Dirceu Dresch (PT) lembrou a responsabilidade dos ex-secretários de Saúde. “O que vimos dos depoimentos (dos ex-secretários) é que ‘na minha época não existia problema’, estavam escondendo a dívida”
Os deputados que apoiam o governo Colombo acusaram a imprensa barriga-verde de fazer sensacionalismo com os problemas da saúde e culparam o governo federal pela crise. “Enquanto o Rio Grande do Sul faliu e o Rio de Janeiro fechou suas portas, Santa Catarina paga em dia, antecipou 50% do 13º e mantêm os serviços essenciais de maneira racional. A imprensa tem sido sensacionalista, a dívida da saúde é R$ 508 milhões, não de R$ 800 milhões, então alguém mentiu e ‘sensacionalizou’”, afirmou Darci de Matos (PSD) na sessão desta quinta-feira, 14, da Assembleia Legislativa.
Jean Kuhlmann (PSD) responsabilizou a União pela crise. “O governo federal deve R$ 300 milhões para o Estado, se repassasse o que deve a grande maioria dos problemas seria resolvido”, garantiu o deputado, que elogiou a coragem do chefe do Poder Executivo. “O governador quer fazer gestão, se vendesse os ativos do Prodec os problemas estariam resolvidos, mas estes ativos pertencem ao Estado”, argumentou.
Milton Hobus (PSD) lembrou que a gestão da saúde é tripartite, ou seja, é de responsabilidade da União, dos estados e dos municípios. “Rio do Sul, Chapecó, Joinville têm gestão plena, então esses municípios têm de oferecer (os serviços de saúde), não o Estado. É uma mentira dizer que a culpa é do Governo do Estado de Santa Catarina, antes de botar a culpa em alguém, vamos nos unir”, advertiu o ex-prefeito de Rio do Sul.
Serafim Venzon (PSDB) alertou os colegas que os hospitais privados são as maiores vítimas da má gestão no setor. “O Estado deve R$ 508 milhões, mas deve para quem? Deve para os prestadores de serviços, para os fornecedores e para os hospitais particulares, não deve para os hospitais públicos, mas se não pagar, para 70% do atendimento”, avisou Venzon.
Dirceu Dresch (PT) lembrou a responsabilidade dos ex-secretários de Saúde. “O que vimos dos depoimentos (dos ex-secretários) é que ‘na minha época não existia problema’, estavam escondendo a dívida, a Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) não está passando à Secretaria de Estado de Saúde (SES) os 13% todos os meses e daí o buraco cada vez fica mais profundo. Não dá para continuar mascarando os problemas”, opinou Dresch.
César Valduga (PCdoB) sugeriu ouvir as comunidades. “Propomos uma audiência pública em Chapecó para buscar resolutividade, são mais de 13 anos sem atualização da tabela SUS, é o mínimo que o governo federal pode fazer, imagine um hospital filantrópico que precisa fazer investimentos”, ponderou Valduga.
Ana Paula Lima (PT) ironizou as criticas ao governo federal feitas pela bancada do PSD. “Que saudades da presidente Dilma Rousseff, ela fez muito pelo governo de Raimundo Colombo e agora Santa Catarina está sofrendo porque os recursos não estão vindo”, declarou Ana Paula.
Para Neodi Saretta (PT), “faltam repasses financeiros”. Já Maurício Eskudlark (PR) destacou o crescimento da receita do Estado e creditou à crise à má gestão. “A arrecadação triplicou nos últimos dez anos e o Estado está em situação lamentável, então, nestes últimos anos, houve muita coisa errada”, finalizou o parlamentar.
MORTE DE POLICIAIS
Mário Marcondes (PSDB) lamentou a morte de policiais pelas facções que controlam o narcotráfico. “Cada tiro que alvejar um policial militar é um tiro dado contra o governo do Estado, contra a sociedade, se tornando um sinal de fraqueza”, avaliou Marcondes.
Para o deputado, a sociedade está vulnerável. “A bandidagem não tem mais limite, se não adotarmos posições sem limites também, não vamos dar conta desta turma, tem de botar vagabundo a trabalhar e no isolamento, quartinho 2×2 e mais nada”, propôs o representante de São José.
Dirceu Dresch discordou. “Colocar policial disputar com bandido é um erro, nos bairros quem está presente é a criminalidade, lá o Estado perdeu este espaço”, declarou o representante de Saudades, que criticou o bordão de que bandido bom, é bandido morto. “A criminalidade se combate com políticas preventivas, não queremos ver policial morrendo, mas não podemos cair no erro de matar tantos jovens como está acontecendo aqui, foram mais de mil em 2016, que estado é este, para onde vamos?”, questionou Dresch.