoas vindo de outras cidades e estados que vêm para a cidade por pelo menos dois motivos. Durante o dia fazem trabalhos autônomos como de malabares nos cruzamentos com sinaleira. “O povo de Canoinhas é muito solidário e dá esmolas”, explica Cintia. À noite, muitos deles buscam a Casa de Passagem, criada justamente para acomodar pessoas em situação de rua.
O Centro de Referência da Assistência Social (Creas) tem o cadastro dessas pessoas. Geralmente, explica Cintia, são pessoas que perambulam por diversas cidades e até países. “A maioria relata que gosta de viver exatamente assim, sem horário de trabalho, nem residência fixa”, conta. Somente no mês de junho, 25 pessoas nestas condições foram cadastradas no Creas de Canoinhas. Há, ainda, 12 moradores de rua cadastrados no Creas.
Conforme a Casa Civil da Presidência da República, a intenção é viabilizar 90 vagas em abrigos catarinenses, com ajuda de custo de R$ 400 mensais a cada venezuelano amparado. A solicitação foi feita pela União em abril.