Dilma fora, Temer presidente em destaque nas manchetes

01 de setembro de 2016

O Globo

 

Manchete: Dilma está fora. E agora, Temer?

Presidente terá 2 anos e 4 meses para cumprir compromissos:

Aprovar o ajuste fiscal e as reformas da Previdência e trabalhista

Reduzir o desemprego, atrair investimentos e destravar concessões

Enfrentar no Congresso e nas ruas a oposição anunciada por Dilma

Cumprir a promessa de não interferir no caso Eduardo Cunha

Apoiar a Lava-Jato e rechaçar ações que atrapalhem investigações

Administrar a divisão no PMDB e pacificar relação com PSDB e DEM

Num dia em que o país chegou a ter três presidentes, o Senado aprovou ontem o impeachment de Dilma Rousseff por 61 votos a 20, pondo fim a 13 anos de PT no poder. Numa articulação que teve o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros, e provocou protestos duros de PSDB e DEM, porém, os senadores mantiveram os direitos políticos de Dilma, decisão que poderá ser contestada no STF. Temer foi empossado logo em seguida. Antes de viajar para a reunião do G-20 na China, prometeu modernizar a legislação trabalhista, reformar a Previdência e ampliar programas sociais. Antes, disse que não aceitará mais “desaforos” e, a quem o chamar de golpista, responderá que “golpista é você”. Foi uma resposta a Dilma, que voltou a se dizer vítima de um golpe e afirmou que fará oposição incansável ao governo de seu ex-vice, a quem chamou de corrupto. Em São Paulo, manifestantes contra Temer depredaram bancos e até um carro de polícia. (Págs. 3 a 29)

 

PIB cai pela 6ª vez, mas dá sinais de retomada (Págs. 35 a 39)

 

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O Estado de S. Paulo

 

Manchete: Impeachment, promessas e suspeita de acordão

Temer diz que ‘não vai levar ofensa para casa’; manobra no Senado mantém direitos de Dilma e gera crise na base aliada

O Senado cassou ontem, por 61 votos a favor e 20 contra, o mandato conquistado por Dilma Rousseff em 2014. Horas depois, Michel Temer tomou posse como o 37º presidente da República. O segundo impeachment da história do País encerrou 13 anos de PT no poder. Numa outra votação, que provocou polêmica, Dilma manteve o direito de exercer função pública, com 36 votos a seu favor. Autorizada pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, a votação em separado que reduziu a punição da petisca gerou crise entre tucanos, peemedebistas e Planalto.

A decisão abriu precedente que pode beneficiar o deputado afastado Eduardo Cunha e futuramente outros parlamentares ameaçados de cassação. Temer terá o desafio de manter uma base forte no Congresso para aprovar projetos necessários ao ajuste das contas públicas e tirar o País da recessão. Ontem, o IBGE divulgou que o PIB do segundo trimestre sofreu a sexta retração consecutiva e recuou 0,6% em relação ao primeiro trimestre. Em sua primeira reunião ministerial, Temer afirmou que adotará a postura do “bateu, levou” e não mais “levar ofensa para casa”. Em pronunciamento na TV, disse que é hora de “união” e defendeu reformas trabalhista e previdenciária. À noite, embarcou para a China após passar o cargo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Dilma disse que foi tirada do poder por “um grupo de corruptos investigados” e prometeu forte oposição. (Política/Págs. A4 a Al6;Economia/Págs. B1 a B4)

 

A hora das medidas amargas

Michel Temer terá de conseguir que o Congresso aprove projetos impopulares para recuperar finanças do país. Empresários estão otimistas, mas cobram ações rápidas. (Pág. X2)

Protesto no centro de SP acaba em confronto (Pág. A14)

 

EUA dizem confiar em ‘forte relação bilateral’ (Pág. A16)

 

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Folha de S. Paulo

 

Manchete: Senado destituiu Dilma; Temer pede pacificação

Por 61 votos a 20, o senado depôs Dilma Vana Rousseff, 68, da Presidência da República. Michel Miguel Elias Temer Lulia, 75, que já exercia o cargo interinamente desde maio, assumiu em definitivo — ele tem mandato até dezembro de 2018. É a segunda vez que um presidente é cassado por impeachment desde a redemocratização, em 1985; a destituição de Fernando Collor de Mello ocorreu em 1992.

O processo foi consumado quase nove meses após o início da tramitação na Câmara e três meses e meio depois do afastamento provisório da petista. Ela foi condenada por crime de responsabilidade em razão de empréstimo e abertura de crédito ilegais, mas não perdeu direito de exercer funções públicas. A defesa recorrerá ao Supremo Tribunal Federal.

A cassação interrompe ciclo de 13 anos de gestão do PT, iniciado com Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. O partido deixa o poder abalado, com lideranças em xeque e envolvidas na operação Lava Jato.

Em pronunciamento em cadeia nacional, o paulista Michel Temer disse que “a incerteza chegou ao fim” e que “é hora de unir o país”. Destacou também a importância de retomar o crescimento econômico e de reformar o sistema previdenciário. Na primeira reunião ministerial após a posse, o peemedebista adotou tom duro, dizendo que não vai tolerar ser chamado de golpista; ele afirmou ainda aos ministros que divisões na base aliada no Congresso são “inadmissíveis”.

O recado sobre infidelidade foi para os aliados que ajudaram a manter os direitos políticos de Dilma — não está claro se ela poderá ocupar cargos eletivos. Essa decisão, tomada em segunda votação admitida por Ricardo Lewandowski, causou polêmica no meio jurídico, pois poderia contrariar a Constituição. A manobra irritou Temer, que não sabia da articulação.

A eleição de 2018 é ponto de discórdia com o PSDB — se Temer reverter o cenário econômico, aliados aventam a reeleição. O presidente viajou já nesta quarta à China para reunião do G20 (grupo das maiores economias do mundo). (Poder A4)

 

Foto-legenda: Efetivo

Michel Temer assina a sua posse presidencial no Congresso; estão ao seu lado, os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do Congresso, Renan Calheiros, e do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski

 

Black blocs voltam a depredar carros e prédios em atos no centro de SP

Manifestantes contrários ao impeachment de Dilma Rousseff entraram em confronto com a Polícia Militar na noite desta quarta-feira (31) em ao menos quatro pontos de São Paulo. o ato teve início pacífico na avenida Paulista. Na região central, black blocs quebraram vidros e depredaram carros; a polícia reagiu com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. Ao menos cinco pessoas se feriram, entre elas um policial. em ato em Brasília, três foram detidos após conflito com a polícia. Ato pró-Dilma no Rio não teve incidentes. (Poder A17)

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