Canoinhas encerra campanha de vacinação contra a pólio com apenas 74% do público alvo vacinado

É um dos menores patamares já alcançados historicamente

Canoinhas encerrou nesta sexta-feira, 30, a Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite com apenas 74% do público alvo vacinado. É um dos menores patamares já alcançados nos últimos anos. Das 3.093 crianças mapeadas, 2.266 receberam a gotinha.

Em 2014, a cidade já chegou a vacinar 102% da população infantil, patamar que superou o número estimado de crianças vacináveis.

No ano seguinte, 2015, mais uma campanha bem-sucedida. A regional de Joinville possuía menor índice de vacinação: 69% do público-alvo, ao passo que Canoinhas, na mesma área do Estado, era onde havia a maior cobertura: mais de 95% das crianças na faixa etária estabelecida receberam a vacina.

De lá pra cá as porcentagens só caíram, chegando a 80,3% em 2017. Contudo, em 2018, Canoinhas voltou a apresentar bons índices, com 99,7% do público alvo vacinado. A grande queda se deu em 2020, no contexto da pandemia, quando o Estado todo de Santa Catarina não passou de 73,1% da população alvo vacinada. Em 2021 outro resultado decepcionante.

Responsável pela vacinação em Canoinhas, a enfermeira Franciele Costa Colla diz que a campanha de vacinação se encerrou e não é possível mais fazer a vacina. “Porém, os indicadores ainda vão subir, pois temos as doses feitas até ontem para inserir no sistema”, afirma.


REGIÃO

Bela Vista do Toldo atingiu 80,9% da população vacinável, ao passo que Irineópolis vacinou 89,94%.

Major Vieira alcançou 79,61% da população alvo. Itaiópolis vacinou 83,73%; Mafra, 84,51%; Papanduva, 85%; Porto União, 86,79%; Monte Castelo, 87,48%; e, o grande destaque, Três Barras, que passou dos 100% do estimativa.


RISCOS

A poliomielite ou pólio é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos. A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

A doença não tem cura. “A poliomielite provoca uma paralisia irreversível nos membros inferiores. E quando grave, ela pode provocar também uma paralisia dos músculos respiratórios. Temos uma taxa de letalidade, que é a morte pela doença, bastante alta”, disse Caroline Gava, assessora técnica do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Programa Nacional de Imunizações.

A única forma de prevenção possível para a doença é a vacinação. “Os pais devem sempre deve estar olhando a caderneta de vacinação [dos filhos], que é assinalada, indicando quando ele deve retornar à unidade de saúde”, falou Caroline. “Lembrando que a vacina pode ser dada em qualquer sala [do país], não precisa ser na sua unidade de referência. Então, se eu estiver viajando, mas estiver na hora ou no dia da vacinação, com a documentação da criança eu conseguirei vaciná-la em qualquer unidade de saúde. E se eu atrasei ou se eu perdi a data, posso voltar a qualquer momento na unidade de saúde para executar essa vacinação e deixar o calendário vacinal da minha criança em dia”, disse ela.

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