Adair Dittrich – Reflexões

Adair Dittrich - Reflexões, Arquivo

Uma resposta paranoica, apenas

Houve um tempo em que falar sobre drogas ilícitas e drogados era algo difícil. E, metaforicamente, publicávamos doloridas cartas, em nosso Jornal semanário “Barriga Verde”, insinuando histórias, como esta escrita em mil e novecentos e setenta e cinco.   Amiga, quando me falaste de nosso pequeno príncipe fracassado, comparando-o a uma inútil semente alienada e […]

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O inesquecível Sagrado Colégio

Algumas páginas e há muitas horas eu contava e afirmava que jamais tudo será dito ou escrito sobre o nosso Sagrado Colégio. Muitas águas, ou melhor, muitas linhas ainda irão rolar até que eu consiga esgotar, pelo menos, as minhas lembranças. Então, hoje, aqui, eu volto com imagens que continuam dançando em minha memória.Com algumas

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Um amor em outra dimensão

À procura de algo, à procura de alguém ela passou a sua vida inteira. Dizia-me que sempre haveria um novo amor para preencher um vazio. E num crescente amoroso foi encontrando pelos caminhos percorridos os mais fabulosos companheiros de jornada. Sua solidão era curta e sempre compensada pela companhia de gente de grande sensibilidade como

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Um jornal chamado “O Peru”

Um único exemplar eu encontrei entre os guardados que minha mãe cultivava com imenso carinho. Um exemplar mais que amarelecido pelo tempo, quase já em tons terrosos as suas quatro únicas pequenas páginas. Um exemplar de um jornal que fora um mito em sua época. Muito sobre ele eu ouvira falar em meu tempo de

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E o corte do verde continua…

Palmeiras, amargamente, sendo derrubadas continuam. Elas e suas irmãs de tantas outras espécies, árvores imensas, frondosas e delicadas árvores se vão pelos vãos dos dedos de vãs consciências ensoberbadas em nadar nos mares de douradas moedas. Algo que sempre doía em mim era o som de um machado impiedoso ou de uma serra macabra a

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O Campo de Trigo

Foto: Campo de Trigo/http://marciliodiasdistrito.blogspot.com.br/ Era manhã ainda, meio dia chegando, mal os trens haviam deixado a estação férrea de minha vila e o ruído, agora, era apenas o da serraria dos Olsen que fica do outro lado dos trilhos, quando um veículo diferente surge no pátio ao lado do restaurante. As pessoas que o ocupam

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O passageiro da neblina

(Mais um desabafo perdido no tempo)   Resquícios que afloram e volteiam em torno das mais remotas e enevoadas imagens são como ânforas lacradas e há muito enterradas. Lacradas e sedimentadas com as tuas lágrimas que se cristalizaram no tempo, lacradas e sedimentadas com as tuas mágoas que se solidificaram no tempo. E então vem

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O Estafeta

Era o Estafeta do trem a pessoa que trazia e levava as malas do correio. Não era um carteiro. Era o Estafeta. Não era um correio a cavalo. Era um correio em cavalo de ferro. Seu Pires foi um deles aqui em Canoinhas. Em cima de uma pequena carroça, puxada por um cavalo só, saia

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Oração Acadêmica

Ousada a minha atitude em aceitar que hoje, aqui, agora, esteja eu lendo estes rabiscos meus, esta pretensa Oração Acadêmica. Ousada eu, que no calor de uma reunião, não contestei esta indicação. Ousadia minha, sim. Porque a muitos é concedido o dom da bela escrita e do bem falar. E porque todas as minhas confreiras

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