Operação “Melhor Oferta” durou entre três e quatro meses e detectou prejuízo estimado em R$ 4 milhões
Depois de uma investigação que durou entre três e quatro meses, a Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas desarticulou uma organização criminosa responsável por aplicar um golpe que vitimou diversos produtores de fumo no Planalto Norte Catarinense e Sul do Paraná, causando um prejuízo aproximado de R$ 4 milhões.
Para aplicar o golpe, os acusados abriram uma empresa de compra de tabaco chamada “JF Tabacos”, com sede em Canoinhas. Durante a safra de 2017, o responsável pela empresa visitou os produtores de fumo da região e fez ofertas pela safra do produtor, sempre a um preço atrativo, geralmente mais alto que os praticados por empresas tradicionais do mercado, atraindo assim suas vítimas. O nome da operação, “Melhor Oferta”, vem justamente do modo como o golpista operava.
Após a colheita e enfardamento do fumo, o produtor entregava sua produção inteira na JF Tabacos na promessa de receber o preço acordado com os golpistas num prazo de 15 dias. De acordo com eles, os valores seriam depositados diretamente na conta do produtor, o que não aconteceu.
Como os produtores não receberam o valor da venda de sua produção nas suas contas bancárias, procuraram então a empresa JF Tabacos, onde receberam cheques pré-datados como pagamento pela safra. Ao depositarem os cheques descobriram que eles não tinham fundos.
Quando as vítimas tentaram cobrar os cheques sem fundos, os responsáveis pela empresa deram repetidas desculpas. Depois de alguns meses todos os responsáveis foram embora de Canoinhas e a empresa foi fechada.
Uma das responsáveis, S. de F. K. dos S., que é irmã e tia dos proprietários da JF Tabacos, foi presa por policiais da DIC de Canoinhas na cidade de Farroupilha (RS) em 9 de maio deste ano.
Outros dois sócios da JF Tabacos – J.F.K e N.H.K., pai e filho, respectivamente – estão foragidos da Justiça e, a conforme apurou a Polícia, estariam morando no Paraguai.
Após a prisão de S. de F. K. dos S., a Polícia Civil conseguiu coletar mais elementos em relação ao destino que era dado ao tabaco adquirido no Planalto Norte pela JF Tabacos, comprovando que as empresas para onde a carga era levada estavam envolvidos no golpe, sendo então representado ao Poder Judiciário pela prisão dos responsáveis por essas empresas. O Judiciário deferiu os pedidos e decretou a prisão preventiva de todos os envolvidos.
A operação consiste até o presente momento em 20 Inquéritos Policiais instaurados, mas o delegado Rui Orestes Kuchnir, responsável pela DIC de Canoinhas, diz que esse número ainda deve aumentar quando a notícia dos crimes se espalhar entre os produtores de fumo da região.
Foram decretados seis mandados de prisão preventiva, sendo que além dos envolvidos já citados, também são considerados foragidos R.D.T., R.M.G. e E.D.H.
Todos os envolvidos, além de terem sua prisão preventiva decretada, já foram denunciados pelo Ministério Público e estão respondendo pelos crimes de estelionato e organização criminosa.