Canoinhenses relatam drama do furacão Irma

Família foi passar férias em Orlando e foi surpreendida pela passagem do furacão

 

 

O casal de canoinhenses Gilberto e Emília dos Anjos viajou com o filho para Orlando, no Estado da Flórida, nos Estados Unidos, no dia 4 de setembro, quando não havia nenhum indício de que uma semana depois o País passaria por uma das maiores fúrias da natureza em sua história. O furacão Irma – nesta semana foi rebaixado para ciclone pós-tropical – provocou mais de 40 mortes e devastação no Caribe e no estado americano da Flórida.

 

Somente três dias depois de estar em Orlando o casal ouviu de um amigo membro do Exército brasileiro que havia possibilidade de o furacão passar por Orlando. Pouco depois, a imprensa do mundo inteiro falava do assunto. “Nem imaginávamos que passaríamos por isso”, conta Gilberto por WhatsApp. O sargento da Polícia Militar afirma que apesar do susto e da expectativa, os americanos os deixaram tranquilizados. “O furacão chegou em Orlando de domingo para segunda (dia 9 para 10). Passou por volta das 2h da madrugada perto de onde estávamos. Buscávamos informações e quando perguntávamos para os funcionários do hotel ouvíamos com a maior tranquilidade que era para respeitar o que pediam as autoridades que tudo ficaria bem”. Neste caso houve toque de recolher de domingo à tarde até as 18 horas de segunda-feira, 11. “Nesse período se alguém fosse encontrado na rua era preso. E de fato houve gente que foi presa por desrespeitar a ordem”, conta. Apesar do susto no auge da ventania, que fez com o prédio tremesse, na segunda-feira as coisas foram se normalizando em Orlando. “Só que muitas lojas, mesmo depois do toque de recolher, não abriram”. Apesar de ter de cancelar alguns programas pré-agendados, o casal e o filho não vão voltar frustrados. Conseguiram reagendar alguns dos programas e devem aproveitar Orlando pelo menos até este final de semana, quando acabam as férias.

 

 

MORADORA

Deyse mostra árvore arrancada pela raiz pela força do furacão/Arquivo pessoal

A majorvieirense Deyse Falkevicz mora em Orlando e também ficou impressionada com a organização dos americanos. Ela elogia, também, a solidariedade dos americanos. Lojas e supermercados colocaram em promoção, por exemplo, produtos essenciais como comida enlatada. As companhias aéreas disponibilizaram passagens de qualquer cidade da Florida para qualquer destino nos EUA por 99 dólares. As cidades foram evacuadas e o governador ficou 24 horas na TV falando com a população e dando muito apoio. Deyse lembra que em uma de suas últimas falas, ele disse: “Se você não saiu de casa por algum problema, ligue para o número tal e iremos te buscar agora.” “Foi de arrepiar”, diz Deyse. “Ele ainda disse: ‘Não precisamos de heróis!’”

 

Perguntaram para ele o que fazer com quem não tinha documento e ele respondeu “Queremos salvar vidas, não estamos preocupados com documentos.”

 

O Irma estava entre os estados da Geórgia e do Alabama nesta quinta-feira, 14, e felizmente segue perdendo força. Mas mesmo assim, segue causando estragos.

 

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