Com aumento de mortes, Vigilância em Saúde pede medidas severas contra covid

Em documento, entidade cobra ações coordenadas por parte do Estado diante da falta de gestões locais

 

 

 

 

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde emitiu um documento em que recomenda ao Estado adotar medidas mais severas de prevenção ao novo coronavírus. Atualmente Santa Catarina tem um plano regionalizado de ações, em que as prefeituras decidem as medidas contra a doença. O documento da Vigilância em Saúde foi assinado na terça-feira, 14, e divulgado pela NSC TV nesta sexta-feira, 17.

 

 

 

A equipe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde fica dentro da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC). Em um dos trechos do documento, afirma que “entendemos que, se não há ação de gestão local nas regiões onde existem sinais de colapso da rede de leitos de UTI e aumento exponencial no número de casos, o Estado de SC deve intervir e emitir medidas restritivas mais severas para frear a disseminação viral e diminuir o número de internações em UTIs, evitando consequentemente o colapso da rede hospitalar nessas regiões e um número ainda maior de óbitos”.

 

 

 

Nesta quarta-feira, 16, sob pressão de pastores, o prefeito Beto Passos (PSD), de Canoinhas, relaxou a medida que proibia a realização de cultos nos próximos 14 dias acordada com outros 11 prefeitos da região um dia antes.

 

 

 

A Vigilância pede nova intervenção do Estado. “Tal qual ocorreu em meados de março, pois o objetivo se mantém em achatar a curva e não protelar o pico de casos (…) reiteramos as recomendações de que o Estado de Santa Catarina estabeleça imediatamente medidas de restrição mais severas a fim de reduzir o número de casos ativos e, consequentemente, um controle mais efetivo da pandemia, evitando a saturação dos serviços de saúde”.

 

 

 

OUTROS VÍRUS

O documento lembra ainda que o Estado está no auge do inverno e com o fator agravante de ter outros vírus respiratórios deixando pessoas adoentadas. Em 2019 foram internados 1.341 pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e, em 2020, no mesmo período, foram internados 6.679 pessoas, um aumento seis vezes em relação ao mesmo período do ano passado. Somente no mês de junho, a média de internações por SRAG foi três vezes maior que junho de 2019, e de aproximadamente 65% das internações foram de pacientes confirmados para covid-19.

 

 

 

LETALIDADE

O documento reconhece que a letalidade em SC ainda é baixa quando comparada ao resto do País, provavelmente, diz o documento, “por termos ampliado a quantidade de leitos assistenciais disponíveis, no entanto, se permanecermos na tendência linear estabelecido pelo número de casos ativos, onde 10% destes têm necessitado de acompanhamento em UTI, em 12 dias esgotar-se-á esta capacidade de atendimento e em número maior de óbitos poderá ser registrado por falta de vagas”.

 

 

 

O número de mortes que ocorreu apenas nos 10 primeiros dias de julho corresponde a aproximadamente 24% do total de óbitos. Dos 295 municípios catarinenses, 282 já notificaram casos de covid-19. Um em cada três municípios registram mortes.

 

 

 

De acordo com o boletim mais recente, divulgado pelo governo do Estado na noite desta quinta, Santa Catarina tem 49,7 mil casos confirmados de coronavírus, com 588 mortes.

 

 

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