Discurso do coronel Mario Erzinger reacendeu debate
A volta do vereador Cel Mario Erzinger (PL) à Câmara de Vereadores depois de um mês de afastamento, reacendeu o debate sobre a mudança de nome da Escola Básica Municipal Evaldo Dranka para Barra Mansa. Audiência pública na semana passada com participação de moradores da localidade decidiu pela alteração do nome.
Empatados em quatro a quatro, coube ao presidente da Câmara de Canoinhas, Célio Galeski (PL), decidir pela alteração do nome da Escola. A primeira votação só tinha uma abstenção de Norma Pereira (PSDB) e todos os demais votos foram favoráveis à mudança. Na segunda votação na noite desta terça-feira, dia 1º, Norma votou contra e a abstenção foi por parte de Wilmar Sudoski (PSD). Votaram contra, também, Coronel Mário, Paulinho Basilio e Camila Lima (ambos MDB).
“Eu sou a voz e a vez das pessoas que estão do lado de lá do plenário (apontando para a família Dranka). Eu não me sentiria confortável de desomenagear qualquer pessoa. Se votasse pela mudança estaria agradando a população da Barra Mansa, que fez a audiência pública para deliberar, mas não estaria bem com a minha consciência”, se referindo à família de Evaldo Dranka. “Eu jamais votaria contra a população da Barra Mansa, mas minha consciência só vai admitir a mudança de nome da escola quando se inaugurar o CEI com o nome de Evaldo Dranka”, afirmou.
Ele questionou os presentes se eles aceitariam que um parente deles fosse desomenageado. “Quando se homenageia alguém, não se retira a homenagem. Seria muito confortável chegar aqui e dizer que eu voto com o que a comunidade decidiu. Estou me posicionando em nome da minha consciência e em respeito ao vereador Wilson Pereira, que propôs a homenagem”.
Encorajada pela fala de Erzinger, Norma Pereira (PSDB), que se absteve de votar no 1º turno, declarou voto contrário ao projeto. Ela demonstrou preocupação com o precedente que o projeto abre. “Já imaginou se por qualquer motivo começarmos a mudar o nome de instituições?”, questionou.
Paulo Glinski (PSD), que sugeriu a audiência pública, defendeu a coerência de seu voto, confirmando o voto a favor da alteração, seguindo a deliberação da audiência. Ele cobrou que se estabeleça um compromisso de reforma do prédio antigo para acomodar um Centro de Educação Infantil (CEI), pleito da comunidade, que leve o nome de Evaldo Dranka. “Tentamos ajeitar as melancias no meio da viagem, às vezes ajeita, às vezes elas se partem”, comparou, pedindo desculpas à família Dranka.
Sudoski justificou sua abstenção. “Olha a situação que eu estou, sou líder do governo, mas pra mim esse projeto não devia estar aqui”, afirmou, dizendo que sua consciência o impede de votar a favor do projeto. “Não gosto de ficar em cima do muro, é a pior coisa, mas pra eu não ser injusto com o governo, nem com a comunidade e com a família Dranka, vou me abster, porque tenho dois lados e preciso respeitar os dois”, disse.
Galeski defendeu o respeito a manifestação da comunidade por meio da votação na audiência pública. “A comunidade merece ser respeitada na sua vontade. É a autoestima da comunidade, é a valorização de todos”, afirmou. Ele disse que conversou à tarde com o prefeito Beto Passos (PSD), que afirmou empenho em reformar o prédio antigo para sediar o CEI Evaldo Dranka.
Telma Bley (MDB) disse que se sente como “boi de piranha” por ter de apreciar projeto que veio do Executivo colocando os vereadores em situação desconfortável. “Esse tipo de coisa não tem de vir para cá, isso gera animosidade na comunidade, pra que isso?”, questionou. Ela disse que vai cobrar do prefeito a instalação do CEI na localidade. “O meu voto é com a comunidade”, concluiu declarando voto pela alteração.
Voltaram a favor da alteração Chico Mineiro (PL), Paulo Glinski (PSD), Gil Baiano (PL) e Telma Bley (MDB).
Com o empate de quatro a quatro, Galeski deu o voto de minerva que definiu pela alteração do nome da escola de Evaldo Dranka para Barra Mansa. O projeto segue para sanção, ou não, do prefeito Beto Passos (PSD).