A data de 27 de dezembro de 2014 marcou os dez anos sem Neuzildo Borba Fernandes, um dos esteios do PMDB canoinhense. Coincidentemente, o desaparecimento de Fernandes marca os dez anos ininterruptos do PMDB à frente da prefeitura de Canoinhas.
Difícil imaginar se o prolongamento da vida de Neuzildo provocaria alguma mudança de rumo na política praticada pelo PMDB. Fato é que, por oito anos, Leoberto Weinert (PMDB) fez um governo dissociado do partido, que tem fama de fisiologista seja onde for. A bandeira que o governo Weinert levantou – austero e tecnocrático – foi contra as demandas do partido e gerou várias dores de cabeça para ambos os lados. Quem se esquece dos sanguessugas – título conferido por Weinert a gente do partido – e a tentativa de fulminar o vice-prefeito no primeiro mandado, Edmilson Werka (PSDB). Quando Werka
reclamou publicamente, Weinert deu de ombros.
Afastado da política praticada pelo PMDB, Weinert deixou a prefeitura causando uma boa impressão em parte do eleitorado (outra parte o vê como culpado e não como vítima da moratória da Coopercentral Aurora), mas com pouca sustentabilidade política, o que pode inviabilizar um projeto futuro.
Beto Faria (PMDB), por sua vez, chega a metade do mandato como uma continuidade do governo Weinert, salvo algumas
particularidades, assunto para uma próxima coluna.
Quem foi Neuzildo?
Neuzildo Borba Fernandes era firme em suas palavras. Doesse a quem doesse, o eterno pemedebista dizia o que pensava, defendia suas ideias com fervor e foi com essa postura que chegou duas vezes a deputado estadual pelo PMDB. Uma por eleição, outra como suplente.
Nascido na terra da cebola, Ituporanga, no alto vale do Itajaí, Neuzildo chegou por volta dos 30 anos em Canoinhas, logo depois de ter se formado em direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi aqui que ele iniciou sua intensa vida profissional e política. Foi vereador por duas vezes. Deputado estadual em 1988, foi relator da Constituição no Estado. Depois, foi secretário adjunto do Meio Ambiente no Estado.
Também em Canoinhas, foi um dos presidentes do nostálgico Botafogo Esporte Clube e presidente da seção regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de ter ministrado aulas para o curso de direito da Universidade do Contestado (UnC). Paralelamente, ministrava aulas de francês na UFSC.
Quando morreu, era coordenador do PMDB para a região de Canoinhas. Em 1994, disputou sua última eleição, à Assembleia
Legislativa, ficando como quarto suplente.
Pode isso, Arnaldo?
O petista Beto Passos tem se aproximado de Leoberto Weinert (PMDB). Depois de se odiarem publicamente, os até aqui antagonistas parecem ter baixado a guarda de olho em 2016.
Weinert tem o respeito de Beto Faria (PMDB), que abriria mão da reeleição em favor do aliado, mas há outras lideranças
dentro do partido, como o próprio vice, Wilson Pereira, que tendem a vetar o nome de Weinert no diretório. É bom lembrar que
na última eleição do diretório, Weinert teve seu nome vetado e só voltou a compor a executiva depois de espernear. O ex-prefeito não esquece a situação.
RÁPIDAS
TRÊS BARRAS: Gilson Nagano (DEM) foi empossado presidente da Câmara em cerimônia realizada na segunda-feira, 5.
ARTICULAÇÃO: Deputado Antonio Aguiar (PMDB) está de olho na mesa diretora da Assembleia. Boas chances de emplacar neste ano.