Dengue: 144 cidades de SC somam mais de 11,5 mil focos

Porto União está entre as cidades infestadas pelo mosquito Aedes aegypti                               

 

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) divulgou nesta sexta-feira, 12, boletim sobre a situação da vigilância entomológica do Aedes aegypti e a situação epidemiológica da dengue, febre de chikungunya e zika vírus, com dados computados ao longo do ano de 2017. Na lista aparece Porto União como cidade infestada pelo mosquito Aedes aegypti e Canoinhas registra um caso de febre chikungunya importado, ou seja, a pessoa infectada vinha de outra região, neste caso, de Minas Gerais.

 

 

Ao longo do ano passado foram identificados 11.567 focos do mosquito Aedes aegypti, em 144 municípios. Neste mesmo período em 2016, haviam sido identificados 7.006 focos em 139 municípios. O número de focos de 2017 é 65,1% maior quando comparado ao mesmo período do ano de 2016.

 

 

Em relação à situação entomológica, já são 63 municípios considerados infestados, o que representa um incremento de 26% em relação ao mesmo período de 2016, que registrou 50 municípios nessa condição.

 

 

A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos.

 

 

DENGUE

No período de 1º de janeiro a 30 de dezembro de 2017 foram notificados 2.498 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 16 (1%) foram confirmados (todos pelo critério laboratorial), 157 (6%) estão inconclusivos (classificação utilizada no SINAN nos casos em que após 60 dias da data de notificação, ainda estiverem sem encerramento da investigação), 2.259 (90%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 66 (3%) casos suspeitos estão em investigação pelos municípios.

 

 

Do total de casos confirmados (16) até o momento, dois são autóctones, com transmissão dentro de Santa Catarina, nove são importados (transmissão fora do estado), dois são indeterminados, por não ser possível determinar o Local Provável de Infecção (LPI) e três permanecem em investigação de LPI. Em comparação ao último boletim, houve o aumento de um caso importado, com residência em Florianópolis.

 

 

Na comparação com o mesmo período de 2016, quando foram notificados 13.966 casos, observa-se uma redução de 82% na notificação de casos em 2017 (2.498 casos notificados) (Figura 3). Já em relação aos casos confirmados, enquanto em 2017 até o momento somente 16 casos de dengue foram confirmados no estado, no mesmo período em 2016 haviam sido confirmados 4.379 casos.

 

Casos notificados de dengue, segundo classificação. Santa Catarina, 2017

 

 Municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti. Santa Catarina, 2017

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FEBRE DE CHIKUNGUNYA

No ano passado foram notificados 376 casos de febre de chikungunya em Santa Catarina. Desses, 311 (83%) foram descartados e 31 (8%) permanecem como suspeitos. Até o momento, 33 casos confirmados são importados (transmissão fora do estado) e um caso permanece em investigação de LPI (Tabela 4 e 5). Em comparação ao último boletim, houve o aumento de um caso importado, com residência em Chapecó.

 

 

 

Casos confirmados de febre de chikungunya segundo classificação, município de residência e local provável de infecção (LPI). Santa Catarina, 2017

 

 

 

ZIKA VÍRUS

No ano passado foram notificados 89 casos de febre do zika vírus em Santa Catarina, sendo que 69 casos (78%) foram descartados, sete (8%) permanecem em investigação e 12 (13%) estão inconclusivos. Até o momento, um caso importado foi confirmado (transmissão fora do estado), com residência no município de Florianópolis.

 

 

 

Casos de febre do zika vírus, segundo classificação. Santa Catarina, 2017

 

 

SAIBA MAIS

O que é Dengue?

A dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.

 

 

A infecção pelo vírus dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas mais leves (oligossintomáticas) até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Todos os quatro sorotipos de vírus da dengue circulantes no mundo (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico. O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.

 

 

 

Sinais e sintomas

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

 

 

Com a diminuição da febre, entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.

 

 

 

Quadros graves

Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.

 

 

O choque ocorre quando um volume crítico de plasma (parte líquida do sangue) é perdido através do extravasamento nos vasos sanguíneos, e caracteriza-se por pulso rápido e fraco, diminuição da pressão de pulso, extremidades frias, demora no enchimento capilar, pele pegajosa e agitação. O choque é de curta duração e pode levar à recuperação rápida, após terapia apropriada, ou ao óbito, de 12 a 24 horas.

 

 

Qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue, já na primeira infecção, apesar da maior frequência ser entre a segunda ou terceira infecção devido à resposta imune individual. No entanto, crianças, gestantes e idosos, além daqueles em situações especiais (portadores de hipertensão arterial, diabetes melitus, asma brônquica, alergias, doenças hematológicas ou renais crônicas, doença grave do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença autoimune), têm maior risco de apresentarem quadros graves de dengue.

 

 

Atenção: Na presença de sinais de alarme, o paciente deve retornar imediatamente ao serviço de saúde.

 

 

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias numa cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.

 

 

 

>> O que é febre de chikungunya?

É uma infecção viral causada pelo vírus chikungunya, que pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa “aquele que se curva”.

 

 

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias em cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da febre de chikungunya e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.

 

 

 

>> O que é febre do zika vírus?

É uma doença causada pelo vírus zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3-7 dias, geralmente sem complicações graves.

 

 

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, a doença se caracteriza pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.

 

 

 

>>Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

  • Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
  • Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
  • Mantenha lixeiras tampadas;
  • Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
  • Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
  • Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana;
  • Mantenha ralos fechados e desentupidos;
  • Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
  • Retire a água acumulada em lajes;
  • Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;
  • Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
  • Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.
  • Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
  • Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para atendimento.

 

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