Consulta Pública vai discutir conservação de gruta

Consulta faz parte do processo de certificação da área como de alto valor de conservação

 

Consulta Pública marcada para às 18h desta segunda-feira, 4, na ADC Rigesa, em Três Barras, vai discutir a conservação da Gruta Santa Emídia, que fica na Fazenda Paredão, na localidade de Colônia Tigre, interior de Três Barras. A fazenda pertence à WestRock (antiga Rigesa) e, justamente por isso, a empresa conduzirá a consulta.

Segundo a empresa, a consulta faz parte do processo de certificação da área como de alto valor de conservação, enquadrado no Forest Stewardship Council® (FSC).

 

CONSERVAÇÃO

A WestRock é proprietária de cerca de 54 mil hectares de propriedades florestais, em 17 municípios divididos pelas regiões do planalto norte de Santa Catarina e do sul do Paraná. Pouco mais da metade dessas terras são utilizadas para o manejo de florestas com espécies comerciais, principalmente pinus e eucalyptus, principal matéria-prima para a produção de papel.

Cerca de 21 mil hectares, entretanto, são áreas de preservação, que são identificadas, delimitadas, registradas e protegidas pela empresa. A WestRock, de acordo com suas estratégias, objetivou a obtenção da certificação do FSC para suas propriedades produtivas, distribuídas nos estados de Santa Catarina e Paraná, como é o caso da Gruta Santa Emídia.

O FSC é uma organização independente, não lucrativa, não governamental criada para apoiar o manejo ambientalmente correto, socialmente benéfico e economicamente viável das florestas do planeta. A visão do FSC é apoiar as florestas no mundo que atendem aos critérios sociais, ecológicos e econômicos e as necessidades das gerações atuais sem comprometer as futuras gerações.

Para pleitear a certificação, no entanto, a WestRock precisa ouvir a comunidade sobre os procedimentos adotados para preservar a área. Por isso a necessidade da reunião marcada para esta segunda.

 

 GRUTA

Em termos culturais e históricos, há indícios de que a Gruta Santa Emídia possui importância em relação aos critérios de religiosidade e espiritualidade para a população da região. A origem desta religiosidade remete a registros históricos, sendo as versões mais conhecidas a respeito de personagens da época da Guerra do Contestado (1912-1916), importante conflito da região.

A região do contestado corresponde a uma área de 40 mil quilômetros quadrados disputada pelos estados de Santa Catarina e Paraná. A definição “Guerra do Contestado” se deve ao fato de que tais terras eram contestadas pelos estados de Paraná e Santa Catarina.

Neste mesmo local, acredita-se que a gruta já abrigou o profeta São João Maria de Agostinho, quando passou pela região espalhando suas profecias. O local é muito procurado por fiéis de toda região, principalmente, na sexta-feira da Paixão, quando um grande número de pessoas fazem o trajeto em direção a gruta para uma celebração no local. Além disto, é roteiro turístico da cidade devido a sua importância e relação com a Guerra do Contestado.

As medidas que devem ser sugeridas na consulta são: manter a infraestrutura do local; preservar a nascente de água; fiscalizar o local com frequência (rondas), para melhorar a segurança; recompor a mata nativa; implantar benfeitorias, como banheiros, iluminação, placas, quiosques; melhorar a sinalização e identificação do local; e realizar projetos socioambientais no local.

Para a efetivação dessas medidas, no entanto, a comunidade será ouvida nesta segunda.

 

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