Quatro pessoas foram presas e há dois mandados de prisão ainda não cumpridos da Operação Oxigênio
A força tarefa formada por delegados, promotores de Justiça e Tribunal de Contas do Estado que deflagrou a segunda fase da Operação Oxigênio na manhã deste sábado, 6, concedeu uma entrevista coletiva para detalhar a fase desencadeada ainda neste sábado em cinco municípios e em três estados da federação, envolvendo aproximadamente 50 policiais de Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Quatro pessoas foram presas e há outros dois mandados ainda não cumpridos porque os alvos não foram localizados até agora. Vários mandados de busca e apreensão foram cumpridos. A força tarefa apura compra suspeita de 200 respiradores ao custo de R$ 33 milhões de uma empresa do Rio de Janeiro chamada Veigamed. Embora os nomes do presos não tenham sido divulgados oficialmente, a imprensa estadual aponta como alvos o advogado Leandro Barros e o ex-secretário da Casa Civil, Douglas Borba.
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Há um mês foi concluída a primeira fase da Operação Oxigênio com cumprimento de 36 mandados de busca e apreensão de 70 equipamentos eletrônicos, além de documentos.
O coordenador da força-tarefa, Mauricio Medina, disse que o objetivo de todas as prisões têm por fundamento “impedir que os investigados afastem ainda mais os recursos públicos pulverizando em diversas contas e impedir que eles continuam atuando contra o erário público.”
O promotor afirmou que a empresa contratada para fornecer os respiradores, além do sobrepreço, não tinha condições aparentes de cumprir o contrato.
Desde a deflagração da primeira fase foram ouvidas mais de 30 pessoas. Até o momento foram mais de 40 horas de depoimentos. “Da análise de todo este material é que desencadeou-se a segunda fase com seis mandados de prisão e diversos mandados de busca e apreensão”, esclareceu.
Rodrigo Schneider, delegado de Polícia da Deic, respondeu a um questionamento formulado pelo JMais sobre a possibilidade de se receber os outros 150 respiradores comprados da Veigamed. Ele frisou que os 50 primeiros aparelhos, entregues há duas semanas, aparentemente não são os comprados e não são adequados para tratamento de pacientes com covid-19. “Há um laudo pericial em elaboração para constatar a funcionalidade dos equipamentos, para testar se podem ser usados para pacientes com covid-191. Sobre os outros 150, considerando que não foram entregues os primeiros 50, verificamos que a empresa tinha comprado apenas 100 e não 150. Não há garantia de entrega destes 100. O que foi entregue até agora aparentemente é totalmente diferente do comprado”, explicou.
Alexandre Graziontin, coordenado estadual do Gaeco, afirmou que a investigação evidencia que os aparelhos foram adquiridos pelo Estado sem garantias e sem que eles efetivamente estivessem disponíveis para o Estado. “As investigações estão apontando que desde sempre sabia-se que esses respiradores não chegariam a Santa Catrina. A valoração para tentar entregar o produto seria em um preço muito abaixo do que foi pago pelo Estado. A investigação mostra que o processo de dispensa de licitação eivado de irregularidades resultou na compra de um produto que a empresa sabia que não tinha”, explicou.
Rodrigo Schneider, delegado de Polícia da Deic, justificou os pedidos de prisão afirmando que “os investigados vinham destruindo provas importantíssimas para esclarecer os fatos. A prisão preventiva tem por objetivo impedir esse grupo e tentar garantir a reparação ao dano causado ao Estado.”