Com 90% da cidade destruída durante a 2ª Guerra, Essen ressurgiu poderosa

Edinei Wassoaski relata seu primeiro dia na cidade alemã que tem muito a ensinar a Canoinhas e região

 

 

 

PRIMEIRO DIA EM ESSEN

Desembarquei no aeroporto de Frankfurt no exato horário prometido pela companhia aérea que, acreditem, tem DNA brasileiro. Às 16h05 (hora local, 11h05 em Brasília), aterrissamos em solo alemão pela Latam. Na estação de trem que funciona ao lado do 9º maior aeroporto do mundo encontrei dois colegas de Penha. O presidente da Associação Empresarial de Canoinhas (Acic), Reinaldo de Lima Jr, e o empresário de Canoinhas, Tiago Kohler, vieram em outro voo com conexão em Amsterdã.

 

 

 

Estação de trens de Frankfurt

De Frankfurt eu e os colegas de Penha apanhamos o trem para Essen, a cidade onde acontece a missão da Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc) da qual participamos. No caminho, as primeiras impressões, claro, muito positivas. A limpeza, tanto na estação quanto dentro do trem, salta aos olhos. O atendimento extremamente educado dos funcionários do trem contrasta com a imagem sisuda que, confesso, tinha dos alemães. Imagine então chegar a Essen e ser recepcionado por dois membros da Câmara de Ofícios (uma espécie de Acic alemã) da cidade. Extremamente atenciosos, toleraram pacientemente minhas vãs tentativas de trocar algumas palavras em inglês. Por sorte, Valmor, um dos colegas de Penha, se sai muito bem no alemão.

 

Membros da missão na Câmara de Ofícios de Essen

 

Essen é uma cidade que se reinventou pelo menos duas vezes. A primeira quando teve 90% de suas edificações destruídas durante a 2ª Guerra Mundial. Enquanto o Terceiro Reich triunfava, foi uma das maiores potências industriais da Europa, enriquecida sobretudo pela fabricação e comércio de armas. Não à-toa foi alvo preferencial dos Aliados, afinal, estava aqui o coração da máquina nazista. Adolf Hitler esteve na cidade pelo menos uma vez. Em 1938, em pleno esquenta para a Guerra, fez um discurso histórico, cujo vídeo pode ser visto aqui. Visitamos um belo lago com 6 metros de profundidade que, contou Andreas, nosso guia, foi cavado a mando de Hitler por operários que recebiam 1 marco alemã por dia de trabalho.

 

O lago escavado a mando de Hitler

 

 

Os alemães demonstram não gostar muito de falar de Guerra. Preferem falar em negócios. E de bons negócios. Para a Alemanha, sabe-se, as duas Grandes Guerras foram maus negócios.

 

Comitiva se prepara para visitar Essen

 

De forma admirável, a cidade foi reconstruída no pós-guerra, impulsionada principalmente pela forte indústria do carvão. Visitamos uma delas, desativada em 1986. Hoje é um museu. A estrutura castigada da indústria é mantida em um contraste com a limpeza tradicional de qualquer canto que você visite da cidade.

 

Maquete do que foi a usina

 

Estima-se que em determinados bairros de Essen, 50% da população ficou desempregada com o fim das usinas de carvão. Foi então que a cidade precisou se reinventar pela segunda vez. Com um potencial na prestação de serviços e sedes de grandes multinacionais, hoje Essen tem 600 mil habitantes.

Vista parcial do hoje Museu

 

 

Como se deu essa reinvenção? É o que pretendemos descobrir nos próximos dias. Seguimos até sábado, 29, daqui de Essen.

 

A morte de canários era um prenúncio de que não era seguro ficar nos túneis subterrâneos de exploração de carvão. O ‘pássaro-anjo’ dos mineiros ganhou réplicas gigantes espalhadas pela cidade

 

 

A família Krupp deixou um grande legado industrial a Essen. Deixou também uma vila de casas suntuosas. Hoje todas alugadas. O lugar é tão disputado que os atuais locatários ganharam o direito legal de repassar o aluguel para seus herdeiros

 

Antiga propriedade da família Krupp, cujo grande legado foi a invenção da roda para locomotivas sem costura

 

 

Casas da vila criada pela família Krupp
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